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Neste artigo, você verá tudo sobre People Analytics e a construção de um RH estratégico: o que é, pilares de People Analytics, tipos de análise em gestão de pessoas, indicadores, ferramentas, como implementar e a importância de People Analytics para empresas de tecnologia.
“O que pode ser medido pode ser melhorado”, escreveu Peter Drucker.
Contudo, como Rohit Bhargava alerta em seu livro "Não Óbvio: como antecipar tendências e dominar o futuro", a tendência atual não envolve apenas coletar dados: envolve identificar quais dados utilizar, como coletar, quais os direitos sobre eles e, principalmente, como torná-los úteis.
As estratégias de People Analytics precisam ser revistas, então, dentro deste contexto, sobretudo quando possuem um papel cada vez mais estratégico para as empresas de tecnologia.
Quais dados coletar? Quais métricas analisar? Quais os impactos para um setor com tantos desafios em desenvolvimento e contratação como o de tecnologia?
Confira tudo neste artigo de People Analytics: o que é, para que serve, quais indicadores usar, benefícios e muito mais!
People Analytics é a área da gestão de pessoas que analisa dados de comportamentos, métricas e tendências relativas a colaboradores e colaboradoras. O objetivo da metodologia é oferecer, principalmente aos times de Recursos Humanos, uma visão estratégica sobre os papéis exercidos pelas pessoas, a cultura organizacional e até mesmo sobre aspectos da contratação e retenção de talentos.
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A partir do cruzamento de informações e dados coletados, os times de RH podem, então, tomar decisões mais assertivas para o objetivo da organização.
Para uma visão mais estratégia da análise de pessoas ou People Analytics, podemos elencar 7 pilares, quais sejam:
People Analytics e Big Data estão interconectados no campo de Recursos Humanos:
Isso resulta em estratégias de RH mais personalizadas, métricas de desempenho mais precisas e melhorias contínuas nas operações de RH, contribuindo para ambientes de trabalho mais eficazes e satisfatórios.
Dessa forma, o Big Data capacita o People Analytics a tomar decisões informadas e impactantes relacionadas às pessoas colaboradoras.
O People Analytics serve para diversas finalidades nas empresas, desempenhando um papel estratégico no gerenciamento de recursos humanos e na tomada de decisões.
Trata-se de uma ferramenta poderosa que permite que as organizações otimizem sua gestão de recursos humanos, melhorando a eficiência, a produtividade e o desempenho geral, enquanto criam um ambiente de trabalho mais positivo e inclusivo.
Algumas das principais finalidades e usos do People Analytics, alinhados com seus pilares, são:
A maior dificuldade para quem trabalha com Recursos Humanos e Gestão de Pessoas é correlacionar os investimentos na área com os objetivos gerais da organização, os quais geralmente envolvem mais vendas e lucratividade.
Por isso, os indicadores de People Analytics não podem se restringir apenas ao olhar sobre as pessoas. Eles precisam ser correlacionados ao desempenho da organização em outros setores, como vendas, relacionamento com clientes, finanças, etc.
Do aspecto de pessoas, são alguns indicadores de People Analytics:
Podemos elencar três tipos de análise, geralmente realizadas em People Analytics:
Vejamos mais sobre cada uma, além de exemplos de People Analytics, na prática do cotidiano empresarial!
A Análise Descritiva é, como o nome revela, uma descrição dos fatos. Ou seja, o que aconteceu, com base nos dados. É um histórico que não explora, ainda, uma análise extensiva, as razões e as consequências.
Por exemplo: um time de RH levanta que a taxa de turnover ficou em 12% em 2021.
Este dado quantitativo integra uma Análise Descritiva em People Analytics. Contudo, falta entender por que esse número ficou acima da média ideal de turnover. O que pode ter influenciado a rotatividade de pessoas?
Você pode obter essa análise mais profunda com outros tipos de análises.
A Análise de Diagnóstico aprofunda a Análise Descritiva. Se determinados eventos ocorreram, por que ocorreram?
No exemplo anterior, a taxa de turnover ficou em 12%. Rodando uma pesquisa com as equipes e analisando entrevistas no offboarding, o time de RH descobre que os salários e benefícios oferecidos pela empresa estão abaixo do padrão de mercado. Além disso, 75% das pessoas que deixaram a empresa relataram falta de oportunidades de desenvolvimento.
Correlacionando os dados extraídos em uma análise descritiva, desse modo, conseguimos encontrar razões para a taxa de turnover. Mas quais as razões para os outros dados levantados?
