Neste artigo você verá a importância do upskill de colaboradores e colaboradoras para manter times atualizados em tecnologia e preparar pessoas para as demandas futuras das empresas: o que é, Upskilling digital, Reskilling x Upskilling, estratégias de upskilling e a importância no setor tech.
Que vivemos em um mundo em constante mudança, você já sabe. Novas tecnologias, novas informações, novos paradigmas se constroem a todo instante. Parece que vivemos em uma corrida, sempre com a necessidade de manter a atenção para mudanças que ainda previmos.
O que fazer para não se deixar afogar diante dessa realidade? O aprendizado contínuo é a saída.
Principalmente em setores como o de tecnologia, onde atualizar-se ou não pode refletir na qualidade direta da entrega - a velocidade de um software, a qualidade de um gráfico ou mesmo a resolução de um bug -, cada vez mais as lideranças focam em estimular que as pessoas sejam adeptas do lifelong lerarning.
Todas as pessoas podem aprender todos os dias. A cada dia um pouco mais, preparando-se para problemas reais. Porque as demandas de amanhã não surgem do nada.
As demandas, assim como as soluções, são fruto do hoje. E quando nos abrimos para pensar e repensar, também criamos a oportunidade de reimaginar as saídas.
Por isso, vamos falar sobre upskill e suas estratégias neste artigo.
O que é upskill
Upskill é o aprendizado de competências e habilidades em uma área de conhecimento onde a pessoa já está inserida, como uma atualização ou aprofundamento para aumento do domínio sobre a matéria.
Esse aprendizado constante, reforço ao conhecimento já adquirido, contribui não só para aumentar a produtividade individual e organizacional. Ele também prepara as pessoas para resolverem problemas mais complexos e até mesmo imprevistos.
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Como escreve Adam Grant em seu livro “Pense de Novo”:
“As culturas de aprendizagem, em que o valor principal é o desenvolvimento, têm mais probabilidade de levar as pessoas a repensar mais, transformando ciclos de repensamento em rotina. Em empresas com essa prática, a norma é que os funcionários saibam o que não sabem, duvidem de métodos utilizados e permaneçam curiosos por novidades a serem testadas. Existem evidências de que, em culturas de aprendizado, as corporações inovam mais e cometem menos erros.”
Upskilling Digital
A pandemia de COVID-19 desencadeou inúmeras mudanças no comportamento de trabalho, inclusive a visão das empresas sobre upskill e reskill de colaboradores e colaboradoras.
Segundo a pesquisa “Future of Jobs”, 42% das pessoas empregadoras entrevistadas planejaram acelerar as estratégias de Upskilling digital, sobretudo através da educação tecnológica.
Conforme os dados levantados, a maior parte das estratégias de upskilling digital eram voltadas ao uso de tecnologia e a Skills de Design.
Veja, por exemplo, as estratégias de educação corporativa e Lifelong Learning que a Globo vem empregando para desenvolver pessoas em tecnologia:
Upskilling e Reskilling
Outra estratégia comumente utilizada, junto ao upskill de colaboradores e colaboradoras é o reskill.
A diferença de Reskilling e Upskilling está na área de aprendizado e desenvolvimento de novas habilidades. Enquanto no Upskilling as pessoas desenvolvem competências e habilidades dentro da sua área de conhecimento e atuação, no Reskilling elas se desenvolvem em outras áreas.
Se utilizarmos a metáfora do desenvolvimento em T (T-Shaped), o Upskilling estaria para o desenvolvimento da barra vertical, enquanto o Reskilling estaria para o desenvolvimento da barra horizontal.
Ambos os tipos de aprendizagem ampliam o leque de possibilidades nas carreiras e contribuem para formar profissionais com maior adaptabilidade para as oscilações e atualizações do mercado.
4 estratégias de Upskilling
Investir em desenvolvimento, capacitação de funcionários e funcionárias, é uma tendência apontada por diversos especialistas.
Vejamos, então, algumas estratégias para prover o upskill de suas equipes:
Gestão de Skills e mapeamento de gaps
O primeiro passo para ações de upskill de colaboradores e colaboradoras é entender tanto as necessidades da empresa, quanto o cenário de desenvolvimento das pessoas.
A Suzano, por exemplo, trouxe algumas formas de identificar gaps na gestão de Skills em uma live com a Alura Para Empresas. Assista abaixo:
Isto exige, portanto, entender quais as funções necessárias para a produtividade da organização, bem como as Soft Skills e Hard Skills que possibilitam o avanço das atividades.
A partir dessa compreensão, é hora de avaliar as pessoas, entender quais os seus pontos fortes e o que é necessário para que elas se desenvolvam em conjunto à organização.
Desenho de PDIs e planos de carreira
Após esse mapeamento, é importante colocar em prática os planos de desenvolvimento.
