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Tópicos avançados da agilidade: aprofunde seus conhecimentos em qualidade, valor e contratações

Evolução histórica da qualidade - Apresentação

O consultor e instrutor da Alura, Roberto Pina, dá as boas-vindas ao curso de Tópicos Avançados de Agilidade, onde vamos discutir qualidade, valor e contratações.

Autodescrição: Roberto Pina é um homem de pele clara, calvo, com olhos castanhos. Não está com barba, usa óculos e camiseta azul. Ao fundo, estúdio com quadros à esquerda e um painel em grade com o logotipo da Alura em neon azul à direita.

Contexto

Este é o 5º curso da formação Abordagens e práticas avançadas para times ágeis e tem como objetivo analisar como os tópicos de qualidade, valor e contratações são endereçadas no contexto Ágil.

Você que é um Agilista e quer aprofundar seus conhecimentos, precisa fazer uma imersão mais detalhada sobre qualidade, adição de valor e a parte de contratações. Pois, esses três tópicos interferem no dia a dia da difusão e utilização do Ágil nas organizações.

Público-alvo

Para quem é este curso?

Pré-requisitos

Para você aproveitar melhor este curso, é interessante seguir a formação e concluir o curso anterior sobre Agile Coaching: como difundir o Ágil nas organizações.

Conteúdo

O que será tratado neste curso?

Primeiramente, uma conceituação e evolução histórica da qualidade como ciência. Depois, o conceito de qualidade na origem e como o Ágil lida com esse termo.

Então, discutiremos adição de valor e o desafio do papel do Product Owner (PO) frente a esse tópico.

Em seguida, falaremos sobre orçamentação no mundo Ágil, conhecido como Agile Budgeting.

Finalmente, conheceremos sobre contratações no Ágil, como contratar e lidar com aquisições de desenvolvimento de produtos no contexto do Ágil.

Benefícios

Os benefícios deste curso e formação para você são:

Na sequência, vamos começar com o conteúdo sobre o conceituação e evolução histórica de qualidade. Vamos em frente?

Evolução histórica da qualidade - Conceito de qualidade

Vamos começar a falar sobre qualidade?

Ao fim deste vídeo, você vai:

Um conceito multifacetado

O que é qualidade? Quando nos deparamos com um carro ou um restaurante que nos encanta, temos intuitivamente uma sensação de produto ou serviço de alta qualidade.

Contudo, é necessário conceituar o termo de forma mais precisa quando vamos administrar essa qualidade. E esse conceito pode variar de acordo com o contexto. Por isso, a qualidade é considerada um conceito multifacetado que tem diferentes dimensões.

As dimensões da qualidade são:

A depender do contexto de análise, uma ou outra dimensão pode definir melhor o que é qualidade.

Correlações

A qualidade apresenta correlações positivas ou negativas com outros fatores.

Por exemplo, temos correlações positivas da qualidade com:

Isso significa que se a qualidade aumenta, a participação no mercado, lucratividade e produtividade também aumentam. E o contratário também é verdade. Se a qualidade diminui, esses fatores tendem a diminuir conjuntamente.

Por outro lado, há as correlações negativas da qualidade, como:

Isso quer dizer que nem tudo que tem mais qualidade, tem um preço ou custo mais alto. Inclusive, pode ser o oposto.

Em outras palavras, não existe uma correlação firme entre qualidade e esses dois fatores.

Quantos de nós não conhecemos algo ou algum lugar que não é tão caro, mas tem uma qualidade de produto ou serviço melhor que outro lugar mais caro? A correlação da qualidade com preço e custo é um mito.

Desafio

A qualidade ainda é um grande desafio. Embora, a qualidade total e outros movimentos já tenham estado mais em evidência em décadas passadas do que hoje, atualmente a questão da qualidade não está resolvida e ainda existem muitos problemas a serem enfrentados.

É um enorme desafio ainda nos dias de hoje e estamos longe de assegurar o domínio da qualidade nas diferentes indústrias.

E existem pontos fundamentais que quem vai administrar a qualidade deve considerar:

Isto é, definir, planejar, monitorar e controlar a qualidade. Não basta esperar que a qualidade aconteça sem que exista processo, ações e acompanhamento.

A qualidade não é responsabilidade somente de pessoas de teste ou de áreas específicas de qualidade.

Ações preventivas têm um custo, mas saem mais baratas do que corrigir. Porque correções são feitas quando já é tarde demais e em cima de produtos prontos, enquanto prevenção é uma ação antes de produzir para evitar defeitos.

Prevenção é uma palavra-chave da qualidade.

Os grandes gurus da qualidade trazem esses números. Podemos ter pessoas muito comprometidas e capazes que não conseguem produzir com qualidade, porque o processo não ajuda.

