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Por que o Reskill e a mobilidade interna são tendências em tecnologia

Athena Bastos

Athena Bastos


Neste artigo, você descobrirá como o Reskill, tendência corporativa dos últimos anos, pode beneficiar sua empresa. Confira: o que é reskilling, como utilizá-lo para contornar o recrutamento de talentos em tecnologia, como adotar nas estratégias de recrutamento interno e em programas de mobilidade interna, benefícios de profissionais T-shaped, práticas para adotar na empresa em onboarding, PDI e programas de educação corporativa.

Em um artigo para a McKinsey & Company, Matt Fenton, Emily Field e Marino Mugayar-Baldocchi conversam sobre o momento em que as empresas devem investir em realocação, Reskilling e Upskilling. Afinal, muito se fala sobre cada uma das estratégias. Porém, não é tão claro para muitas pessoas quando adotar uma ou outra.

A questão é que as 3 estratégias são complementares e não excludentes. E como eles escrevem:

”Na medida em que organizações olham para o futuro do trabalho, realocação, Reskilling e Upskilling de funcionários serão as chaves para o sucesso. As organizações precisarão usar essas alavancas estratégicas e, de vez em quando, em conjunto umas com as outras.”

Aqui, então, direcionamos o olhar para Reskill, mas conectando-o também com as demais estratégias. Veja como!

pessoas participando de um programa de reskill

O que é Reskill

Reskill é um termo em inglês que pode ser traduzido para o português como “requalificar”. Na prática do RH, representa, também, o aprendizado de Skills em áreas de conhecimento diferentes daquelas em que a pessoa já navega.

Aqui no blog da Alura Para Empresas, já falamos um pouco sobre as diferenças entre Reskilling e Upskilling, caso você queria saber mais.

VEJA TAMBÉM:

Reskilling — o que é?

Reskilling é o processo de adquirir novas habilidades ou desenvolver skills já existentes para se adaptar às mudanças nas demandas do mercado de trabalho.

Em um mundo onde a tecnologia está em constante evolução e as habilidades necessárias para determinado cargo podem mudar rapidamente, o reskilling torna-se fundamental.

Isso pode envolver aprender novas tecnologias, habilidades digitais, ou até mesmo adquirir habilidades interpessoais e de comunicação. O reskilling é fundamental para profissionais se destacarem e permanecerem relevantes em um cenário profissional competitivo e em constante transformação.

Qual a diferença entre Reskill e Reskilling?

Primeiramente, é importante recapitular o que é Reskilling e Reskill. Ambos os termos têm essencialmente o mesmo significado, contudo, existe uma diferença no uso como substantivo ou verbo.

  • Reskilling — tradução: segundo o Dicionário de Cambridge, trata-se de um substantivo que significa “o processo de aprender novas habilidades para que você possa fazer um trabalho diferente ou de treinar pessoas para fazer um trabalho diferente”.

Dessa forma, reskilling refere-se ao processo ou à prática de adquirir novas habilidades, ou aprimorar habilidades existentes para se adaptar às mudanças nas demandas do mercado de trabalho.

  • Reskill — tradução: segundo o Dicionário de Cambridge, o verbo significa “aprender novas habilidades para que você possa fazer um trabalho diferente”.

Assim, reskill se refere à ação de adquirir novas habilidades ou treinar-se em uma nova área de especialização para se manter relevante no mercado de trabalho.

Em resumo, ambos os termos estão inter-relacionados: “reskilling” é o conceito geral de adquirir novas habilidades, enquanto “reskill” é o ato específico de adquirir essas habilidades.

Upskilling e Reskilling: qual a diferença?

É importante que você saiba qual a diferença entre Reskilling e Upskilling para entender quando aliar as estratégias.

A diferença entre Upskilling e Reskilling é a área de conhecimento em que a pessoa vai se desenvolver. O Upskilling é uma atualização ou um aprofundamento em determinado conhecimento. Enquanto o Reskilling trabalha com desenvolvimento fora da zona de conforto da pessoa.

Por exemplo, um desenvolvedor com conhecimento em HTML decide se aprofundar em Java. Você percebe que os conhecimentos estão dentro de uma mesma área? No caso, ele está se aprofundando em Front-end. Isto é Upskilling.

Agora, se uma pessoa do comercial começa a estudar Java Script, ela está fazendo um Reskilling. Está se desenvolvendo em uma área diferente da sua.

Na movimentação de pessoas dentro da empresa, às vezes será necessário seguir por uma ou outra estratégia. Tudo depende do panorama da pessoa colaboradora e das exigências da função.