Do ponto de vista do organograma empresarial, é preciso pensar a estrutura da empresa, da atribuição de funções às Soft Skills e Hard Skills necessárias a elas. Isto também leva a um desenho dos planos de carreira, muito embora o incentivo ao upskill não dependa de atribuições.
Afinal, as empresas precisam incentivar o desenvolvimento contínuo, independentemente das exigências imediatas de uma função, tendo em vista que cada vez mais os conhecimentos se correlacionam na resolução de problemas complexos.
O PDI (Plano de Desenvolvimento Individual), por exemplo, pode prever tanto as Skills relativas aos planos de carreira, quando competências e habilidades diversas que agreguem ao desafio cotidiano.
Assim, as empresas estimulam as pessoas a também serem protagonistas de seu desenvolvimento.
Estratégias de educação corporativa
Para incentivar colaboradores e colaboradoras, as empresas estão apostando em estratégias de educação corporativa.
Uma estratégia de educação corporativa enxerga as metas da organização e o potencial das pessoas para esse objetivo. Como Idalberto Chiavenato explica a tendência:
“Muitas organizações estão caminhando gradativamente do T&D para a educação corporativa, em uma migração paulatina e definitiva. A diferença está em que o T&D, pela sua própria natureza e configuração, é quase sempre local, tópico, just in time, reativo, micro-orientado, agregador. A educação corporativa apresenta a vantagem de ser holística, sistêmica, proativa e sinérgica.”
Portanto, a educação corporativa é um processo, um aspecto da cultura organizacional, em que Upskilling e Reskilling precisam ser promovidos como parte de um aprendizado contínuo.
Mentorias e treinamentos
Dentro das estratégias de educação corporativa, por fim, as empresas podem pensar em mentorias e treinamentos para upskill de pessoas colaboradoras.
Os treinamentos podem ser pensados em conjunto ao mapeamento de gaps e aos planos de desenvolvimento individual. Assim, há um maior direcionamento, considerando as metas da organização e o interesse particular.
Mas atualmente há outro ponto que precisa ser repensado: o formato desses treinamentos.
Em um mundo tão volátil, onde o aprendizado contínuo é uma forma de manter equipes preparadas para os desafios do futuro, as formas tradicionais de ensino já não conseguem atender as empresas como esperado.
Se um dia pode ser o bastante para mudar toda uma estratégia, como garantir que as pessoas aprendam e reaprendem na mesma velocidade?
O microlearning e a educação corporativa remota se desenvolveram justamente para garantir que as pessoas aprendam ao seu tempo, conforme a necessidade.
Ao aprender um pouco a cada dia, as pessoas podem se manter atualizadas, aprofundar seus conhecimentos e até mesmo desenvolver novas habilidades e competências, tudo isso sem comprometer a sua rotina. Isto ajuda também a evitar problemas como a falta de tempo para o aprendizado.
Já a educação corporativa EAD dialoga bastante, inclusive, com o formato de trabalho remoto. À distância, online e até mesmo offline, as pessoas podem aprender de casa, do trabalho, do trânsito, a qualquer lugar e momento.
Ao invés de uma vida adaptada para permitir o aprendizado, agora temos o aprendizado adaptado às vidas de diversas pessoas.
A importância do upskill em empresas de tecnologia
Como escreve Adam Grant, ao analisar o emblemático caso da BlackBerry, que conquistou o mercado, mas foi engolida pela dificuldade em se transformar:
“Se adaptar a um ambiente em transformação não é algo que uma empresa faça, e sim pessoas, por meio das muitas e muitas decisões que tomam todos os dias.”
São as pessoas, portanto, que conduzem o movimento das organizações. E o sucesso ou insucesso, a capacidade de se adaptar ou de se perder em meio às mudanças, é mérito das pessoas.
Sendo assim, para que uma organização se transforme, para que times se atualizem com constância para trazer inovação, é preciso criar raízes entre as pessoas, desenvolver uma cultura de aprendizado forte e investir nesse caráter inovador.
Empresas que investem em educação corporativa, segundo dados da Deloitte, possuem até 92% mais probabilidade de inovar e 37% mais produtividade.
Mas não é só isso.
Em um mundo em que 85 milhões de empregos podem desaparecer e quase 97 milhões de novas funções podem surgir, conforme dados da pesquisa “Future of Jobs” citada anteriormente, é preciso pensar na capacidade de adaptação também das organizações, pensar no reskill e no upskill de pessoas, pensar no passo a ser dado em direção ao futuro.
Se você quer investir em Upskilling e Reskilling, conheça os diferenciais da Alura Para Empresas, a organização que engloba as soluções corporativas da maior escola online de tecnologia do Brasil. Fale com nosso time e veja como podemos impulsionar sua equipe!
Referências
- CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: o capital humano das organizações. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2020.
- GRANT, Adam. Pense de novo. 1. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2021.