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Certificação PMP e CAPM: abordagens ágeis

Abordagem de gerenciamento de projetos adaptativa - Apresentação

Olá! Eu sou o Roberto Pina, consultor de empresas e instrutor da Alura. Boas-vindas a este curso sobre o ciclo de vida adaptativo de gerenciamento de projetos, também conhecido como abordagem ágil.

Audiodescrição: Roberto se descreve como um homem de pele clara, calvo, e de olhos castanhos-escuros. Ele usa óculos de armação retangular prateada e veste uma camiseta azul-escura com estampa na frente. Ao fundo, uma parede clara iluminada em degradê rosa e laranja, com uma estante preta à esquerda do instrutor com quadros e enfeites, e um vaso de plantas à direita.

Objetivos do curso

Os objetivos deste curso são trazer uma revisão e um aprofundamento da chamada abordagem adaptativa (ou ágil) de gerenciamento de projetos, contribuindo para a preparação das certificações CAPM e PMP do PMI, dado que, nestes exames, o conteúdo que vamos abordar é exigido.

Público-alvo

O público-alvo deste curso são pessoas que desejam conhecer mais sobre gerenciamento de projetos e postulantes às certificações citadas: CAPM (Certified Associate in Project Management) e PMP (Project Management Professional), ambas do PMI (Project Management Institute).

O que vamos aprender?

Inicialmente, faremos uma revisão e um aprofundamento a respeito das abordagens adaptativas (ou ágeis) de gerenciamento de projetos, suas principais características e aplicabilidade.

Falaremos também sobre desenvolvimento incremental, iterativo e empírico, que é a essência de produtos desenvolvidos por projetos que adotam essa abordagem ágil.

Apresentaremos o Framework Scrum, que responde por 70% ou mais das aplicações ágeis no dia-a-dia, na execução de projetos ágeis. Além disso, abordaremos o Kanban, um método ou sistema de produção considerado um instrumento de aplicabilidade ágil.

Finalmente, discutiremos algumas considerações sobre as estimativas para projetos ágeis e os desafios da implementação ágil nas organizações.

Benefícios do curso para a sua evolução

Como benefícios para você ao fazer este curso, temos o avanço nos seus conhecimentos sobre gerenciamento de projetos, contribuições para as certificações CAPM e PMP e, consequentemente, uma melhoria da sua competitividade no mercado de trabalho.

Conclusão

Podemos iniciar o nosso conteúdo revisando e aprofundando o que é o ciclo de vida adaptativo ou ágil de gerenciamento de projetos! Vamos lá?

Abordagem de gerenciamento de projetos adaptativa - Ciclo de projeto ''Ágil''

Quando discutimos a abordagem adaptativa, ou o ciclo de projeto conforme esta abordagem, nos referimos à aplicação da chamada agilidade.

Ciclo de projeto ágil

Conceituação de agilidade

Uma definição clássica de agilidade, de Highsmith, é a "habilidade de criar e responder a mudanças, a fim de obter lucro em um ambiente de negócio turbulento". Temos algumas palavras-chave:

Normalmente, no cotidiano, a palavra agilidade, ou ser ágil, está relacionada a uma pessoa rápida, dinâmica, que responde com velocidade. Entretanto, na nossa conceituação de gerenciamento de projetos, surge a pergunta: ser ágil é ser rápido?

Agilidade versus Rapidez

Um exemplo ilustrativo é a situação de um incêndio. Imagine que nós estamos no último andar de um prédio, olhamos pela janela e percebemos que o prédio está pegando fogo. Nessa situação, imediatamente, temos um objetivo: sair desse contexto, sair do prédio, chegar na rua e escapar da situação de risco.

Suponha que você adote a seguinte estratégia: vai até o banheiro mais próximo, pega uma toalha, molha para usar como uma máscara, e desce andar por andar. Verificando onde há mais fumaça, você segue mais próximo ao chão; antes de abrir uma porta, toca para conferir se está quente; se um caminho estiver complicado, procura outro; e assim segue, andar por andar, até chegar na rua.

Digamos que você consiga fazer isso. Nós, por outro lado, adotamos uma estratégia diferente: abrimos a janela e nos jogamos, chegando à rua da mesma forma.

Nessa situação, podemos dizer o seguinte: nós fomos mais rápidos, mas você foi mais ágil. Na sua busca por sair do prédio, você avaliou cada situação, cada corredor, cada porta, cada obstáculo que aparecia no seu caminho e se adaptou, escolhendo outros caminhos, respondendo às mudanças e aos desafios que se apresentavam e, dessa forma, atingiu o seu objetivo.

Essa é a diferença entre agilidade e rapidez no contexto de gerenciamento de projetos.

Quando falamos de agilidade, nos referimos a adaptabilidade, flexibilidade, compreender e responder a mudanças e, dessa forma, atender a essas mudanças, agregar o máximo de valor ao produto construído pelo projeto. Esse é o conceito de agilidade com o qual trabalhamos.

