Olá! Meu nome é Jefferson Silva, sou coordenador de projetos educacionais na Alura, e irei acompanhar vocês neste curso sobre construção de materiais de instrução engajadores.
Audiodescrição: Jefferson é um homem branco, com barba e cabelos escuros. Ele usa óculos e está vestindo um moletom azul marinho da Adora.
Minha trajetória no grupo começou em 2014, quando iniciei ministrando cursos presenciais na Kallon, principalmente sobre Java. Após algum tempo, passei a capacitar novas pessoas instrutoras para ministrar aulas presenciais. Assumi a coordenação da Unidade São Paulo da Kallon e, depois de algum tempo, fiz uma transição de carreira internamente, passando para a Alura, na produção de conteúdos online.
Fiquei responsável pela produção de conteúdos na área de programação e DevOps, sem deixar de atuar na capacitação de novas pessoas instrutoras e na produção de novos conteúdos educacionais. Nosso objetivo com este curso é compartilhar um pouco da experiência que temos na construção de treinamentos e materiais online, mostrando como podemos apresentar um conteúdo de forma mais estruturada. Utilizaremos metodologias ativas para tornar a aprendizagem mais dinâmica e envolvente, considerando tanto treinamentos ao vivo, no modelo mais síncrono, quanto materiais gravados, que podem ser compartilhados posteriormente com várias pessoas.
Para quem é este curso? Se você é uma pessoa profissional que tem o papel de multiplicar conhecimento e foca na construção de treinamentos corporativos, principalmente na área de tecnologia e conteúdos mais técnicos, venha conosco. Vamos abordar vários tópicos relevantes sobre este assunto.
Na continuação desta formação de multiplicadores, vamos partir do ponto onde paramos. Havíamos discutido a construção de todo o conteúdo que queremos apresentar no nosso treinamento, considerando a emenda, o plano de aula, as restrições, a carga horária a ser cumprida e o público-alvo. Saímos com uma ideia clara do que queremos ensinar e de como vamos ensinar, abordando um pouco sobre metodologia ativa e formatos de treinamento que podemos utilizar. Agora, vamos começar a detalhar esse conteúdo e pensar na criação dos materiais.
Inicialmente, falaremos sobre uma ferramenta essencial para o detalhamento: os roteiros e os diversos tipos que podemos utilizar. Em seguida, discutiremos como prosseguir com a criação dos materiais que utilizaremos no treinamento. Por fim, faremos uma breve revisão de tudo que conversamos para ver como tudo se encaixa.
Nosso primeiro passo é discutir a criação de roteiros. Provavelmente, já participamos de algum treinamento, assistimos a uma aula ou a um vídeo, e percebemos que estava muito bem estruturado, proporcionando uma experiência satisfatória. Isso se deve, muitas vezes, a um roteiro bem escrito e estruturado, que gera esse tipo de material.
Por que é importante roteirizar nossos treinamentos e materiais? Vamos considerar um exemplo prático em cursos técnicos. Se queremos ensinar funções em Python para um público diverso, com pessoas que já sabem programar e outras que estão no início da lógica de programação, precisamos planejar o material de forma diferente. Talvez devamos nivelar o material para o público iniciante, trazendo mais definições e começando com conceitos básicos da linguagem até chegar às funções em Python. Por outro lado, se o público for mais avançado, podemos pular a etapa inicial e ir direto para o uso das funções.
É fundamental ter essa organização inicial e entender como os tópicos se encaixam no treinamento. O roteiro nos ajuda a colocar tudo isso em ordem, facilitando a reorganização, seja em uma planilha ou documento de texto.
Outro ponto importante é o alinhamento com os objetivos de aprendizagem. O roteiro deve sempre responder o que a pessoa conseguirá fazer após assistir à aula ou vídeo. Isso indica se o roteiro foi bem construído, entregando o necessário para que a pessoa realize a ação desejada no final. Se queremos ensinar funções em Python, devemos definir claramente o que é uma função, explicar a teoria, mostrar como construir uma função, apresentar um código pronto, propor exercícios práticos e revisar para garantir que a pessoa entendeu e sabe aplicar em problemas reais.
A adaptação ao público-alvo também é crucial. Dependendo do público e da distribuição do conhecimento, precisamos ajustar a forma de comunicação e os termos utilizados no treinamento. É importante evitar jargões, especialmente para turmas iniciantes. Por exemplo, ao falar de API, devemos considerar se as pessoas já sabem o que é uma API no contexto do curso.
Precisamos adaptar as explicações para diferentes públicos. Para iniciantes, devemos fornecer explicações detalhadas, enquanto para um público mais avançado, podemos pular algumas explicações e oferecer mais desafios. Assim, ajustamos a composição dos materiais de treinamento para atender às necessidades de cada público da melhor forma.