É importante ir a fundo nessa análise. Será que a empresa não poderia aproveitar para oferecer benefícios relacionados ao desenvolvimento interno? Não pode rever planos de carreiras? E o que acontecerá se não fizer algum movimento?
Todas essas perguntas levam ao terceiro tipo de análise em People Analytics.
Análise preditiva é uma técnica que utiliza dados históricos e atuais para prever resultados futuros.
Em outras palavras, é como ter uma bola de cristal para os negócios, permitindo que as empresas antevejam tendências, identifiquem oportunidades e minimizem riscos.
A análise preditiva se baseia em Business Intelligence, algoritmos de machine learning e estatística para encontrar padrões nos dados.
Esses padrões são então utilizados para construir modelos que fazem previsões sobre eventos futuros.
Mas esta análise não é o último nível possível, pois existe ainda a análise prescritiva.
A análise prescritiva se baseia na análise preditiva, as previsões geram insights que servem como base para as recomendações de ação.
A análise prescritiva é uma abordagem avançada de análise de dados que visa não apenas prever o que acontecerá no futuro, mas também recomendar ações específicas para otimizar resultados desejados.
Envolve previsões, otimização e recomendação de ações com base em dados, capacitando a tomada de decisões orientada por dados.
Alguns exemplos incluem: otimização de preços, alocação de recursos e recomendações personalizadas, tornando-a uma ferramenta poderosa para melhorar a eficiência e alcançar objetivos organizacionais.
Imagine que você está dirigindo e seu GPS te avisa: "Em 5 minutos haverá um congestionamento". Essa é a análise preditiva em ação: ela prevê eventos futuros com base em dados históricos e padrões.
Agora, imagine que seu GPS não só te avisa sobre o congestionamento, como também te sugere um caminho alternativo para evitar o trânsito.
Essa é a análise prescritiva: ela vai além da previsão, oferecendo recomendações de ação para otimizar resultados.
Em resumo:
Análise Preditiva: Prediz o que pode acontecer no futuro. Como por exemplo: através da análise de dados históricos de turnover, a empresa pode prever quais funcionários têm maior probabilidade de pedir demissão nos próximos meses.
Análise Prescritiva: Sugere as melhores ações a serem tomadas com base nas previsões.
Como por exemplo: com base nessa previsão, a empresa pode implementar programas de reconhecimento, desenvolvimento profissional e melhoria do clima organizacional para reter esses talentos.
Embora a coleta e análise de dados sejam essenciais para o People Analytics, é fundamental considerar questões de ética e privacidade.
As empresas devem garantir que os dados coletados sejam usados de forma ética e em conformidade com regulamentações como a GDPR (General Data Protection Regulation) e a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Essas leis regulam a coleta, armazenamento e uso de informações pessoais, exigindo práticas como consentimento explícito dos funcionários, anonimização de dados e transparência sobre os propósitos de uso.
Além disso, a implementação de políticas robustas de segurança protege as informações sensíveis e reforça a confiança dos colaboradores.
Manter um equilíbrio entre a análise de dados e o respeito à privacidade não é apenas uma questão de conformidade legal, mas também um diferencial competitivo, promovendo engajamento e alinhamento ético dentro da organização.
Para implementar uma estratégia em conformidade com a lei, recomendamos que entenda um pouco mais sobre a LGPD e a GDPR.
LGPD: A Lei Geral de Proteção de Dados é a regulamentação brasileira que visa proteger os dados pessoais de indivíduos, estabelecendo requisitos rigorosos para o tratamento de informações, como consentimento e segurança.
GDPR: A General Data Protection Regulation é a legislação europeia que define diretrizes semelhantes, sendo considerada um modelo global para proteção de dados pessoais.
O People Analytics é um processo que envolve várias fases para coletar, analisar e utilizar dados relacionados às pessoas colaboradoras de uma organização.
Cada fase é essencial para o sucesso do processo, e a qualidade dos dados e a precisão da análise desempenham um papel importante na obtenção de insights significativos para a gestão de recursos humanos e estratégia organizacional.
As principais fases do People Analytics incluem:
Nesta fase, a organização identifica seus objetivos e metas específicas relacionadas ao uso de dados de RH. Isso pode incluir:
A coleta de dados, de forma ética e legal como vimos, é uma parte fundamental do People Analytics. Isso envolve a identificação das fontes de dados relevantes, como:
Antes de analisar os dados, é necessário limpá-los e prepará-los. Isso inclui:
Nesta fase, os dados são analisados para identificar tendências, padrões e insights. Isso pode envolver:
Com base na análise dos dados, inúmeros insights são gerados, proporcionando informações relevantes que podem ser usadas para tomar decisões informadas sobre recursos humanos e estratégia de negócios.
