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Vibe Coding: o início de uma nova era na programação?

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Fabrício Carraro
Fabrício Carraro

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Se você é uma pessoa desenvolvedora ou está estudando para se tornar uma, já sabe que passamos uma quantidade enorme de tempo traduzindo ideias em uma linguagem que a máquina entenda.

Mas e se pudéssemos mudar a dinâmica? E se, em vez de darmos instruções precisas, pudéssemos apenas descrever a "vibe" do que queremos criar? Bem-vindo ao mundo do Vibe Coding.

Impulsionado pelos avanços exponenciais da Inteligência Artificial Generativa, esse conceito está saindo dos círculos de discussão para se tornar uma realidade no dia a dia de milhares de programadores. 

Mas o que isso realmente significa para a nossa profissão? Como usar o Vibe Coding? Ele é um hype passageiro ou o novo normal? Como podemos nos preparar para essa transformação? 

Neste guia, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre essa nova forma de programar que promete revolucionar o desenvolvimento de software em 2025.

O que é Vibe Coding?

Vibe Coding é uma abordagem de programação em que descreve sua intenção ou o resultado que deseja em linguagem natural (como português ou inglês), e uma ferramenta de Inteligência Artificial traduz essa "vibe" em código funcional.

A mudança de paradigma é sutil, mas bastente profunda. 

Na programação tradicional, o nosso foco está em escrever o "como": 

  • for (let i = 0; i < array.length; i++). 

No Vibe Coding, o foco muda para o "o quê": 

  • // encontre o usuário mais velho na lista.

Como define Fabrício Carraro, Program Manager na Alura, em entrevista ao Estadão, o futuro da programação pode ser "mais conversado do que escrito". 

Trata-se de uma colaboração humano-IA, em que atua como uma arquiteta, uma maestra que orienta a IA, enquanto a IA cuida da escrita do código mais braçal e repetitivo. 

Ou seja, a pessoa programadora expressa a vibe e a máquina materializa essa intenção em sintaxe.

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Como funciona o Vibe Coding na prática?

A mágica por trás do Vibe Coding são os Modelos de Linguagem Grandes (LLMs), como os da família GPT da OpenAI, treinados com bilhões de linhas de código de repositórios públicos, como o GitHub.

Esses modelos aprenderam os padrões, as estruturas, as sintaxes e as lógicas de programação em diversas linguagens.

Eles não "entendem" o código como um humano, mas são mestres em prever qual é a sequência de código mais provável para seguir uma determinada instrução.

Na prática, o processo funciona assim:

  1. O Dev descreve a intenção: Dentro do seu editor de código (como o VS Code), o desenvolvedor escreve um comentário, o nome de uma função ou até mesmo parte de uma lógica.
  2. A IA analisa o contexto: A ferramenta de Vibe Coding (como o GitHub Copilot) lê essa instrução e analisa o contexto do arquivo em que você está trabalhando, incluindo o código já existente e os arquivos abertos.
  3. A IA gera uma sugestão: Com base na intenção e no contexto, a IA gera um ou mais blocos de código que ela acredita que cumprem o que foi pedido.
  4. O Dev revisa e aceita (ou ajusta): O desenvolvedor, então, atua como um revisor crítico. Ele analisa a sugestão, verifica se está correta, segura e otimizada, e pode aceitá-la com um simples Tab, modificá-la ou pedir novas alternativas.

Essa dinâmica transforma a programação em um diálogo contínuo, onde o dev guia e a IA executa. 

No nosso canal do YouTube, inclusive, já falamos sobre o quanto a IA tem empoderado o trabalho do dev:

Exemplos práticos de Vibe Coding

Exemplo 1: validando um formulário em JavaScript

  • Vibe: // função que valida um formulário de cadastro. O nome deve ter mais de 3 caracteres, o email deve ser válido e a senha precisa ter no mínimo 8 caracteres, incluindo um número e uma letra maiúscula.
  • Resultado da IA: A IA gera a função completa em JavaScript, com as expressões regulares para validar o e-mail e a senha, e a lógica de verificação de comprimento para o nome, retornando true ou false.

Exemplo 2: criando uma rota de API em Node.js com Express

  • Vibe: // criar uma rota POST para /api/products. Ela deve receber 'name', 'price' e 'stock' no corpo da requisição. Validar se os dados não estão vazios e salvar no banco de dados usando o Prisma.
  • Resultado da IA: A ferramenta pode gerar todo o boilerplate da rota do Express, incluindo a validação de entrada, a chamada assíncrona para o prisma.product.create e o retorno de uma resposta de sucesso (201) ou de erro (400).

