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O futuro da liderança: tendências para 2026

Athena Bastos

Athena Bastos


O mundo corporativo está mudando em uma velocidade sem precedentes. Ferramentas como a automação, a Inteligência Artificial e a digitalização redefiniram o papel das lideranças. No entanto, é fato que o elemento humano nunca foi tão essencial.

Nesse cenário, compreender as tendências de liderança e as novas dinâmicas da gestão de pessoas é fundamental para construir organizações mais humanas, sustentáveis e preparadas para o futuro.

Segundo um relatório da Gartner, o futuro da liderança será moldado pela combinação do talento humano e o uso da IA para revolucionar o setor de Recursos Humanos, trazendo empatia e propósito para saber como liderar da melhor forma possível.

Além disso, a busca do equilíbrio entre performance e bem-estar, a valorização da cultura organizacional e a adoção de modelos de liderança human-centric, também se destacam como pilares estratégicos para empresas competitivas.

E o que muda na forma de liderar, gerir e inspirar equipes em 2026? Quais serão as competências indispensáveis para navegar nesse cenário híbrido entre pessoas e inteligências artificiais? Como conciliar a gestão de pessoas com tantas mudanças de trabalho?

Continue a leitura deste artigo para entender e se preparar para as tendências em liderança do próximo ano e seu impacto para o futuro das empresas!

Quais foram os maiores desafios para liderar equipes em 2025?

Para entendermos melhor o que o futuro espera das lideranças, é interessante observar os principais desafios vivenciados pelas gestões no último ano. Confira alguns destaques a seguir.

  • 1. Adaptação a tecnologia e a IA: no relatório divulgado pela Gartner, um dos grandes desafios para CEO em 2025 eram relacionados a Inteligência Artificial. Na época 79% das lideranças de empresas acreditavam que a IA causaria um impacto maior do que qualquer outra inovação. Se antes a Inteligência Artificial era uma realidade distante, ao longo do ano ela se mostrou uma ferramenta de trabalho.
  • 2. Trabalho em equipe: com times cada vez mais diversos e de diferentes gerações, o trabalho em equipe foi uma grande preocupação para a liderança ao longo de 2025. Ao encontrar soluções para manter times motivados e aprender como liderar mesmo em regimes presenciais, híbridos e remotos, as lideranças tinham como grande objetivo combinar habilidades e pontos de vista para criar um ambiente de colaboração seguro e construtivo.
  • 3. Mudanças rápidas no mercado: outra preocupação de 2025, segundo a Gartner, foi a volatilidade financeira do mercado, em que uma série de mudanças operacionais precisaram ser implementadas diante das alterações da rotina. Nesse caso, não foram realizadas apenas uma otimização de custos, mas também uma realocação de gastos para aumentar a competitividade a longo prazo.

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Tendências em liderança para 2026

Diante dessas questões, é preciso se adaptar para o que vem e melhorar o que foi implementado para uma liderança em 2026 que seja efetiva em suas ações, unindo hard e soft skills e que esteja aberta a uma melhoria contínua para o crescimento de todas as pessoas colaboradoras.

Veja as principais tendências para liderança e gestão de pessoas em 2026 abaixo.

1. A nova liderança human-centric

A liderança human-centric é uma das transformações mais importantes dos últimos anos, e pode ser encarada como uma evolução do modelo tradicional de gestão baseado em hierarquia e controle.

Essa liderança humanizada prioriza o desenvolvimento e as necessidades das pessoas colaboradoras, valorizando a escuta ativa, a empatia e a inclusão. Esse estilo de gestão parte da ideia de que o ser humano não é apenas um recurso, mas o motor da inovação e da cultura organizacional.

Em 2026, as lideranças bem-sucedidas serão aquelas que entendem as emoções, os limites e as motivações das pessoas e saberão como alinhar esses aspectos às metas organizacionais.

Segundo o artigo do Harvard Business Impact, para implementar uma liderança human-centric com sucesso, é importante que a gestão tenha autoconhecimento e inteligência emocional](https://www.alura.com.br/empresas/artigos/inteligencia-emocional). Dessa forma, é possível estar em sintonia com suas emoções e tomar decisões conscientes, com habilidade para lidar com situações complexas com clareza e integridade.

2. Cultura organizacional como base da liderança moderna

A cultura organizacional é o alicerce que sustenta o comportamento e as decisões dentro da empresa. No futuro da liderança, ela será ainda mais estratégica, funcionando como um norteador para a tomada de decisão e como principal elemento na atração de talentos.

Segundo o relatório “State of the Global Workplace”, da Gallup, o engajamento global das pessoas funcionárias chegou a 21%, representando uma queda de cerca de US$ 438 bilhões em perda de produtividade. Esse resultado é extremamente afetado pela cultura da empresa, mas ações de lideranças podem melhorar esse cenário.

Dessa forma, elas precisam atuar como multiplicadoras dessa cultura, ao promover valores como transparência, confiança e diversidade. A tendência é que, até 2026, a cultura se torne mais fluida e adaptável, e integre o propósito organizacional à experiência das pessoas colaboradoras e clientes.

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3. Integração entre líderes, tecnologia e a liderança de não humanos

Outra tendência marcante é a ascensão da liderança de não-humanos, ou seja, a integração entre líderes humanos(as) e sistemas inteligentes capazes de apoiar a tomada de decisão.