É preciso trabalhar em cima do processo e não simplesmente culpar as pessoas por falta de qualidade.

Porém, a qualidade não envolve só o processo, mas também cultura e atitude. As pessoas precisam ter um espírito de qualidade para que a qualidade aconteça.

Perceba os desafios e a complexidade a respeito do conceito de qualidade.

Na sequência, para entender um pouco mais sobre os principais fatores e conceitos associados ao desafio da qualidade, vamos falar sobre a evolução histórica do estudo dessa ciência da qualidade e as principais descobertas feitas ao longo do tempo.

Evolução histórica da qualidade - Evolução histórica

Vamos prosseguir nessa temática tão interessante sobre qualidade. Agora, falaremos sobre a evolução histórica dessa ciência.

Com isso, ao fim deste vídeo, você vai:

Walter Shewhart

A primeira pessoa considerada importante na evolução da qualidade como ciência é o Walter Shewhart, um trabalhador da Bell Telephone nos anos 20.

Naquela época dos primórdios da indústria, havia a inspeção 100%, onde todos os produtos tinham que ser inspecionados um a um para garantir se tinham qualidade.

Desse modo, se faziam teste em cada produto e cada peça produzida. Se a inspeção não fosse feita, havia sério risco de o produto ir para o mercado com defeito.

Porém, com o advento da produção em massa e o aumento dos volumes produzidos, temos uma indústria onde a quantidade de itens manipulados é muito grande. E começa a ficar inviável essa inspeção detalhada.

A contribuição do Shewhart foi a criação em 1924 do conceito de CEP ou Controle Estatístico do Processo.

Um sistema de telefonia nos anos 20 tinham grandes quantidades de dispositivos eletromecânicos e conexões que falhavam facilmente. Assim, tentar gerenciar a qualidade desses dispositivos um por um não era mais possível. O CEP veio para substituir essa inspeção 100%.

O CEP consiste em modelar amostragens. Ao invés de testar um lote inteiro, dimensiona-se de maneira matemática com o uso de estatística um lote menor, mas é representativo do todo.

Fazemos uma inspeção 100% nesse lote menor. Sendo a amostra representativa, se aquele lote tiver um nível de defeitos dentro de uma faixa considerada razoável, podemos dizer que o lote todo também atende aquela taxa de defeitos de maneira adequada, dentro de uma margem de certeza, por inferência estatística.

Shewhart também introduziu gráficos de controle no ambiente de trabalho. Uma ferramenta importante para verificar se um processo está querendo sair de controle.

Gráfico de controle introduzido por Walter Shewhart. Gráfico de linha dividido em 6 faixas horizontais de mesmo tamanho. A primeira faixa, de cima para baixo, está pintada de verde e categorizada com a letra "A", a segunda contém a letra "B" e está pintada de laranja e a terceira, com a letra "C", é de cor bege. As faixas seguintes espelham as características das três primeiras: a quarta faixa contém a letra "C" e é de cor bege, a quinta está com a letra "B" e é de cor laranja, enquanto a sexta e última faixa é verde com a letra "A". O gráfico contém uma série de pontos em sequência, conectados por uma linha branca. A maioria dos pontos se concentra nas duas faixas centrais (categorizadas com a letra "C"). Apenas alguns pontos estão alocados nas regiões de categoria "B" e nenhum ponto chega às faixas das extremidades (de categoria "A"). As linhas representam uma trajetória irregular, que intercala subidas e descidas acentuadas.

William E. Deming

Um outro guru da qualidade, o mais famoso e importante, é o norte-americano William Edwards Deming. É considerado o pai do movimento japonês da qualidade no século XX.

Deming foi no Japão pós-guerra apresentar seminários e ajudou a indústria japonesa a definir sua doutrina e processos de qualidade. Algumas décadas depois, o Japão cresce em competitividade com os Estados Unidos.

Também enfatizou o uso da estatística no estudo da qualidade e o conhecimento dessa área matemática por pessoas em geral para entender melhor o que acontece no mundo da qualidade.

Além disso, é conhecido pelo ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act ou Planejar, Fazer, Verificar e Agir) ou também conhecido como ciclo de Deming e pelos 14 princípios.

Uma característica de Deming era ser rígido com a gerência, direção e cúpula das organizações, pois as considerava "a fonte de todo mal". Mas, era acolhedor com as pessoas trabalhadoras do "chão de fábrica", porque entendia que os problemas da qualidade eram mais da direção do que dos operadores.

Kaoru Ishikawa

Outra figura importante na evolução da qualidade como ciência foi Kaoru Ishikawa, o criador do conceito de Qualidade Total.