Exemplo 3: componente de UI em React

  • Vibe: // criar um componente React chamado ProductCard que recebe um objeto 'product' com 'name', 'imageUrl' e 'price'. O card deve exibir a imagem, o nome e o preço formatado em Reais.
  • Resultado da IA: A IA gera o código JSX e CSS (ou a estrutura para styled-components) para o componente, incluindo a função de formatação de moeda, poupando um tempo precioso de digitação.

7 ferramentas de Vibe Coding que você precisa conhecer em 2025

  1. GitHub Copilot: a ferramenta mais popular e pioneira, profundamente integrada ao ecossistema da Microsoft/GitHub. Funciona como um "pair programmer" que sugere código em tempo real diretamente no seu editor.
  2. Amazon CodeWhisperer: a resposta da AWS ao Copilot. Seu grande diferencial é a capacidade de fazer varreduras de segurança no código gerado e a forte integração com os serviços da AWS, facilitando o desenvolvimento de aplicações na nuvem.
  3. TabbyML: uma alternativa de código aberto e auto-hospedada. Permite que empresas treinem o modelo com seu próprio código-fonte privado, garantindo mais privacidade e sugestões mais personalizadas ao contexto da organização.
  4. Gemini no Android Studio: o Google integrou seu poderoso modelo Gemini diretamente no ambiente de desenvolvimento Android, oferecendo sugestões de código, explicando trechos e ajudando a depurar erros específicos para o desenvolvimento mobile.
  5. Cursor: mais do que um plugin, é um editor de código "AI-first" (construído sobre o VS Code) que coloca a IA no centro da experiência. Ele permite que você converse com toda a sua base de código, realize refatorações complexas por meio de chat e gere código do zero a partir de prompts.
  6. Lovable: focada no desenvolvimento front-end, esta ferramenta de IA gera componentes de interface de usuário (UI) a partir de descrições em linguagem natural. É ideal para criar rapidamente componentes React e até mesmo gerar histórias no Storybook, acelerando a criação de sistemas de design.
  7. Bolt: uma ferramenta especializada para o universo dos dados, desenvolvida pela Zapier. Bolt traduz perguntas em linguagem natural para consultas SQL complexas. É perfeita para analistas e desenvolvedores que precisam extrair informações de bancos de dados sem gastar tempo escrevendo queries manualmente.

Por que o Vibe Coding está crescendo tanto?

A ascensão do Vibe Coding não é um acaso. Ela é impulsionada por uma confluência de fatores tecnológicos e de mercado:

  • Maturidade da tecnologia: os LLMs finalmente atingiram um nível de qualidade que os torna genuinamente úteis para tarefas complexas de programação.
  • Pressão por produtividade: em um mercado competitivo, a velocidade para entregar novas funcionalidades (o famoso time-to-market) é bem importante. O Vibe Coding acelera drasticamente o ciclo de desenvolvimento.
  • Melhora da developer experience (DX): programar pode ser tedioso. Escrever testes, configurar arquivos, criar boilerplate... Essas ferramentas automatizam as partes chatas, permitindo que os devs se concentrem nos desafios criativos e na lógica de negócio.
  • Democratização: Eembora não substitua o conhecimento fundamental, a IA baixa a barreira de entrada para a experimentação com novas linguagens e frameworks.

Quais os benefícios do Vibe Coding para empresas e desenvolvedores?

A adoção dessa nova forma de programar traz vantagens tangíveis para todos os envolvidos.

Aumento de produtividade

Este é o benefício mais óbvio. Estudos do GitHub mostram que desenvolvedores que usam o Copilot podem completar tarefas até 55% mais rápido

Menos tempo digitando código repetitivo significa mais tempo focado em resolver problemas complexos e entregar valor.

Redução de erros no código

A IA é treinada com base em milhões de exemplos de código de alta qualidade. 

Isso significa que ela tende a gerar código que segue as melhores práticas e convenções, reduzindo a incidência de erros de sintaxe e bugs comuns.

Menos dependência técnica

Um desenvolvedor front-end que precisa criar um pequeno script de back-end pode descrever sua necessidade e obter um ponto de partida funcional, sem precisar ser um especialista profundo naquela stack específica. Isso promove mais autonomia e colaboração entre equipes.

Aceleração do aprendizado

Para desenvolvedores juniores, o Vibe Coding funciona como um tutor instantâneo. Ao ver o código que a IA gera para uma determinada intenção, eles aprendem novas sintaxes, APIs e padrões de projeto de forma contextual e prática.

Foco na arquitetura e no negócio

Ao delegar a escrita do código para a IA, os desenvolvedores, especialmente os mais seniores, podem elevar seu nível de atuação, dedicando mais tempo ao desenho da arquitetura do software, à estratégia de produto e à garantia da qualidade do que está sendo construído.

