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Tipos de planos de carreira de TI e como estruturar

Athena Bastos

Athena Bastos


Neste artigo, você verá as particularidades do plano de carreira profissional para a área tech: como é, quais os objetivos e benefícios, tipos de plano de carreira e como estruturar com base nos desafios do setor de tecnologia.

Reter talentos de alta performance, encontrar novos talentos e estimular profissionais, são grandes desafios para os times de RH da área tech. E isto não somente em função da alta procura por profissionais. As próprias pessoas esperam mais das empresas do que apenas salários, ainda que o fator monetário seja bastante relevante. Elas esperam novas experiências, oportunidades e aprendizados.

As pessoas esperam uma jornada de carreira que ofereça desenvolvimento.

Repensar essa jornada corporativa, inclusive, é uma das tendências apontadas por Erik van Vulpen em seu artigo na AIHR.

Veja o que ele diz sobre o tema:

“Programas tradicionais de desenvolvimento de carreiras de uma vida, [...] onde talentos eram identificados, desenvolvidos e se promovia a experiência necessária para a progressão de carreira na organização, estão datados. Trabalhadores, hoje, são menos propensos a dedicar suas carreiras inteiras a um empregador. De fato, a maior parte das pessoas trocam de trabalho, agora, a cada 4 anos. Funcionários entre 18-24 anos trocam de trabalho 5,7x em suas carreiras. Para se ajustar a essa realidade, as organizações estão investindo massivamente na experiência de carreira dos colaboradores. O objetivo é que a organização expanda as habilidades enquanto enriquece a carreira de seus colaboradores com novas oportunidades de aprendizado.”

Por essa razão, o plano de carreira é estratégico no setor tech, ao promover o engajamento e o desenvolvimento das pessoas. A seguir, nós analisamos o que é essencial para a sua estrutura.

plano de carreira

O que é um plano de carreira e para que serve

O plano de carreira é a estratégia corporativa que desenha qual será o desenvolvimento profissional de um colaborador ou colaboradora ao longo de sua jornada. Para isso, é importante contar com um plano de cargos e salários, transparecendo tanto as funções de cada cargo quanto os requisitos necessários para avançar na carreira.

VEJA TAMBÉM:

Em aliança a planos de desenvolvimento individual (PDI), o plano de carreiras contribui para estimular uma cultura de aprendizado forte nas organizações e o desenvolvimento de Soft Skills e Hard Skills. Afinal, embora cada pessoa seja protagonista de seu aprendizado, as empresas podem contribuir como guia nesse processo.

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Plano de carreira no setor tech

Para o setor de tecnologia, o plano de carreira é também um fator de atração para profissionais. Ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento interno, também mostra às pessoas que a empresa se preocupa com essa jornada. Ou seja, que a pessoa, mais do que apenas ganhar um salário, ganhará experiência e será reconhecida por seus feitos.

Quando falamos de Employer Branding, ressaltamos que funcionários e funcionárias estão em busca de uma nova experiência de trabalho, uma experiência mais significativa e que se encaixe em seus propósitos e vidas pessoais.

Movimentos como a “grande renúncia” reforçam essa ideia: a de que dinheiro e cargos são importantes, mas não são tudo. E as organizações precisam investir em seu posicionamento para que profissionais desejem ser parte delas.

Como funciona o plano de cargos e carreira

Os planos de cargos e carreiras compõem uma estratégia de como cada pessoa se desenvolverá em sua jornada corporativa. Para isso, porém, é importante que as empresas disponham de planos de cargos e salários, ou seja, um mapeamento de como é o caminho, vertical e horizontal.

Nem sempre o desenvolvimento é apenas uma linha vertical, no crescimento padrão dentro de uma mesma área. Cada vez mais a transição de carreira é algo comum e, inclusive, incentivado.

A mobilidade interna abre portas para a revelação de novos talentos e aumenta as chances de fidelizar colaboradores e colaboradoras de alta performance, mesmo diante das mudanças em suas aspirações profissionais.