Boas práticas na avaliação de competências tech

Quando adotar uma Ação de Reskill?

Você pode adotar uma ação de Reskill quando identifica oportunidades de conexão entre diferentes áreas e conhecimentos.

A Suzano, por exemplo, iniciou um projeto de formação de cientistas de dados em pessoas de fora da área, o que também pode ser considerado um Reskilling.

Segundo Juliano Batista Aguiar, Fabiano Almeida de Castro e Pedro Henrique Moreira, formandos da Academia de Ciência de Dados da Suzano de 2021:

“... o desenvolvimento do MVP foi um grande desafio para o nosso time devido à nenhum dos profissionais serem da área de desenvolvimento. A academia digital de ciência de dados da Suzano foi uma grande oportunidade para aprendermos sobre o mundo dos dados e somarmos isto ao nosso conhecimento prévio sobre processos e manutenção. Além disso, conseguimos criar um MVP com grande acurácia. O conhecimento adquirido também nos abriu uma janela de oportunidades que nos faz evoluir com agilidade nos processos do dia-a-dia.”

O conhecimento em tecnologia é um ótimo exemplo de como o Reskilling pode ser adotado pelas empresas. Criar projetos como o da Suzano é uma forma de capacitar pessoas em um conhecimento fora de sua zona de conforto, mas imprescindível à produtividade e à assertividade.

Conheça 3 projetos de capacitação em tecnologia da Suzano

Qual a importância do Reskill para a área de tecnologia

Segundo dados do LinkedIn levantados em 2021, empresas que promovem a mobilidade interna tendem a contar com profissionais que permanecem com ela por até o dobro de tempo em relação a empresas que não promovem a mobilidade.

Isto significa, portanto, que a mobilidade interna é uma estratégia de retenção de talentos.

Mas como as estratégias de Reskill se encaixam na mobilidade?

Por mais que colocar as pessoas certas nas posições certas seja o desejo de qualquer profissional que trabalha com gestão de pessoas, nem sempre elas estão preparadas para os desafios imediatos.

Além de “quem” e “onde”, há um fator diferencial: o tempo.

Na perspectiva da recolocação interna, além de incentivar a movimentação, as empresas podem também acelerar essa capacitação de funcionáriose funcionárias, garantindo que as pessoas consigam realizar novas atividades, permanecer junto à empresa e ocupar posições que, de outra forma, talvez permanecessem por mais tempo em aberto.

Agora, veja mais sobre por que o Reskill conquista o mercado a cada dia.

Maior escola de tecnologia do país - saiba mais

Grande renúncia e escassez de talentos em tecnologia

A probabilidade de você já ter lido alguma notícia sobre “a grande renúncia” (“a grande resignação” ou “the great resignation”) é alta. Será que ainda faz sentido falar dela em meio a tantos layoffs?

Sim, faz sentido, porque apesar das demissões em massa no setor de tecnologia, ainda vemos uma grande movimentação entre profissionais com qualificação e experiência na área.

A mudança nos hábitos de trabalho e a expansão do trabalho remoto e home office, que permitiu maior liberdade sobre onde, como e para quem trabalhar, também aumentou a competitividade por profissionais com qualificação em tecnologia.

As empresas, desse modo, se viram “obrigadas” a: continuar com seus processos e buscar por inovações que criassem uma Employee Experience mais atrativa.

O que isso tem a ver com Reskill?

Bom, uma das formas de inovação é entender que as pessoas também podem exercer diferentes funções.

Agora, imagine que você tenha uma vaga de dev Front-end em aberto. Seu time de RH precisa encontrar alguém com experiência e fit cultural para a posição, mas está há 2 meses sem perspectiva da pessoa ideal. Até chega perto. Porém, as pessoas não se encaixam no time.

Um dia, decidem anunciar a vaga internamente, então, uma profissional de marketing pensa: eu não tenho todo o conhecimento, mas tenho muito interesse. Ela decide conversar com o RH. O que você faria nessa situação?

Há, porém, profissionais que dariam um voto de confiança: “olha, podemos conversar sobre essa recolocação. Precisamos de alguém para essa vaga, você tem fit com o time, tem as Soft Skills que procuramos, mas ainda precisa se desenvolver em Hard Skills. Podemos ver um treinamento para capacitá-la. E após a capacitação, podemos conversar sobre essa realocação.”

Reskill, mobilidade e recrutamento interno

Promover a mobilidade interna não é apenas oferecer vagas para pessoas na própria empresa.