Quais os riscos de programar com Vibe Coding?

Apesar dos benefícios, seria ingênuo adotar o Vibe Coding sem uma dose saudável de ceticismo. Existem riscos reais que precisam ser gerenciados:

  • Bugs sutis e "alucinações": a IA pode gerar código que parece correto e funciona para casos simples, mas que esconde falhas de lógica, problemas de performance ou não trata casos de borda.
  • Vulnerabilidades de segurança: o modelo pode ter sido treinado com código inseguro e, sem saber, replicar padrões vulneráveis (como injeção de SQL) em suas sugestões.
  • Questões de licenciamento e propriedade intelectual: o código gerado pela IA pode ser uma cópia ou uma derivação de código com licenças restritivas. A questão de quem é o "dono" do código gerado ainda é uma área jurídica cinzenta.
  • "Atrofia" do conhecimento fundamental: o risco mais perigoso, especialmente para iniciantes. A confiança excessiva na ferramenta pode impedir que o desenvolvedor realmente aprenda os fundamentos da programação, da lógica e da resolução de problemas. Ele se torna um "operador de IA" em vez de um engenheiro de software.

Futuro e tendências do Vibe Coding

O Vibe Coding que vemos hoje é apenas a ponta do iceberg.

A grande transformação que vivemos agora é que a inteligência artificial chegou como um catalisador, um acelerador que potencializa essa "vibe" a um nível sem precedentes.

A principal tendência que vemos para o futuro é a evolução da IA de um simples copiloto para um verdadeiro agente. O copiloto, como o conhecemos, sugere a próxima linha de código; ele nos auxilia na tarefa que já estamos executando. 

O agente, por outro lado, é capaz de receber uma tarefa inteira — como "crie a interface de configuração para envio de e-mail" — e trabalhar nela de forma autônoma e em paralelo. 

A virada de chave está na orquestração: enquanto o agente trabalha em uma solução, nós, como desenvolvedores, podemos focar em outra parte do sistema, para depois revisar e integrar o resultado.

Esse novo fluxo de trabalho se assemelha a gerar múltiplas soluções para um problema e ter o poder de escolher, refinar e integrar a melhor delas. 

Esses agentes já são capazes de entender instruções complexas, operar em um ambiente de terminal como um desenvolvedor faria, e propor soluções completas para nossa validação. 

Como essa tendência transforma e redefine o papel das pessoas desenvolvedoras?

Nestes novos cenários, o valor do profissional, portanto, se desloca da execução para a estratégia:

  • Para o profissional sênior, o ganho de produtividade é exponencial. O valor se concentra na capacidade de quebrar problemas complexos em tarefas delegáveis, na orquestração desses agentes e na orientação da IA com as regras e boas práticas do projeto, como se estivéssemos definindo um "system prompt" para a equipe.
  • Para quem está começando, a IA se torna uma poderosa ferramenta de aprendizado. Um dev júnior, ao usar um agente configurado com a experiência de um sênior, aprende as boas práticas e os padrões do projeto de forma acelerada. No entanto, é muito importante evitar a armadilha da multiplicação de bugs em projetos sem a devida supervisão de uma pessoa sênior.

Por isso, o mantra que defendemos para essa nova era é: a conclusão de cada tarefa com a IA não deve ser apenas "funcionou", mas sim "funcionou e eu aprendi; agora sei mais do que antes"

Em resumo, o futuro do Vibe Coding é uma parceria poderosa, onde a pessoa desenvolvedora se eleva ao papel de estrategista e arquiteta, usando agentes de IA para construir soluções de forma mais criativa e eficiente do que nunca.

Como aprender Vibe Coding

A pergunta mais importante não é "como aprender Vibe Coding?", mas sim "como me tornar um desenvolvedor melhor na era do Vibe Coding?"

A resposta não está em um curso sobre como usar o Copilot, mas em fortalecer as habilidades que a IA não pode substituir.

  1. Domine os fundamentos: a IA é uma ferramenta poderosa, mas só é eficaz nas mãos de quem sabe o que está fazendo. Uma base sólida em lógica de programação, estruturas de dados, algoritmos e arquitetura de software é o que vai te permitir guiar a IA e, mais importante, corrigir quando ela errar.
  2. Aprenda a "conversar" com a IA: a habilidade de escrever bons prompts (os comentários e instruções) se torna crucial. Seja claro, específico e dê contexto. Isso é a "engenharia de prompt" aplicada ao código.
  3. Desenvolva o pensamento crítico: nunca confie cegamente no código gerado. Aprenda a ler, analisar, testar e questionar cada sugestão. O seu papel é ser o guardião da qualidade.