E na área de tecnologia, que enfrenta desafios em etapas de recrutamento e seleção e também de turnover, pode ser uma ótima saída. Por isso, o plano de cargos também deve prever como se dará a migração entre áreas.

Plano de carreira — exemplo

Como ficarão os salários? Como será o desenvolvimento? A pessoa passará por algum treinamento? Como será a avaliação de competências para autorizar a transição?

No caso, por exemplo, de profissionais que desejam migrar para a carreira de dev, a empresa pode prever e promover capacitações em linguagens próprias do time.

Em seguida, as lideranças devem dialogar com seus liderados e suas lideradas para manter a transparência e garantir que esses itens se conectem aos planos de desenvolvimento individual.

Qual o principal objetivo do plano de carreira?

Portanto, o objetivo do plano de carreira é orientar as pessoas sobre os possíveis caminhos que percorrerão dentro da empresa para organizar os processos internos.

No entanto, ele também é uma importante ferramenta de engajamento no trabalho, sobretudo diante das mudanças que estamos vivendo.

Do ponto de vista do recrutamento e seleção, os planos de carreira oferecem transparência para candidatos e candidatas. Porém, como veremos mais adiante, não basta adotar tipos de plano de carreira atrativos: é necessário que eles representem a cultura organizacional.

Quais são os tipos de planos de carreira?

Essa mudança de experiência na carreira também se reflete em novos tipos de plano de carreira.

Para aumentar o interesse e o engajamento de colaboradores e colaboradoras, as empresas estão apostando em novos formatos de progressão. O modelo de plano de carreira tradicional, em linha, abre oportunidade para modelos que considerem novas formas de atuação e aprendizado, inclusive com reforço da migração de área.

Segundo Luísa Aguirra, Human Resources Manager no Grupo Alura:

"O plano de carreira em escadinha era algo que fazia sentido na organização do mercado de antigamente, onde as mudanças demoravam para acontecer e as pessoas eram vistas como recursos, de forma mais mecânica, com um trabalho específico para ser feito, sem margem para criatividade ou inovação. Hoje em dia, as mudanças acontecem muito rápido e algo que pode fazer sentido hoje pode não ter relevância nenhuma no próximo ano. Por isso, o desenvolvimento constante é extremamente valioso para se manter relevante nas novas oportunidades que vão surgindo. Mais importante do que quanto você sabe hoje é o seu potencial para aprender coisas novas. Olhando pro mundo tech, não tem como uma pessoa saber todas as linguagens, mas se ela precisar trabalhar com uma específica, ela consegue aprender rápido? Então ela será uma ótima profissional!"

O aspecto multidisciplinar, a formação em T de que falamos bastante, o desenvolvimento contínuo (lifelong learning), dialogam, assim, com carreiras mais fluídas e menos limitadas ao sentido apenas vertical.

Veja os tipos mais comuns de plano de desenvolvimento de carreira:

1. Plano de carreira horizontal

O plano de carreira horizontal é comum em empresas que não possuem hierarquia de funções. Mas apesar de não trabalhar com o crescimento vertical, isto não significa a falta de reconhecimento profissional de colaboradores e colaboradoras.

O reconhecimento continua através de mudanças salariais e de acordo com o desempenho da pessoa.

2. Plano de carreira em linha

O plano de carreira em linha, bastante comum em instituições militares, por exemplo, possui cargos hierárquicos mais fechados e estruturados. Normalmente, o avanço nessa jornada se dá pelo tempo de exercício da função, embora possa haver outros critérios.

3. Plano de carreira paralela

Em empresas com plano de carreira paralela, os cargos de liderança, por exemplo, não são necessariamente um avanço em hierarquia que parte de outra função. Pelo contrário, possuem uma carreira paralela já direcionada à liderança, o que é bastante comum quando se atua com trainees.

4. Plano de carreira em Y

O plano de carreira em Y apresenta uma bifurcação a partir da aquisição de senioridade. Assim, ao invés de colocar cargos de gestão como o fim de cada carreira, possibilita que as pessoas sigam também o caminho de especialistas em sua área.