Ferramentas de IA e análise de dados estão sendo usadas para mapear perfis de comportamento, prever riscos de rotatividade e até recomendar trilhas de desenvolvimento personalizadas.

Porém, é importante deixar claro que isso não significa que as lideranças serão substituídas por algoritmos, pelo contrário, a tecnologia será uma aliada para liberar tempo e permitir que a gestão foque no que mais importa: liderar pessoas com empatia, estratégia e propósito.

Segundo a previsão da Gartner, até 2027, 75% dos processos de contratação passarão a incluir certificação e testes focados na familiarização da pessoa candidata aos recursos da Inteligência Artificial.

A chegada da liderança de não-humanos representa uma das fronteiras mais inovadoras das tendências em liderança. Sistemas baseados em IA já começam a atuar em funções de gestão, desde a recomendação de promoções até a organização de tarefas e metas.

Embora pareça futurista, essa realidade traz discussões éticas e práticas sobre até onde a tecnologia deve ir na gestão de pessoas. A função humana, nesse contexto, passa a mediar e direcionar o uso da IA para o bem coletivo, mantendo a empatia e a justiça nas decisões.

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4. Liderança com foco em equipes híbridas e multiculturais

No relatório “O Cenário do RH no Brasil”, de 2024, desenvolvido pela ABRH Brasil e Umanni, o modelo híbrido é adotado por cerca de 46% das empresas entrevistadas e tem se destacado como um fator estratégico para a qualidade de vida e retenção de talentos.

Nesse cenário, a liderança em gestão exige novas competências, como a habilidade de criar conexão e engajamento à distância, e saber como liderar equipes distribuídas em um regime de trabalho que exige empatia digital, domínio de ferramentas colaborativas e uma comunicação clara e constante.

Outro detalhe é que o contexto multicultural, intensificado pelo trabalho remoto, reforça a importância da inteligência cultural e da diversidade.

Lideranças que desenvolvem essas habilidades conseguem alinhar pessoas com diferentes origens e perspectivas em torno de um mesmo propósito, fortalecendo a cultura organizacional e o senso de pertencimento.

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5. Qualificação de lideranças

Conforme a Development Dimensions International, em 2025 houve uma crise de credibilidade da gestão, em que somente 29% das pessoas entrevistadas tinham confiança em sua liderança.

Essa crescente pode ter diferentes origens, mas é fato que uma liderança qualificada consegue demonstrar confiança na sua equipe, estabelecendo mais segurança e aproximando as pessoas por meio de ações concretas de trocas e contribuições de todos os lados.

Nesse caso, é possível investir em uma série de conhecimentos e no desenvolvimento profissional das lideranças, por meio de cursos, workshops, trilhas de conhecimento completas, entre outras estratégias.

De acordo com a Pesquisa Educação Tech & Inovação nas Empresas 2025/26, desenvolvida pela Alura + FIAP Para Empresas, 62% dos respondentes apontaram os programas de desenvolvimento de lideranças como uma das iniciativas mais adotadas nas empresas, sendo uma ferramenta essencial para fortalecimento da cultura e criação de líderes ainda mais capacitados.

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O que esperar de líderes em 2026?

Foi possível notar, que o futuro da liderança será menos hierárquico e mais colaborativo em todas as áreas entre gestão e liderança. A hierarquia de liderança tradicional está sendo substituída por estruturas mais horizontais, nas quais o poder é distribuído e as decisões são tomadas em conjunto.

Modelos de liderança compartilhada ou liderança colaborativa permitem que diferentes profissionais assumam protagonismo conforme suas competências e o contexto da tarefa, o que aumenta a agilidade, melhora a inovação e cria um ambiente de corresponsabilidade, além de uma liderança descentralizada.

Outro destaque é o papel ainda mais estratégico exercido pela liderança, principalmente quando se trata da capacitação das pessoas lideradas. Um dos insights da Pesquisa Educação Tech & Inovação nas Empresas 2025/26 é que 29% dessas lideranças são as responsáveis por observar a efetividade das ações de treinamento nas organizações. Ou seja, eles também devem possuir um olhar voltado aos times, aliando a aplicação prática da teoria aprendida nos treinamentos.

Capacitar as pessoas líderes é algo visto como extremamente estratégico para as organizações. Dentre os temas de maior relevância para o aumento da eficiência operacional, o desenvolvimento de lideranças surge como o segundo tema mais relevante, ficando atrás somente de inteligência artificial.

Dessa forma, o futuro da liderança será moldado pela união entre uma série de fatores, como:

Por fim, mais do que nunca, o papel da liderança em 2026 será o de inspirar pessoas a crescerem juntas, construindo culturas organizacionais que valorizam o aprendizado, a inovação e a confiança.

Para preparar as lideranças e as pessoas da sua equipe para o que vem por aí, invista em programas de capacitação completos, como o da Alura + FIAP Para Empresas.

Com trilhas voltadas à gestão de pessoas, liderança digital e inovação, nosso ecossistema te ajuda a formar profissionais do futuro com preparo para lidar com os desafios estratégicos do amanhã.

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Athena Bastos
Athena Bastos

Coordenadora de Comunicação da Alura + FIAP Para Empresas. Bacharela e Mestra em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós-graduanda em Digital Data Marketing pela FIAP. Escreve para blogs desde 2008 e atua com marketing digital desde 2018.