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Como e por que implementar ferramentas de inteligência artificial no RH?

Athena Bastos

Athena Bastos


Inteligência artificial é a buzzword do momento. É difícil encontrar alguém (pelo menos em ambientes corporativos) que não tenha falado, perguntado ou pesquisado sobre o assunto.

Para ter uma ideia, o Índice de IA Centrada no Homem de Stanford constatou que o investimento global em programas de IA aumentou 25% em 2023, totalizando US$ 92 bilhões.

Não é por menos. Muito além da automação mecânica, a IA promete mudar radicalmente as áreas de tecnologia, trazendo inovações para os processos cognitivos e para a capacidade de aprendizado.

De acordo com o Harvard Business Review, as empresas estão usando IA principalmente para:

  • detectar e impedir intrusões de segurança (44%);
  • resolver problemas de tecnologia dos usuários (41%);
  • reduzir o trabalho de gerenciamento de produção (34%); e
  • avaliar a conformidade interna ao usar fornecedores (34%).

Na área de gestão de pessoas, Josh Bersin entende que a IA é capaz de revolucionar o mercado de tecnologia de RH, funcionando como uma nova plataforma — assim como Cloud e Mobile: “a nova era de RH Tech será mais útil, mais importante e mais integrada do que nunca”.

Uma imagem em tons de azul mostra um notebook colocado sobre uma mesa corporativa. Uma mão está digitando no teclado, indicando atividade e produtividade. Saindo da tela do notebook, há várias ilustrações de currículo, representando o trabalho de uma pessoa de RH.

Nessa perspectiva, as empresas se enquadram em três categorias: aquelas que já centralizaram as abordagens em IA; aquelas que incluíram recursos de IA em seus sistemas e processos e aquelas que ainda não sabem o que fazer.

Se a sua empresa se enquadra na última opção, é importante entender por que todas as áreas, mas especialmente o RH, precisam se desenvolver nessa ferramenta.

Pensando nisso, este artigo vai auxiliar a entender como o RH pode usar a inteligência artificial em seu dia-a-dia e, principalmente, quais os cuidados precisa ter ao aplicar essa ferramenta em seus processos.

Benefícios da Inteligência Artificial no RH

A adoção de tecnologias no RH está mudando o cenário da área e se tornando uma parte vital dos processos. Novas ferramentas de gestão ganham espaço nas rotinas das empresas e impactam as atividades tradicionais do setor.

Muito se fala do quanto o desenvolvimento de uma cultura digital é a garantia para o futuro das empresas e o uso de inteligência artificial é um requisito fundamental nessa construção.

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De maneira geral, a inteligência artificial no RH faz com que as ações se tornem mais eficientes e assertivas. Essa é, inclusive, uma estratégia para acompanhar a transformação digital e manter o setor em uma posição estratégica para os negócios.

Nesse contexto, o uso de inteligência artificial já suporta vários momentos dos processos de RH, especialmente nas atividades referentes ao recrutamento e seleção de pessoas colaboradoras.

Os dados do panorama atual do mercado de tecnologia, especialmente em relação à aderência das empresas e o aumento de investimentos em IA, demonstram que existem muitos benefícios em usar essa tecnologia nos negócios.

No entanto, os principais benefícios para adotar a inteligência artificial no setor de RH da sua empresa são:

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Aumento da eficiência na triagem e seleção de currículos

Em primeiro lugar, a inteligência artificial permite automatizar etapas do processo de triagem e seleção de currículos. Ou seja, propicia que essas tarefas repetitivas — que, com o tempo, se tornam passíveis de erros — sejam automatizadas.

Para isso, entre muitos currículos de todos os tipos, a ferramenta ajuda a fazer o mapeamento de pessoas mais adequadas às vagas abertas, a partir das habilidades e competências necessárias para os cargos.

Essa ferramenta otimiza todo processo de recrutamento, fazendo com que a empresa contrate a melhor pessoa candidata em menos tempo e com menos esforço das pessoas colaboradoras.

Ainda, a partir de configurações específicas, a IA também serve para identificar as pessoas mais condizentes com fit cultural.