Sim, recrutamento interno é uma estratégia em alta nos processos de recrutamento e seleção tech, mas implementar um processo de mobilidade é importante em um cenário marcado pela dificuldade de encontrar as pessoas certas para as posições.

No exemplo que demos acima, o interesse da profissional de marketing se alinhava à necessidade da empresa.

Por mais que ela não possuísse as Hard Skills necessárias, possuía as Soft Skills desejadas e, muito importante: já possuía o conhecimento do produto e dos processos internos. Talvez demorasse 3 meses para uma pessoa de fora alcançar o mesmo conhecimento.

Para a empresa, poderia ser benéfico mudá-la de posição e encontrar alguém para ocupar a vaga que ela deixaria.

No entanto, nem sempre isto é possível.

Assim, é interessante criar programas e estruturas de mobilidade interna, prevendo o tempo de recolocação, os impactos dessa mobilidade, a oferta de treinamentos e como se dará o diálogo entre lideranças para evitar conflitos internos.

Qual a relação do Reskilling com o mundo VUCA?

Habitamos um mundo complexo e em constante transformação. Chamamos a isso de mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo).

Os problemas de hoje já não são idênticos aos problemas de alguns anos atrás. Sendo assim, as pessoas e as empresas precisam se manter em desenvolvimento contínuo para se adaptarem às mudanças

Contudo, também precisam de um repertório de conhecimento diferenciado. Já não basta conhecer muito de uma área, é preciso ter conhecimentos sólidos para ir a fundo nas questões. Mas é preciso, também, correlacionar fatos e dados de áreas distintas para encontrar soluções inovadoras para novos desafios.

E é aqui que entra o Reskill. O Reskill não precisa se restringir à mobilidade interna, ele pode fazer parte da formação de profissionais do futuro: os profissionais T-shaped.

Profissionais T-shaped e multidisciplinares

Portanto, mesmo para profissionais que não possuem pretensão de mudar de área, o Reskilling é uma forma de continuar aprendendo. E o conhecimento precisa ser valorizado nas empresas, como vimos que acontece na Suzano.

Aqui na Alura Para Empresas e na Alura como um todo, falamos muito de dev em T. Essa formação em T é importante em todas as áreas da empresa.

Confira o podcast Techguide e Dev em T — Hipsters Ponto Tech #322 para saber mais.

A pessoa em T possui especializações e conhecimentos aprofundados. No entanto, também possui conhecimentos em outras áreas, ampliando a parte superior do seu T.

Suas estratégias de educação corporativa, dessa maneira, podem incentivar essa amplitude de conhecimento, preparando diferentes profissionais para desafios previsíveis e imprevisíveis.

Já imaginou contar com profissionais de RH com conhecimento em desenvolvimento? Profissionais de desenvolvimento com conhecimento em áreas humanas?

Profissionais que dedicam seu tempo ao Reskill são pessoas curiosas, ávidas por conhecimento e inovação.

Como Adam Grant escreve em seu livro “Pense de novo”:

"As culturas de aprendizagem, em que o valor principal é o desenvolvimento, têm mais probabilidade de levar as pessoas a repensar mais, transformando ciclos de repensamento em rotina. Em empresas com essa prática, a norma é que os funcionários saibam o que não sabem, duvidem de métodos utilizados e permaneçam curiosos por novidades a serem testadas."

Quantos benefícios essas interações entre conhecimento podem gerar para as empresas?

Como aplicar Reskilling e Upskilling?

Agora que vimos os benefícios do Reskill para as empresas, é hora de colocar em prática. Assim, vamos ver como aplicar a teoria ao dia-a-dia de pequenas, médias e grandes corporações.

Vamos lá!

Onboarding em tecnologia

Começando com a porta de entrada: o onboarding tech. Já é comum entre as empresas a realização de onboardings que adaptem a pessoa aos processos e à cultura interna. Mas, e se além de introduzir à cultura organizacional, essa etapa também fosse utilizada para desenvolver pessoas?

Lembra do que falamos sobre encontrar uma pessoa que encaixa em quase tudo do perfil, mas não tem as Hard Skills ideais para o exercício da função?

A sua empresa pode desenvolver planos de onboarding que capacitam e aceleram o aprendizado de pessoas. Esses programas podem durar de algumas semanas a alguns meses, e são direcionados às necessidades da empresa.

Plano de Desenvolvimento Individual

Se a pessoa que participará do processo de Reskilling já estiver na empresa, o desenvolvimento de novas habilidades pode fazer do seu Plano de Desenvolvimento Individual (PDI).