O ponto positivo do plano de carreira em Y e a razão pela qual vem conquistando empresas do setor tech é que ele motiva o desenvolvimento de pessoas que, muitas vezes, não possuem características ou desejo de seguir com a gestão de times. Portanto, permite o crescimento independentemente do perfil da pessoa.

5. Plano de carreira em W

Que as empresas buscam cada vez mais por profissionais multidisciplinares já comentamos algumas vezes. Mas há uma forma de reconhecer também esses profissionais, sem que eles tenham que seguir sua carreira no formato em linha ou em Y.

O plano de carreira em W acrescenta um novo caminho. Além da liderança e da especialidade, caminhos da carreira em Y, a pessoa também pode seguir o caminho da gestão de projetos. Ou seja, ela atuará como uma consultora técnica.

6. Plano de carreira em rede

O plano de carreira em rede, por fim, abre ainda mais o leque. Neste caso, há uma gama de funções que a pessoa pode escolher seguir, para além dos 3 caminhos do plano de carreira em W.

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Como elaborar um plano de carreira em TI

Elaborar o plano de carreira da empresa depende de fatores como as metas da organização e a própria cultura organizacional. Mas atenção: não basta escolher um plano promissor que não pode ser colocado em prática.

Muitas empresas tradicionais apostam em modelos de planos de carreira que parecem mais modernos, em Y ou em W, mas não conseguem modificar uma cultura ainda altamente movida pela hierarquia, em que a liderança se sobrepõe às demais funções.

Dessa forma, embora a empresa prometa uma experiência, acaba entregando outra, o que pode frustrar colaboradores e colaboradoras, impactar nas taxas de turnover e prejudicar o Employer Branding.

Além disso, ao definir como fazer um plano de carreira, é preciso considerar:

  • Os cargos e funções da empresa;
  • Os perfis dos cargos (exigências em Soft Skills e Hard Skills, formação e atividades realizadas);
  • Quantidade de profissionais por área;
  • Processos de transição, vertical e horizontal.

Na elaboração do plano de carreiras, a organização deve fazer, então, benchmarking com outras empresas e pesquisas internas para identificar o que as pessoas esperam de seus planos. Lembre-se também de rever o plano sempre que for preciso.

O setor de tecnologia está em constante mudança. Novos cargos surgem e, com eles, novas oportunidades de atuação. Dessa forma, o plano de carreira da sua empresa precisa refletir isso, desde que também ofereça segurança às pessoas.

Como Luísa Aguirra comenta:

"Mais importante do que o cargo que você tem é poder falar de tudo o que você já fez ou construiu. As habilidades e o impacto que as pessoas conseguem ter onde trabalham são muito mais relevantes do que o cargo que possuem."

Por fim, agora que você já sabe o que é um plano de carreira, aposte no crescimento e ofereça uma experiência de valor. Quando a empresa reconhece e estimula o desenvolvimento, ela fideliza seus colaboradores e colaboradoras e cresce com eles.

Você já sabe qual é seu plano de carreira? Como profissional, é muito importante ter isso bem definido, e buscar aperfeiçoar seus conhecimentos na sua área de interesse ou na qual planeja migrar! Lembre-se de considerar, também, quais são as 4 etapas do planejamento de carreira:

  • Se conhecer, saber onde você quer chegar e o que precisa fazer para isso;
  • Pesquisar e conhecer as ocupações, bem como as habilidades e qualificações necessárias para atuar na sua área de interesse;
  • Tomar uma decisão, fazendo estudos e comparações para optar pela melhor escolha com base no seu cenário;
  • Por fim, agir! Planejar e colocar em prática as ações necessárias para chegar lá.

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Athena Bastos
Athena Bastos

Supervisora de Conteúdo da Alura Para Empresas. Bacharela e Mestra em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós-graduanda em Branding: gestão estratégica de marcas pela Universidade Castelo Branco - UCB. Escreve para blogs desde 2008 e atua com marketing digital desde 2018.

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