Isso facilita o processo de recrutamento e seleção, especialmente porque minimiza o trabalho manual, promove a otimização de tempo e aumenta a eficiência e qualidade do trabalho.

Afinal de contas, as pessoas envolvidas nesse processo perdem menos tempo em tarefas mecânicas e podem focar em tarefas mais estratégicas.

Redução do viés inconsciente no processo

Uma grande preocupação do RH é a possibilidade de existir viés inconsciente no processo de atração, recrutamento e seleção de pessoas colaboradoras.

Nesse ponto, a IA opera conforme a base de dados que a alimenta. Se essa base possui vieses — de raça, gênero ou de outra natureza, é possível que isso se reflita nos resultados.

Então, por exemplo, uma empresa que contrata apenas homens, brancos, na faixa de 20-35, vai criar, de forma automática, um perfil padrão com essas características para a inteligência artificial.

No entanto, é possível configurar a inteligência artificial para não reproduzir esse viés e para remover atributos sensíveis que possam levar a discriminação em qualquer de suas atuações.

Ou seja, a inteligência artificial pode aplicar técnicas de reequilíbrio para garantir que todas as categorias sejam tratadas de forma justa.

Além disso, a tecnologia também permite que a opinião das pessoas recrutadoras não interfira tanto no processo. Assim, o processo também se torna menos parcial e com menos vieses.

Para isso, é importante garantir que a amostragem de dados seja diversa e representativa também. Então, é necessário coletar dados de várias fontes e incluir amostras equilibradas de diferentes grupos.

Melhoria da gestão de desempenho dos colaboradores

Como já mencionado, a inteligência artificial é capaz de acelerar todos os processos, otimizar tarefas e eliminar repetições e tarefas necessárias. Como consequência disso, melhora a gestão de desempenho e diminui a sobrecarga de trabalho das pessoas colaboradoras.

Essa é uma forma de aproveitar melhor todos os recursos do negócio e gerar maior eficiência operacional e produtividade das pessoas colaboradoras.

Melhoria da comunicação interna e engajamento dos funcionários

A inteligência artificial permite que todas as informações e processos fiquem centralizados em um único sistema.

Isso permite sincronizar e diminuir os ruídos da comunicação interna da equipe. Afinal, todas as pessoas colaboradoras têm acesso fácil aos dados e às informações mais importantes.

Como consequência da melhoria da comunicação interna, a inteligência artificial também promove o engajamento das pessoas colaboradoras com a empresa.

Otimização do processo de treinamento e desenvolvimento

Por fim, assim como no processo de atração e seleção de pessoas, a inteligência artificial também promove a otimização do processo de treinamento e desenvolvimento especialmente porque permite:

Criar planos de estudos personalizados e direcionados às particularidades e necessidades da pessoa colaboradora;

Construir mecanismos de análise de dados e acompanhamento do engajamento nos programas de desenvolvimento;

Mensurar resultados das ações através de relatórios com indicadores de treinamento e desenvolvimento.

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Como aplicar Inteligência Artificial no RH

Diante disso, surge uma questão fundamental: como começar a aplicar a inteligência artificial no RH?

Agora que você já sabe os benefícios de adotar a inteligência artificial nos processo de RH, vamos à parte prática.

É importante ter em mente que não existe uma fórmula mágica ou receita de bolo para adotar essa tecnologia no setor de RH. Todos esses processos devem considerar as especificidades e particularidades da empresa.

No entanto, de forma geral, a implementação de IA compreende as seguintes etapas:

  • Identificar as necessidades e desafios específicos da empresa;
  • Escolher as ferramentas de inteligência artificial adequadas para cada área do RH;
  • Coletar e preparar os dados necessários para implementar e mensurar as ações da IA;
  • Treinar e ajustar os algoritmos de IA para atender aos objetivos da empresa;
  • Monitorar e aprimorar os sistemas de IA de forma contínua.

Desafios da implementação da IA ​​no RH

Apesar de tantos benefícios, quando falamos da implementação da IA no RH, não faltam desafios — especialmente porque traz muitas novidades e, por essa razão, demanda alguns cuidados.