Características da abordagem ágil

As abordagens ágeis, ou seja, os métodos de gerenciamento e de desenvolvimento que se baseiam no ágil, têm as seguintes características: primeiramente, um foco em versões do produto operacionais.

Se for na indústria de software, trata-se de código funcionando. Nosso foco não é em documentação, planejamento, aspectos de ciclo de vida do projeto, ou protótipo em si. Tudo isso é importante, mas o grande foco é o software em execução e o produto operacional entregue. Assim, as pessoas trabalham mais para o produto do que para o projeto, sendo essa a essência da agilidade.

Também como característica fundamental do ágil temos ciclos curtos de desenvolvimento e entrega, um processo iterativo. Sendo assim, realizamos entregas pequenas e frequentes.

Em vez de fazer grandes entregas ou entregar o produto todo no final, entregamos aos poucos, fazendo o produto operativo crescer gradativamente, de maneira integrada e, dessa forma, obter o feedback das pessoas usuárias que irão, desde cedo, utilizar o produto.

Portanto, realizamos entregas frequentes. Podemos não entregar rapidamente, mas entregamos cedo. Essa é a essência: podemos ter uma equipe lenta, mas que entrega algo toda semana e é ágil, diferentemente de uma equipe super rápida, mas que só entrega tudo no final do ano e não é ágil na nossa conceituação.

Outra característica é uma proximidade entre as pessoas usuárias e desenvolvedoras. Existe muito mais ponto de contato com as pessoas usuárias. Como as entregas são frequentes, conversamos frequentemente com a pessoa usuária a respeito do que vamos entregar na próxima iteração e pegamos o feedback dela a respeito do que entregamos. Assim, há uma colaboração maior.

Existe também menos documentação e mais interação entre as pessoas. Como mencionado anteriormente, o foco não é documentação, nem ritual de projeto, mas sim o produto operativo.

Isso não significa que não haja documentação. Ela existe, mas é enxuta e a interação com as pessoas usuárias é mais intensa.

Existe também uma melhor acomodação de requisitos mutantes. O escopo é descoberto ao longo do tempo e não definido detalhadamente a priori, e as mudanças são parte do jogo, não são exceções.

O método acomoda esses requisitos mutantes. A pessoa usuária descobre o que ela quer a cada iteração e nós acatamos isso para trabalhar em adaptações no desenvolvimento do produto.

Temos também auto-organização, exploração e descoberta. As equipes são autogerenciadas, sendo assim, não existe uma figura de pessoa gerente de projeto em uma tratativa de comando e controle, que diz o que cada pessoa irá fazer.

Nesse caso, a equipe decide como vai fazer o seu trabalho, e através de ciclos de feedback constantes, devido às entregas frequentes, exploramos quais são as necessidades da pessoa usuária, descobrimos isso e encontramos o caminho ideal.

Ciclo de vida de projeto ágil

Para o desenvolvimento ágil, partimos de uma definição da visão do produto, que é, em linhas muito gerais, onde queremos chegar, quais os objetivos do produto que será desenvolvido, seu principal público-alvo, as grandes premissas e restrições, ou seja, uma primeira tratativa de caráter motivacional a respeito da missão que é construir o produto.

Feito isso, compomos uma lista dos itens que vão compor esse produto, uma lista viva, uma lista que é um backlog aberto a mudanças, e realizamos iterações, que são como se fossem pequenos projetos, tipicamente de 15 dias.

A cada iteração realizamos uma entrega, obtemos um feedback, e fazemos uma adaptação, mudando eventualmente a priorização dos itens e acrescentando novos itens à lista.

Em seguida, fazemos a próxima iteração, e da mesma forma, obtemos o feedback da segunda entrega, fazemos as devidas adaptações, e repriorizamos os itens que serão construídos.

Seguimos assim, de tal forma que, ao final de cada iteração, temos um incremento do produto operacional sendo entregue às pessoas usuárias.

Dessa forma, o produto cresce aos poucos e a pessoa usuária já começa a usar, a entender o que quer, a organizar melhor as suas ideias, e a equipe trabalha de maneira colaborativa em cima disso.

Trata-se, portanto, de um esquema de trabalho de escopo aberto. Porém, escopo aberto não quer dizer escopo descontrolado. Cada iteração tem uma meta, isto é, um escopo fechado em determinada iteração, em um horizonte curto, e a sucessão desses "mini projetos" concatenados um após o outro, conduz, em tese, ao todo, construído de uma maneira mais alinhada com as reais necessidades e interesses das pessoas usuárias. Essa é a essência da agilidade.

Conclusão

Por trás desse modo de trabalhar, existe uma cultura e métodos que se utilizam dela para operacionalizar esse tipo de ciclo de vida. É sobre a cultura do ágil que vamos falar na sequência: quais são os pilares culturais dessa abordagem e os principais métodos para operacionalizar isso?

Abordagem de gerenciamento de projetos adaptativa - Cultura e Métodos Ágeis

Quando falamos sobre agilidade, existe a cultura e existem os métodos ágeis.