Por último, é importante prevenir imprevistos. Isso inclui situações como decidir fazer um live code em um treinamento presencial ou síncrono e enfrentar um bug inesperado. Esse tipo de imprevisto poderia ser evitado com um roteiro mais detalhado e a escrita prévia do código, o que ajuda a identificar pontos críticos. Um ponto crítico pode ser não apenas um bug, mas também uma parte mais difícil do conteúdo, onde já sabemos que podem surgir dúvidas. Se já aplicamos o treinamento antes e percebemos que essa parte é desafiadora, podemos trazer mais exemplos e diferentes explicações para o mesmo conceito. O roteiro nos ajuda a identificar esses pontos e a planejar onde devemos ter mais atenção para atingir o objetivo de aprendizagem.
Na construção do nosso roteiro, alguns elementos se repetem. Assim como em um roteiro de viagem, temos um ponto de partida, um ponto de chegada e pontos essenciais que não podemos deixar de visitar. No roteiro de um treinamento, começamos com o conhecimento prévio do público-alvo e podemos usar metodologias como a aprendizagem baseada em projetos ou problemas para contextualizar o que queremos ensinar. Por exemplo, ao ensinar funções em Python, podemos mostrar como aprendemos a codificar as primeiras estruturas e algoritmos, destacando que, ao resolver problemas maiores, a repetição de código se torna um problema. Esse é um bom momento para introduzir funções, que ajudam a evitar essa repetição.
É essencial ter essa contextualização inicial para ancorar o que queremos ensinar e mostrar a utilidade prática do conhecimento. A partir do início, estabelecemos nossos checkpoints, que podem incluir desenvolvimento teórico, soluções para problemas apresentados, pausas para reflexão, exercícios, atividades ou recomendações de materiais extras. Tudo isso deve ser planejado no roteiro, pois consome tempo. Se estamos pensando em uma carga horária, especialmente em material em vídeo, podemos ter restrições, como a duração máxima de 15 minutos. Os checkpoints ajudam a delimitar onde cada parte do conteúdo será inserida.
Por fim, chegamos ao final do roteiro, onde verificamos se alcançamos o objetivo de aprendizagem. É um bom momento para revisar tudo o que foi ensinado e verificar se respondemos à pergunta inicial sobre o que a pessoa deve ser capaz de fazer após consumir o material.
Em seguida, exploraremos diferentes tipos de roteiros e entenderemos em quais situações cada um é mais adequado, além de como são estruturados. Esperamos que este vídeo tenha sido útil e que tenham aprendido algo. Até o próximo vídeo!
No nosso bate-papo inicial sobre roteiros, discutimos a importância de roteirizar e entendemos a estrutura básica de um roteiro. Mencionamos rapidamente que existem diversos tipos de roteiros que podemos construir. Antes de falarmos sobre os diferentes tipos, vamos pensar em algumas situações.
Vamos supor que, inicialmente, dominamos um conteúdo técnico, como Python, por exemplo. Podemos estar falando de integração de Python com OpenAI e inteligência artificial. Nesse caso, ao dominarmos o tema e construirmos o treinamento, podemos escolher entre um roteiro detalhado, contendo trechos de códigos e todas as falas para a gravação de um vídeo, ou um roteiro mais simplificado, que especifica apenas alguns pontos importantes para uma gravação mais natural.
Para essa primeira situação, onde dominamos o conteúdo e vamos construir o treinamento e os materiais, geralmente podemos seguir por essas duas rotas: um roteiro mais detalhado ou simplificado. No entanto, existe outra situação, que é quando trabalhamos com pessoas conteudistas. Nem sempre dominamos todos os tópicos ou desejamos fazer a parte inicial de construção do material, então contratamos alguém para isso. Essa pessoa pode nos fornecer um roteiro específico, que seria bem mais detalhado.
Por que um roteiro mais detalhado nesse caso? Como não conhecemos o conteúdo tecnicamente, precisamos de um roteiro bem escrito, com tudo o que precisa ser dito e todos os trechos de código, se for algo técnico, para que possamos copiar, colar e explicar, mesmo sem dominar a tecnologia ou o conteúdo a ser apresentado.
Olhando para essas duas situações, percebemos que existem tipos de roteiros que se encaixam melhor. Na segunda situação, poderíamos ter um roteiro para vídeo, por exemplo. A pessoa escreve tudo o que precisa ser dito, e podemos contratar pessoas para ler o roteiro e apresentar o vídeo de forma natural. São pessoas mais preparadas para aparecer na frente da câmera.
Com essa exposição inicial, vamos falar sobre alguns tipos de roteiros que podemos utilizar. Apresentamos quatro tipos de roteiro: detalhado, simplificado, para vídeo e para podcast. Todos podem ser utilizados em um contexto educacional, e começaremos falando sobre o roteiro mais detalhado.
O roteiro detalhado traz o máximo de explicação possível. Pode ser um documento em texto, onde incluímos todas as falas e tudo o que precisa ser ensinado. Esse tipo de roteiro é interessante quando trabalhamos com alguém que não tem familiaridade com o tema ou tem dificuldade para aparecer em frente à câmera, correndo o risco de esquecer algo. Nesse caso, um roteiro detalhado pode ser importante, pois a pessoa pode usá-lo em um teleprompter ou numa tela secundária enquanto grava o vídeo.