A verdade é que todas as pessoas ainda estão aprendendo e assimilando todos os impactos da IA. Para as lideranças não é diferente: “os grandes desafios da liderança de tecnologia se relacionam, de forma especial, ao futuro da tecnologia”.

E o primeiro ponto é que as novas ferramentas exigem habilidade técnica. Como bem aponta o artigo da McKinsey & Company, a tecnologia é apenas uma parte desse processo. A outra parte depende da capacitação das pessoas para atuarem com a tecnologia e com os novos processos, através de estratégias de Reskilling e Upskilling.

Ou seja, a IA é importante para gerar mais produtividade e eficiência nos processos. Só que é imprescindível que as pessoas colaboradoras estejam preparadas para trabalhar alinhadas a essa tecnologia.

Por isso, a empresa precisa promover programas de desenvolvimento de pessoas em Digital Skills e prepará-las para o futuro.

Nada disso é possível se as pessoas colaboradoras não estão dispostas a se desenvolverem e, sobretudo, a utilizarem uma nova ferramenta.

Sendo assim, outro desafio à implementação de IA é identificar possíveis barreiras e resistências à mudança na própria cultura organizacional.

Por fim, os outros desafios se referem à garantia da ética e transparência no uso da IA, especialmente no que se refere ao gerenciamento da segurança e privacidade dos dados das pessoas colaboradoras, em cumprimento às normas legais de proteção de dados.

Exemplos práticos de aplicação da Inteligência Artificial no RH

Sendo assim, é possível aplicar a inteligência artificial em diferentes etapas da área de RH de uma organização.

Alguns exemplos práticos dessas possibilidades são:

  • Automação de tarefas administrativas repetitivas;
  • Chatbots e assistentes virtuais para atendimento e suporte às pessoas colaboradoras;
  • Análise preditiva para identificar tendências de rotatividade e engajamento das pessoas colaboradoras;
  • Recomendações personalizadas de treinamento e desenvolvimento com base em análise de dados.

O que considerar para uma implementação bem-sucedida da IA ​​em Recursos Humanos

Assim, para implementar a tecnologia de IA no RH de forma bem-sucedida, é importante considerar alguns pontos:

  • Estabelecer parcerias estratégicas com fornecedores de tecnologia de IA;
  • Criar uma estratégia de implementação gradual e iterativa;
  • Monitorar com frequência os resultados e indicadores-chave para avaliar o impacto das ações;
  • Construir e envolver as pessoas colaboradoras em uma cultura de feedback contínuo sobre o processo de implementação.

    O futuro da IA ​​nos Recursos Humanos

De todo modo, o fato é que o percurso da inteligência artificial no RH só está começando. Existem muitas perspectivas de desenvolvimento e aprimoramento das tecnologias de IA aplicadas ao RH no futuro.

Um dos recursos que está chegando é um sistema de IA que auxilia a praticar o que chamam de “RH Sistêmico” — para entender o papel das habilidades, cultura, diversidade, remuneração e outros fatores nas melhorias na contratação, desenvolvimento, mobilidade interna, design de trabalho, produtividade e crescimento.

Além do mais, outra tendência é o aprimoramento no papel da IA na gestão da diversidade e inclusão no ambiente de trabalho. Não só no processo de contratação — como já mencionado, mas também no percurso do contrato de trabalho.

De todo modo, o fato é que os profissionais de RH precisam se preparar para aproveitar as oportunidades trazidas pela IA no futuro. Nada melhor do que se desenvolver habilidades técnicas e comportamentais e se capacitar para o que está por vir.

E você, como está se preparando para todas as novidades que a inteligência artificial traz para a área de RH?

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Athena Bastos
Athena Bastos

Supervisora de Conteúdo da Alura Para Empresas. Bacharela e Mestra em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós-graduanda em Branding: gestão estratégica de marcas pela Universidade Castelo Branco - UCB. Escreve para blogs desde 2008 e atua com marketing digital desde 2018.

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