Os insights obtidos são comunicados às partes interessadas, incluindo a liderança de RH e equipe executiva de negócios. A visualização de dados e relatórios são utilizados para comunicar os resultados às equipes de maneira acessível.
Com base nos insights gerados, a organização toma decisões informadas sobre políticas de RH, estratégia de talento e outros aspectos relacionados às pessoas. Essas decisões podem ser implementadas em toda a organização.
Após a implementação das decisões, é importante monitorar e avaliar os resultados para garantir que as estratégias estão funcionando conforme o planejado. Isso pode levar a ajustes e melhorias contínuas.
O People Analytics é um processo contínuo. As organizações frequentemente revisitam as fases anteriores, coletando novos dados e ajustando suas estratégias à medida que as condições internas e externas mudam.
As ferramentas de People Analytics podem ser diversas, a depender dos dados que se deseja coletar. Afinal, como vimos antes, dados de vendas, finanças e CRM podem também ser interessantes para uma análise mais detalhada.
Além disso, é importante que se utilizem ferramentas para pesquisas de cultura e clima, acompanhamento de estratégias de educação corporativa, produtividade, etc.
Como escolher ferramentas de People Analytics, então?
O primeiro passo, sem dúvidas, é entender as necessidades da organização e quais os dados primordiais. É importante, também, escolher uma ferramenta que consiga integrar e correlacionar diferentes dados, das taxas de turnover, por exemplo, a dados sobre engajamento no trabalho.
É claro que escolher uma ferramenta que abarque 100% dos dados é difícil. Portanto, o segundo passo é escolher ferramentas complementares que consigam integrar com a ferramenta de gestão geral.
Neste aspecto, dois conceitos se destacam, como vimos anteriormente: Big Data e Business Analytics. Enquanto o Big Data compreende essa coleta geral de dados, o Business Analytics é a ferramenta que correlaciona esses dados para gerar insights mais assertivos na construção de um RH estratégico.
Lembre-se: ter muitos dados nem sempre é sinal de qualidade. Há dados mais relevantes que outros, a depender dos objetivos. Ademais, dados não correlacionados podem trazer valor apenas aparente.
Por essa razão, muitas empresas também apostam em ferramentas com machine learning e inteligência artificial para a análise de dados.
Com base nas fases do People Analytics, vistas há pouco, como implementar essa metodologia e desenvolver um RH Analítico ou RH estratégico?
Sem dúvidas, as ferramentas importam. No entanto, o aspecto mais importante é desenvolver as equipes para terem esse olhar pautado em dados e tecnologia. E uma vez que haja esse mindset analítico, é o momento de colocar a estratégia em prática.
Primeiro, determine objetivos. Antes, mencionamos que é necessário ter um olhar holístico e uma visão ampla da organização. Porém, sem objetivos definidos, é difícil direcionar as estratégias. Portanto, dentro de todos os aspectos do RH e da Gestão de Pessoas, o que será priorizado?
Para isso, a análise descritiva contribui para indicar quais os principais problemas. No exemplo que utilizamos anteriormente, o foco era o turnover.
O segundo passo, então, é coletar os dados. Agora é hora de colocar a mão na massa, rodar pesquisas com as pessoas colaboradoras, entender as taxas, nos aspectos macro e micro, para realizar um diagnóstico a partir dos objetivos.
Mais acima, indicamos algumas métricas e indicadores importantes em People Analytics e Gestão de Pessoas. Agora, é o momento de entender o que se pode levantar e o que importa levantar.
Veja, coletar dados não se confunde com essa etapa. Na coleta de dados, levantamos diversas informações que serão correlacionadas com base nas métricas e indicadores que você deseja obter.
Você já obteve os dados e as métricas. O que fazer com isso agora? É hora de relacionar elementos diferentes para obter uma análise mais completa.
No aspecto da gestão de aprendizagem, por exemplo, você descobre que o engajamento está baixo. Apenas 50% das pessoas realizam os treinamentos oferecidos. Será que os treinamentos oferecidos são bons e se adéquam à rotina das pessoas? Será que a própria cultura organizacional incentiva esse aprendizado?
Agora, no aspecto da retenção de talentos, você identifica que a taxa de turnover está em 12%. Ao mesmo tempo, 75% das pessoas dizem que não há oportunidade de desenvolvimento. Não estariam as duas métricas correlacionadas?