É importante para as empresas que buscam crescimento, entender que o desenvolvimento de seus colaboradores e colaboradoras faz parte desse processo. Ademais, o PDI contribui para fomentar uma cultura de aprendizado.

Portanto, implemente ciclos de avaliação de desempenho e incentive as pessoas a planejarem suas carreiras, inclusive para realocações. E lembre-se: as lideranças também devem ser treinadas para isso.

No exemplo que demos antes, o desenvolvimento em Front-end podia ser parte do PDI da colaboradora.

O PDI deve considerar desse modo:

  • Qual função a pessoa quer exercer?
  • O que é necessário para isso?
  • O que ela fará para alcançar esse objetivo?
  • Em quanto tempo?
  • Como a empresa pode contribuir para esse plano (seja em treinamentos, seja em oportunidades)?

Programas de educação corporativa

Nem sempre uma pessoa saberá que deseja mudar de área. A partir do momento em que tiver contato com determinado tema, porém, isto pode se manifestar nela.

É interessante direcionar o aprendizado para as áreas mais demandadas da empresa, mas também oferecer amplitude de conhecimento. Confira alguns passos para implementar um programa de educação corporativa com foco em Reskill:

Ao criar essas oportunidades, você verá que as pessoas e a empresa se transformarão juntas.

Dicas para fazer Reskill na sua empresa

Implementar programas de Reskill na sua empresa pode ser fundamental para manter sua equipe atualizada e competitiva. A seguir, listamos algumas dicas para facilitar o processo de Reskill dentro das empresas:

  • Avalie as habilidades: realize uma avaliação abrangente das habilidades existentes na sua equipe, identificando as lacunas de conhecimento e as áreas que precisam de aprimoramento.
  • Defina objetivos claros: estabeleça metas de Reskill claras e mensuráveis para a equipe, se certificando de que todas as pessoas compreendam o que a empresa espera delas durante o processo de Reskill.
  • Identifique habilidades-chave: identifique as habilidades essenciais necessárias para o sucesso no seu segmento. Concentre-se em áreas como habilidades técnicas, habilidades de liderança, habilidades de comunicação e habilidades digitais, dependendo das necessidades da sua empresa.
  • Programas de treinamento personalizados: desenvolva programas de treinamento personalizados que atendam às necessidades específicas da sua equipe, podendo incluir: cursos online, workshops presenciais, treinamento prático ou coaching individual.
  • Utilize recursos externos: explore parcerias com instituições educacionais, provedores de cursos online e especialistas da indústria para fornecer treinamento especializado. Isso pode trazer uma perspectiva externa valiosa para o processo de reskill.
  • Incentive a aprendizagem contínua: promova uma cultura de aprendizagem contínua na sua empresa, incentivando as pessoas a buscar constantemente novas habilidades e conhecimentos relevantes para as suas funções.
  • Ofereça flexibilidade: ofereça opções flexíveis para as pessoas colaboradoras participarem de programas de Reskill, como horários de trabalho flexíveis ou treinamento online que eles possam acessar de casa.
  • Apoie o autodesenvolvimento: incentive os colaboradores e colaboradoras a buscar oportunidades de Reskill por conta própria. Forneça acesso a recursos de aprendizagem online e recompense o autodesenvolvimento.
  • Avalie o progresso: avalie regularmente o progresso das pessoas colaboradoras durante o processo de Reskill. Faça ajustes nos programas de treinamento conforme necessário com base no desempenho e nas necessidades individuais.
  • Reconhecimento e recompensas: reconheça e recompense os funcionários e funcionárias que demonstram progresso significativo em adquirir novas habilidades. Isso pode incluir elogios públicos, promoções, bônus, entre outras opções.

Implementar estratégias eficazes de Reskill na sua empresa não apenas mantém a equipe competitiva, mas também promove a inovação e o crescimento a longo prazo da organização.

Quer implementar estratégias de Reskilling e Upskilling? Com a Alura Para Empresas, você capacita todas as áreas de sua empresa em tecnologia, preparando-as para as demandas do futuro. Fale com a gente e saiba mais sobre nossos programas e planos.

Athena Bastos
Athena Bastos

Supervisora de Conteúdo da Alura Para Empresas. Bacharela e Mestra em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós-graduanda em Branding: gestão estratégica de marcas pela Universidade Castelo Branco - UCB. Escreve para blogs desde 2008 e atua com marketing digital desde 2018.

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