O Vibe Coding não é o fim do programador, mas sim o fim da programação como uma atividade puramente mecânica. 

Para prosperar nesse novo cenário, você precisa construir uma base de conhecimento sólida que te permita usar a IA como uma alavanca para sua produtividade e criatividade.

A Alura oferece o ecossistema completo para você se preparar para este futuro. 

Desde a Carreira de Especialista em IA, que constrói seu alicerce, até as carreiras em linguagens e arquiteturas, você adquire o repertório necessário para se tornar um verdadeiro orquestrador de IA.

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FAQ | Perguntas Frequentes sobre Vibe Coding

Aqui estão as respostas para algumas das dúvidas mais comuns sobre Vibe Coding e o futuro da programação com Inteligência Artificial.

1. O que é Vibe Coding, em poucas palavras? 

Vibe Coding é uma forma de programar onde você descreve sua intenção em linguagem natural (a "vibe" do que você quer criar) e uma ferramenta de IA traduz essa descrição em código funcional. É uma mudança de foco de escrever o código para descrever o resultado esperado.

2. Vibe Coding é a mesma coisa que usar o GitHub Copilot? 

Não exatamente. Vibe Coding é o conceito ou a abordagem de programar através de intenções. O GitHub Copilot, assim como o Cursor e o Amazon CodeWhisperer, são as ferramentas que tornam essa abordagem possível. O Copilot é a implementação mais popular do conceito de Vibe Coding.

3. Preciso saber programar para usar o Vibe Coding? 

Sim, e talvez mais do que nunca. Ferramentas de Vibe Coding são assistentes, não substitutos do conhecimento. Você precisa de uma base sólida em lógica, arquitetura e na linguagem que está usando para poder guiar a IA, revisar criticamente o código sugerido, encontrar bugs e garantir que a solução final seja segura e eficiente.

4. O Vibe Coding vai substituir os desenvolvedores? 

Não, a tendência é que ele transforme o papel do desenvolvedor. Em vez de focar em escrever código repetitivo, os desenvolvedores poderão se concentrar em tarefas de maior valor, como arquitetura de sistemas complexos, resolução de problemas de negócio e revisão crítica do código gerado pela IA. O dev se torna um "arquiteto de soluções" que orienta a IA.

5. Qual a diferença entre Vibe Coding e plataformas No-Code/Low-Code? 

O público-alvo e o resultado são diferentes. O Vibe Coding é uma ferramenta para desenvolvedores, acelerando a escrita de código dentro de um ambiente de programação tradicional. 

Já as plataformas No-Code/Low-Code são projetadas para que pessoas sem conhecimento técnico possam criar aplicações através de interfaces visuais, arrastando e soltando componentes, com pouca ou nenhuma escrita de código.

6. O código gerado pela IA do Vibe Coding é seguro e confiável? 

Não necessariamente. O código gerado é um ponto de partida e deve ser tratado com ceticismo. Ele pode conter vulnerabilidades de segurança, bugs sutis ou usar práticas desatualizadas, pois foi treinado com uma vasta gama de código público, que nem sempre é perfeito. A responsabilidade final pela qualidade e segurança do código é sempre do desenvolvedor.

7. Posso usar Vibe Coding para qualquer linguagem de programação? 

As principais ferramentas de Vibe Coding, como o Copilot, suportam uma vasta gama das linguagens mais populares do mercado, incluindo Python, JavaScript, TypeScript, Java, Go, C#, Ruby, entre outras. A qualidade das sugestões pode variar dependendo da quantidade de código público disponível para treinamento em cada linguagem.

8. Como eu começo a praticar Vibe Coding? 

O jeito mais fácil é instalar uma extensão de assistente de IA no seu editor de código preferido, como o GitHub Copilot para o VS Code. Comece com tarefas simples: escreva um comentário claro e detalhado descrevendo uma função que você precisa (ex: // função que inverte uma string) e veja a sugestão da ferramenta. Aos poucos, use-a para tarefas mais complexas.

9. Qual a habilidade mais importante para um desenvolvedor na era do Vibe Coding? 

O pensamento crítico. Mais do que a habilidade de digitar código rapidamente, a competência mais valiosa será a capacidade de analisar, questionar, testar e validar as soluções propostas pela IA. Saber fazer as perguntas certas e avaliar as respostas da ferramenta se tornará fundamental.

Fabrício Carraro
Fabrício Carraro

Fabrício Carraro é formado em Engenharia da Computação pela UNICAMP e pós-graduado em Data Analytics & Machine Learning pela FIAP. Atualmente, mora na Espanha.

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