Cultura e métodos ágeis

Pilares culturais do ágil

No que diz respeito à cultura, um pilar cultural importante da agilidade é o chamado "Manifesto para Desenvolvimento Ágil de Software" (ou simplesmente "Manifesto Ágil").

Apesar de ter sido originalmente formulado para desenvolvimento de software, este manifesto tem certa universalidade, pois qualquer produto complexo que possa ser desenvolvido de forma ágil, ou qualquer contexto de negócio onde os princípios da agilidade possam ser utilizados, estão em sintonia com os valores expressos no manifesto, que têm um caráter muito mais cultural ou filosófico do que técnico.

O manifesto foi composto por grandes expoentes do desenvolvimento de software mundial em 2001 e foi colocado em domínio público. Podemos encontrar facilmente na internet o "Manifesto Ágil" em dezenas de idiomas, com os princípios que estão por trás dele.

Recomendamos que você faça essa pesquisa e leia os princípios que embasam o "Manifesto Ágil".

Manifesto Ágil

Vamos observar este manifesto? Inicialmente, ele afirma o seguinte:

Estamos descobrindo maneiras melhores de desenvolver software, fazendo-o nós mesmos e ajudando outros a fazerem o mesmo. Através deste trabalho, passamos a valorizar:

Ou seja, mesmo havendo valor nos itens à direita, valorizamos mais os itens à esquerda.

O primeiro ponto a observar é que temos a expressão "mais que" e não "ao invés de". Portanto, processos e ferramentas são considerados importantes, mas na abordagem ágil, é dada mais ênfase a indivíduos e interações, interações cara a cara das pessoas envolvidas durante o desenvolvimento.

Embora a documentação seja importante, na agilidade, o foco maior é o software em funcionamento, a ideia do produto operacional, que no caso da indústria de software, é o software em execução.

Negociar contratos é fundamental, mas a colaboração com o cliente, isto é, trabalhar em conjunto com o cliente, tem foco na agilidade. Assim sendo, os contratos em um contexto ágil devem se adaptar.

Seguir um plano é importante, mas no ágil, devido à característica dos produtos desenvolvidos, é mais importante responder a mudanças, em vez de, às vezes, tentar planejar o imprevisível. Devemos nos preparar para enfrentar as mudanças que surgirão, considerando-as naturais dentro do processo de exploração e descoberta do produto que desenvolvemos.

São itens que trazem conceitos muito fortes e interessantes, e a depender do contexto, fazem bastante sentido. Na indústria de software, especialmente, a abordagem de desenvolvimento preditiva (waterfall) trouxe muitos problemas. Desenvolver software de acordo com esses princípios do "Manifesto Ágil" tem se mostrado muito mais eficaz para a adição de valor ao negócio e para o bom trabalho das equipes.

As organizações têm descoberto isso ao longo dos anos e têm adotado progressivamente o ágil. Ainda existem reminiscências do waterfall ou do ciclo preditivo para desenvolvimento, mas a agilidade hoje não é mais considerada tão exótica quanto era há alguns anos.

Métodos ou frameworks ágeis

Para operacionalizar o desenvolvimento com a realização de projetos, existem alguns métodos ou frameworks ágeis. Um dos primeiros, nos anos 90, foi o XP (Extreme Programming).

XP é uma forma de trabalhar com ciclos de entregas curtos, foco em produto operacional, alta colaboração com técnicas como programação aos pares, grande interação com as pessoas usuárias, realização de reuniões diárias rápidas de 15 minutos em pé, documentação extremamente enxuta e todo o método de trabalho alinhado com os princípios do "Manifesto Ágil".

Depois tivemos o Scrum, altamente inspirado no XP, que também segue esses princípios. Falaremos mais detalhadamente sobre o Scrum em breve. Ele é uma espécie de exoesqueleto gerencial, onde podemos inserir métodos de desenvolvimento de diferentes engenharias, por exemplo, engenharia de software.

Também temos o Kanban, que nasceu na manufatura japonesa do pós-guerra, no século passado. Teve uma origem e uma trajetória diferente do Scrum e do desenvolvimento de software.

O método Kanban começou na manufatura, mas posteriormente, o desenvolvimento de software e de outros produtos, outros cenários que não necessariamente da manufatura, começaram a adotá-lo como algo de extrema utilidade no desenvolvimento. No desenvolvimento ou na manutenção de software atualmente, é relativamente comum o uso do Kanban. Falaremos mais detalhadamente sobre ele ainda neste curso.

Conclusão

Na sequência, vamos falar mais sobre desenvolvimento incremental e iterativo, o que é isso e como o feedback subsidia esse estilo de desenvolvimento, nos aprofundando e caminhando cada vez mais na conceituação do ágil e do ciclo de projeto adaptativo. Vamos em frente?

Sobre o curso Certificação PMP e CAPM: abordagens ágeis

O curso Certificação PMP e CAPM: abordagens ágeis possui 101 minutos de vídeos, em um total de 32 atividades. Gostou? Conheça nossos outros cursos de COBIT, PMP e CAPM em Inovação & Gestão, ou leia nossos artigos de Inovação & Gestão.

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