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História em quadrinhos: desenvolvendo roteiros

As histórias - Introdução

Olá, galera, meu nome é Rainer Petter, sou ilustrador e quadrinista e esse é o curso de roteiro para quadrinhos da Alura.

Vamos começar bem no básico sobre roteiro, entender como funciona a estrutura de um roteiro, como se chama cada uma das etapas, por onde começar a desenvolver esse roteiro, e depois vamos passar para os personagens.

À medida que vamos entendendo como funciona cada um dos personagens, eu vou fazer durante a aula um exemplo desenvolvendo esses personagens e vou fazer essa proposta para vocês também irem fazendo junto comigo os personagens e o roteiro em si.

No final do curso eu terei desenvolvido um exemplo de roteiro e vocês também já terão uma base boa de roteiro feita.

Faremos o protagonista, que é o personagem principal da história; o antagonismo, que são todas aquelas forças que vão contra o personagem principal; os personagens coadjuvantes que estão ao redor do centro da história; o ambiente é muito importante de se desenvolver bem, é onde é que se passa essa história.

E o narrador, que é outra ferramenta importante para contarmos a história. De acordo com a forma que estamos narrando aquela história, de acordo com o ponto de vista com que estamos contando aquilo, o leitor terá uma imersão diferente. Então é importante pensarmos em como narrar essa história.

Eu vou mostrar para vocês também algumas fórmulas, algumas possibilidades de desenvolver o roteiro.

Começamos com um roteiro em três atos, que tem um ritmo específico. Temos a introdução, depois algo acontece que quebra o ritmo que estava e se desenvolve a história toda.

Vou mostrar para vocês também a Jornada do Herói, que é uma fórmula de ritmo de história que é utilizada há milênios pela humanidade e cria uma imersão muito interessante, no caso com o leitor. É um ritmo de coisas que vão acontecendo que prende bastante o leitor e funciona bastante também.

Outra fórmula que eu vou passar para vocês é uma fórmula de Hollywood muito utilizada nos cinemas nos Estados Unidos e que tem também um ritmo específico de fatos, coisas que acontecem, positivas e negativas que prendem bastante quem está assistindo o filme e no nosso caso vai prender bastante também o leitor dos quadrinhos.

Eu vou pegar bastante referência de roteiro de cinema, porque cinema é uma área que tem muito mais estudos teóricos sobre roteiro. E como tem muita relação com quadrinhos pelo fato de trabalhar também com imagens e palavras, vamos aproveitar bastante desses conceitos teóricos de roteiro de cinema para aplicar também no nosso roteiro de quadrinho.

Ao final teremos um roteiro desenvolvido. Como eu falei, faremos junto esse roteiro e eu vou mostrar para vocês como organizar todos os eventos em cartões.

No caso vamos utilizar o site Trello, onde conseguimos organizar os cartões, visualizar de uma forma muito mais nítida tudo que acontece na história, e se for preciso até mudar onde acontece um evento ou outro.

Focando nos quadrinhos vou mostrar também como trabalhar com essa relação entre imagem e texto.

Caso você tenha vontade de entender e aprofundar mais ainda sobre narrativas de quadrinho em si, tem outros dois cursos que eu gravei na Alura também sobre narrativas de quadrinhos que podem ajudar bastante. Mas você pode fazer esse curso de roteiro primeiro.

Não precisa fazer os outros antes, pode fazer o curso de roteiro primeiro. Se você sentir necessidade de aprofundar mais sobre narrativa de quadrinhos, tem pelo menos esses outros dois cursos que vão te ajudar bastante.

E para fechar vou mostrar também exemplos de roteiro finalizado. Você vai fazer esse roteiro para outro artista desenhar? Então como entregar esse roteiro? Você vai colocar mais detalhes sobre cada um dos quadros, ou você vai dar mais liberdade para essa pessoa criar os desenhos?

Ou até caso você seja o próprio desenhista da história, podemos trabalhar com desenho junto com a imagem, desenho junto com o texto. Então você pode fazer um texto e trabalhar junto com anotações de imagens, fazer alguns esboços para desenvolver esse roteiro.

Vamos utilizar bastante referências de cinema, como eu comentei, então vamos utilizar muitos exemplos de filmes. Um filme muito utilizado é "O Senhor dos Anéis", eu vou aprofundar bastante, vamos analisar bastante a estrutura do roteiro dele.

E também são muitos quadrinhos que eu vou usar de exemplo, e sempre que necessário vou mostrar nas páginas, na prática, como funciona cada um dos elementos e das teorias que veremos.