Não basta olhar para os dados. Uma estratégia de People Analytics assertiva também implica na compreensão de tendências e na definição de ações. Portanto, o que a sua organização fará com os dados que possui em mãos?
Se a taxa de turnover está baixa e não há investimentos em desenvolvimento, a tendência é que mais pessoas deixem a empresa.
Além disso, métricas de Recrutamento e Seleção também podem ser prejudicadas. Afinal, quanto mais pessoas deixam uma empresa, mais o Employer Branding fica prejudicado e menos pessoas indicam a organização.
Em um mercado competitivo como o de tecnologia, isto implica também na sobrecarga dos times de recrutamento, que precisam, muitas vezes, procurar novas pessoas para empresas em crescimento e ainda preencher vagas deixadas por colaboradores e colaboradoras que saíram.
Uma métrica nunca é uma métrica isolada. E em conjunto, você identifica o que o futuro poderá trazer. Um RH estratégico antecipa o futuro e propõe ações não apenas paliativas, como também preventivas.
O People Analytics oferece diversos benefícios para as organizações, contribuindo para melhorar a gestão de recursos humanos e o desempenho geral da empresa. Alguns dos principais benefícios estão alinhados com suas funções, e incluem:
People Analytics é uma tendência em todos os setores e nichos, mas para empresas que atuam com tecnologia, é um fator essencial.
Nos últimos anos, o setor de tecnologia vem passando por crises relacionadas à quantidade de pessoas com senioridade disponíveis. As empresas precisam crescer, mas buscam por pessoas que já estejam prontas para encarar os desafios da organização, deixando de abrir espaços para novos talentos.
Em paralelo a isso, vivenciamos “a grande renúncia” (“the great resignation”). Cada vez mais pessoas deixam seus cargos e funções em busca de melhores oportunidades no mercado, o que, em conjunto à escassez de talentos em tecnologia, sobrecarrega times de Recrutamento e Seleção, além dos impactos em roadmaps e resultados corporativos.
Diante desse contexto, a análise de dados se torna um diferencial. Sem ela, a empresa deixa passar pontos estratégicos da gestão de pessoas e deixa de investir neste que é o ativo mais importante: as pessoas.
Com uma gestão de People Analytics, as contratações são mais estratégicas, assim como as ações de engajamento e retenção de talentos. Tudo isso contribui para aumento da produtividade organizacional, da redução de custos e controle de processos.
Dados em gestão de pessoas não é o futuro: é o presente. E é um presente que emerge diante da necessidade de um RH estratégico, de uma área de gestão de pessoas que, a cada dia, se torna ainda mais importante no setor de tecnologia.
People Analytics é uma área em crescimento que conta com diversas opções de cursos de formação disponíveis para profissionais que desejam adquirir habilidades nesse campo.
Ao escolher um curso de formação em People Analytics, é importante considerar o seu nível de experiência e conhecimento atual em análise de dados e RH. Além disso, avalie seus objetivos de carreira e como essa habilidade se alinha com eles.
A combinação de educação formal, cursos online e experiência prática geralmente é a abordagem mais eficaz para se tornar especialista em People Analytics. Confira a seguir algumas opções.
Muitas universidades oferecem cursos de graduação e pós-graduação em People Analytics, normalmente dentro dos departamentos de Recursos Humanos ou Análise de Dados.
Esses programas acadêmicos fornecem uma base sólida em estatísticas, análise de dados e teoria organizacional, combinando-as com casos práticos relacionados a RH.
Atualmente, é possível encontrar diversos cursos online que abrangem o conceito de People Analytics. Plataformas como Alura, LinkedIn Learning, entre outras, oferecem cursos de diferentes níveis de dificuldade, que possibilitam se especializar no seu próprio ritmo, independente do seu nível de conhecimento no assunto.
Algumas organizações e instituições oferecem programas de certificação em People Analytics. Esses programas geralmente incluem aulas e avaliações para testar seu conhecimento. Obter uma certificação pode ajudar a validar suas habilidades para potenciais empregadores.
Para quem prefere a interação pessoal, muitas empresas de treinamento e consultorias oferecem workshops e treinamentos presenciais em People Analytics. Esses programas podem ser mais intensivos e práticos, permitindo que você trabalhe em projetos reais.
Algumas organizações investem em estratégias de Upskilling e Reskilling, ou seja, no desenvolvimento de seus próprios colaboradores e colaboradoras.
Se você já faz parte de uma empresa que valoriza essa habilidade, pode ter a oportunidade de participar de treinamentos internos ou de adquirir experiência prática em People Analytics.
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