Esse termo "total" significa qualidade na dimensão horizontal (todos os departamentos e funções da organização) e vertical (desde os níveis mais altos da hierarquia até os mais baixos).

Dessa maneira, a qualidade total convida todas as funções e todos os níveis hierárquicos a se preocupar e comprometer com a qualidade.

Ishikawa também foi um grande difusor dos CCQs (Círculos de Controle da Qualidade) que são reuniões para discutir a qualidade. É como se fosse uma versão antiga da atual retrospectiva do Ágil.

Esse teórico japonês enfatizou o ataque às causas dos problemas da qualidade. Afinal, não adianta tomar uma ação paliativa se não atacar a causa do problema, pois assim o problema tende a se repetir.

E também difundiu as chamadas 7 ferramentas da qualidade, como instrumentos do dia a dia para garantir a qualidade.

Joseph M. Juran

Um contemporâneo do Deming que também influenciou o movimento japonês da qualidade do século XX foi Joseph Juran.

Introduziu um contexto mais gerencial e estratégico da qualidade para discutir planejamento, controle e melhoria da qualidade.

Juran definiu qualidade como adequação ao uso. Isto é, trouxe como um conceito da qualidade a adequação da interface do produto ou serviço com as pessoas.

Além disso, expandiu o Princípio de Pareto (1941) que envolve a priorização das principais causas e fatores que determinam a qualidade ou falta dela. É uma visão de priorização de ataque a questões ligadas a qualidade.

Philip Crosby

Outro teórico importante que trouxe contribuições relevantes era chamado Philip Crosby.

É o criador do conceito de zero-defeito, um dos mais importantes na qualidade. Esse conceito diz que quem for produzir um produto ou serviço deve ter uma atitude como se a qualidade dependesse apenas dele e não houvesse testes antes de chegar ao cliente.

Em outras palavras, é um pensamento de que se essa pessoa falha na qualidade, o defeito vai direto para o cliente e tem consequências desastrosas.

Mesmo que haja uma equipe de testes, a pessoa se reveste dessa atitude de não deixar passar defeitos. E, na prática, a quantidade de defeitos cai muito.

Foram feitas experiências com equipes que se autodesafiaram em ter uma atitude zero-defeito. Realmente, a quantidade de defeitos tendeu a zero ou chegou a zero de fato.

Um simples modelo mental pode influenciar na qualidade.

Crosby também enfatizou a ideia de "fazer certo da primeira vez" para evitar re-trabalhos, assim como ressaltou a ideia da prevenção como chave da qualidade.

A atitude zero-defeito é a pessoa ser prevenida. Assim, confere e pede conferência para outras pessoas do próprio trabalho - tomando atitudes preventivas antes do produto ir para frente.

Ademais, definiu a qualidade como conformidade às especificações ou exigências do cliente. E difundiu a importância de quantificar a não-qualidade. Ou seja, mostrar para a organização o quanto custa não ter qualidade estimula investimentos em qualidade, como a prevenção.

Por fim, é autor de um livro chamado Quality is Free (Qualidade é gratuita) de 1979. A ideia é que investir em prevenção é mais barato do que investir em correção, portanto, compensa o investimento e a qualidade fica "grátis".

Masaaki Imai

Finalmente, vamos terminar nossa rápida passagem pelos grandes históricos da qualidade e conceitos importantes que trouxeram com o Masaaki Imai.

É o organizador do conceito de Kaizen (melhoramento contínuo), ou seja, melhorar um pouco por dia. É um modelo japonês de reconstrução no pós-guerra.

Assim, hoje seremos melhores do que fomos na semana passada. E semana que vem seremos melhores do que somos hoje. Esse melhoramento é através de ações gradativas ("trabalho de formiga"), ao invés de tentar grandes saltos de uma só vez.

O que aprendemos?

Nesse vídeo, conhecemos os grandes teóricos da qualidade que ajudaram a definir a ciência da qualidade.

Também listamos as contribuições que trouxeram, como controle estatístico do processo, trabalhar com amostragem e estatística, atacar as causas dos problemas de qualidade, atitude zero-defeito e a ideia do melhoramento contínuo. São conceitos fundamentais na hora de planejar e garantir a qualidade.

Na sequência, vamos começar a falar de qualidade, na prática, trazendo o conceito de qualidade na origem.

Sobre o curso Tópicos avançados da agilidade: aprofunde seus conhecimentos em qualidade, valor e contratações

O curso Tópicos avançados da agilidade: aprofunde seus conhecimentos em qualidade, valor e contratações possui 116 minutos de vídeos, em um total de 43 atividades. Gostou? Conheça nossos outros cursos de Agilidade em Inovação & Gestão, ou leia nossos artigos de Inovação & Gestão.

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