Então é isso que veremos no curso de roteiro para quadrinhos. Espero que você goste.

As histórias - Overview

Vou dar uma aprofundada agora no conteúdo que veremos durante esse curso. Começaremos do básico. Vou mostrar para vocês como se chama cada uma das partes de um roteiro, como desenvolver. Vamos começar por uma ideia inicial, vai ter uma sinopse, um resumo da história e depois um argumento mais detalhado.

Também sobre design de trama, uma coisa muito interessante e muito importante de sabermos é quais são as possibilidades de design de trama.

Se a sua história segue um design mais clássico, onde tem um personagem mais heroico, que busca algo externo e vai atrás disso até conseguir alcançar aquele objetivo.

Ou tem um design de trama mais minimalista, como chamamos, onde o personagem precisa resolver questões internas dele, ele não é tão proativo quanto aquele herói. É um personagem mais na dele e que precisa de elementos externos, de estímulos para ir atrás desses objetivos.

Tem a antiestrutura, que foge com essas regras dos outros tipos de design que eu já falei.

Vamos desenvolver os personagens. E a partir desse momento eu farei um exemplo de personagem e eu vou fazer a proposta para vocês irem fazendo junto. Então a partir desse momento vamos desenvolver um roteiro junto.

O protagonista é aquele personagem que precisa de mais profundidade, que é o personagem principal da nossa história, aquele que vai acompanhar mais o leitor. Veremos como desenvolvê-lo.

O antagonista, que pode ser um personagem também, como um vilão, ou podem ser vários elementos criando um antagonismo, forças que vão contra o personagem principal. Veremos quais são as possibilidades.

Personagens coadjuvantes estão ao redor da trama principal. Também veremos como desenvolver um ambiente que funcione, com regras claras, para o leitor sentir que aquilo está funcionando bem e prever o que pode acontecer e o que não pode.

Também é muito importante definirmos como vai ser esse narrador na nossa história. Ele é um personagem daquela história também? Ele vivenciou ou está vivenciando aquilo de alguma forma? Ele está vendo de fora? Ele sabe tudo, é onisciente ou não? Como contar essa história é muito importante.

Sobre as fórmulas de roteiro, eu vou mostrar para vocês como funcionam os três atos, em que temos o início e temos um incidente incitante, quando algo acontece que motiva todo o roteiro depois.

Sobre a Jornada do Herói vou mostrar como funciona cada uma das 12 etapas. O personagem sai do universo dele e enfrenta todo mundo, seguindo bastante o design de trama mais clássico, onde o herói precisa buscar algo externo.

Mas também se aplica muito bem a uma história mais minimalista, com um personagem com questões mais internas, ou um roteiro mais subjetivo. Funciona muito bem também essa Jornada do Herói.

E veremos essas fórmulas e também a fórmula de Hollywood para entender como criar um ritmo. Não quer dizer que teremos que seguir exatamente essas fórmulas.

É importante entendermos como elas funcionam, porque elas têm um ritmo de coisas positivas, negativas, fatos que vão acontecendo que prendem o leitor. Então é interessante sabermos como funciona isso para aplicar no nosso roteiro.

E vai ser no Trello, como eu comentei na introdução, que vamos desenvolver e organizar esse nosso roteiro. Vamos colocá-lo separado por cartões, cada um dos eventos que, vendo a história toda, saberemos onde colocar cada um desses fatos.

Temos eventos que vamos colocar no início, temos eventos que vamos colocar no final, ou às vezes podemos tirar algumas cenas, já que não faz sentido colocar informação que não vai agregar em nada no nosso roteiro.

Sobre a relação da imagem com o texto, como eu comentei na introdução também, é interessante você saber bastante sobre a narrativa de quadrinhos em si.

Então veremos como trabalhar com imagem e com texto, onde o texto é mais importante, onde a imagem é mais importante, onde os dois estão somando, onde eles estão contando a mesma coisa, onde eles estão um contra o outro. Enfim, são muitas possibilidades de interação entre imagem e texto que veremos.

Para fechar, temos essa relação dos tipos de roteiro. Você vai escrever um roteiro para outra pessoa desenhar, desenvolver, colorir aquela história? Então você vai descrever quadro por quadro, o que acontece em cada um desses quadros na página?

Ou você vai falar só por alto o que acontece na página e dar mais liberdade para os artistas? É importante definirmos como será esse roteiro.