Qual é o problema disso? A pessoa pode desviar a atenção ao ler o roteiro, o que pode tornar a fala mais robótica. Pode até haver indicações no roteiro para rir, o que torna tudo mais artificial. Queremos evitar isso. Mesmo com um roteiro detalhado, a pessoa pode ensaiar, ler em voz alta, para ter mais naturalidade ao falar, mesmo lendo um roteiro preparado anteriormente.
Se estivermos falando de um conteúdo técnico que envolve código, é importante testar todos os códigos antes e ter esse apoio no roteiro. Ter trechos de código já colocados para copiar e colar não diminui a qualidade do treinamento; pelo contrário, traz mais qualidade, pois apresentamos um código que funciona e foi testado. Isso evita perder tempo com cortes ou edições no vídeo, permitindo focar na explicação, que é a parte mais importante.
Vamos dar uma olhada em um exemplo de roteiro detalhado. Este é um roteiro detalhado sobre um curso de Copywriting com IA. Percebemos que há um detalhamento, com o nome da aula, o nome de cada vídeo, e para cada vídeo, uma contextualização. Por exemplo, há uma fala que poderia ser lida: "Imagine que você é um empreendedor que acaba de lançar um produto revolucionário no mercado." É um roteiro que permite ler passo a passo, mesmo sem conhecer o tema. Claro, seria interessante ter alguma familiaridade com o tema antes, mas é um roteiro que permite esse tipo de abordagem.
Para cada aula que temos, identificamos o contexto, o problema e a solução. A pessoa responsável por escrever isso já conseguiu identificar os pontos mais críticos e pode trazer mais detalhes. Existem alguns tópicos que não podem ser esquecidos, como comunicação clara, engajamento do público e maior conexão. Seguindo o roteiro ponto a ponto, conseguimos ministrar a aula.
Cada vídeo do treinamento possui uma descrição específica. Não é necessário seguir exatamente o formato que colocamos aqui; podemos escolher o formato que melhor funciona para nós. Em alguns casos, pode haver duas pessoas gravando o mesmo conteúdo, e pode ser interessante alternar as falas entre elas. Isso é especialmente útil quando há pessoas sem familiaridade com gravações. Este é um exemplo de um roteiro mais detalhado.
Agora, vamos falar sobre outro tipo de roteiro: o simplificado. Um roteiro simplificado apresenta informações em forma de tópicos. Em vez de detalhar as falas, trazemos apenas a sequência do que precisa ser dito. A vantagem é que é mais fácil de elaborar e leva menos tempo para construir. É como um slide com tópicos do que precisa ser dito. No entanto, exige habilidade de improviso e domínio do conteúdo, especialmente em cursos técnicos. Precisamos ter familiaridade com o código para conseguir gravar ou ministrar um treinamento ao vivo.
A dica é focar no storytelling (narrativa) utilizado. Se temos uma história e uma sequência lógica dos passos, como em um código, uma coisa leva à outra, facilitando a lembrança do que fazer. Por exemplo, ao categorizar produtos utilizando OpenAI, existe uma sequência lógica a seguir. Essa sequência facilita a lembrança, pois sabemos qual problema queremos resolver e seguimos os passos lógicos para chegar à solução.
A vantagem de um roteiro simplificado, sem falas escritas, é a naturalidade. A fala é construída como se estivéssemos conversando e explicando cada tópico, trazendo mais naturalidade do que um roteiro com tudo escrito. Vamos ver um exemplo de roteiro simplificado.
Abrimos um roteiro de um curso sobre integração com a API da OpenAI para criar chatbots ou realizar tarefas com IA. Utilizamos o Notion para estruturar links, hierarquia de informação e trechos de códigos. É uma forma eficaz de organizar um roteiro, diferente de um documento no Google. No início, havia links especiais para apoio durante a gravação, seguidos de um roteiro detalhado por aula. Apesar de detalhado, cada aula contém tópicos. No vídeo 2, por exemplo, sobre criação de conta e playground inicial, temos um passo a passo do que precisa ser feito: criar uma conta na API OpenAI, configurar o pagamento, controlar custos e abrir o playground para uma interação simples. É necessário saber onde está tudo isso, pois durante a gravação não podemos procurar essas informações; devemos saber exatamente onde ir e apresentar a informação de forma objetiva.
Outro ponto importante no roteiro é a listagem de códigos prontos para referência e cópia durante a execução ou treinamento. Por exemplo, análise de sentimento com código já escrito e testado, especialmente envolvendo prompt (comando) em IA, que pode variar bastante. Temos também datasets (conjuntos de dados) para utilizar durante a gravação. É importante ter todas essas informações organizadas. Devemos ter cuidado para não expor informações sensíveis, como credenciais. Utilizamos contas de teste e não colocamos senhas reais. Durante a gravação, tínhamos os dados para apoio, mas é sempre importante lembrar desses detalhes.
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