E caso você seja o próprio artista também, trabalhar de modo com que você faça esboços. Eu trabalho bastante assim: faço esboços para desenvolver uma ideia, vejo se funciona, volto no roteiro, desenvolvo mais aquele roteiro, volto para a imagem. Então temos essa possibilidade também de trabalhar.

Esse é o conteúdo que veremos no curso. Como eu comentei, vou mostrar bastante exemplo de quadrinho e de cinema também, porque temos muito conteúdo teórico sobre roteiro de cinema que funciona muito bem no quadrinho, já que ambos têm essa relação de imagens e palavras.

Então esse é o conteúdo que veremos no curso. Vamos lá.

As histórias - A Função das Histórias

Vamos começar pensando sobre as histórias em si. Existem várias formas de contar histórias. No caso, estamos vendo como escrever um roteiro de histórias em quadrinhos. Mas antes de existirem as histórias em quadrinhos, existiam várias outras formas de contar histórias.

Desde o início da humanidade temos registros de histórias sendo contadas, como aqueles desenhos nas cavernas de arte rupestre.

Acho muito interessantes esse desenho do Will Eisner, que mostra várias formas de contar histórias no decorrer da história da humanidade.

Esse desenho está presente no livro "Narrativas Gráficas", que é um livro muito bom, recomendo bastante. Ele fala sobre escrever quadrinhos também, sobre essa parte do roteiro, de desenho. Aliás, todos os livros teóricos de quadrinhos do Will Eisner eu recomendo bastante.

E é interessante que nessa imagem vemos como vai mudando a forma de contar as histórias de acordo com o tempo. No começo ele retratou os homens da caverna contando de um para o outro, na boca a boca mesmo as histórias.

Abaixo disso temos uma cena mais tribal, onde tem até uma forma de encenação, com vestuário.

Temos logo abaixo os teatros gregos, onde já era uma coisa mais rebuscada. Foi onde inclusive surgiu o primeiro livro que se tem conhecimento sobre escrever histórias em si, que é o livro chamado “Poética”, de Aristóteles, dos anos 300 a.C. mais ou menos.

E desde então viemos evoluindo essa forma de contar histórias. Evoluindo não no sentido de que foi ficando melhor, mas que fomos utilizando a tecnologia para contar histórias de formas diferentes, muitas vezes de uma forma mais acessível.

Começamos a ter escrita em livros, em que você podia encadernar os textos e distribuir isso. Depois, com a prensa ficou muito mais fácil para imprimir e distribuir esses textos de uma forma muito maior, e todo tipo de conhecimento que tinha através dessas histórias.

E mais recentemente temos cinema, rádio, televisão, internet. E a história em quadrinhos está bem no final do desenho, porque é realmente uma coisa bem recente.

Se formos pensar, foi de 100 a 150 anos atrás, no máximo, que começou a surgir essa relação de texto inicialmente impressa. Texto e imagem trabalhando junto, quadro a quadro.

Isso é uma coisa importante porque é diferente de um livro ilustrado, onde temos uma ilustração e todo um texto. Nos quadrinhos temos várias ilustrações e o texto acompanhando, então é uma sequência mesmo, como se fosse um princípio da animação, dependendo da forma como aquele quadrinho é feito.

E vamos pensar, na hora de escrever o quadrinho, nessa relação de texto e imagem. Em alguns momentos o texto pode se destacar, em alguns momentos a imagem vai se destacar. Mas o leitor estará sempre vendo texto e imagem. Então não podemos nunca pensar só no texto ou só na imagem.

Às vezes escrevemos um roteiro gigantesco e na hora que aquele quadrinho estiver pronto, todo aquele roteiro é somente imagens, não vai ter texto nenhum, por exemplo. É uma possibilidade.

Então vemos que tem várias formas de contar histórias, de consumir histórias. E nós, no caso, vamos focar nas histórias em quadrinhos.

E é interessante pensar também em porque nós gostamos de consumir histórias, já que é algo que está na história da humanidade desde sempre. Queira ou não, por mais ficção que seja uma história, ela está passando uma mensagem, nós estamos absorvendo alguma coisa interessante.

Por mais simples e raso que seja o roteiro, você está absorvendo algo, nem que seja uma aventura, você está se sentindo feliz, ou você está sentindo tristeza dependendo da situação.

Você fica ansioso, fica triste, sente dor, sente medo. Então tudo isso é importante para nós. É muito mais fácil vivenciarmos esses sentimentos consumindo uma história do que fazendo besteira na vida real.

Então queira ou não, nós aprendemos muitas coisas com as histórias, por mais que seja uma ficção científica de 3 mil anos no futuro.

E além disso, pensando na hora de contar histórias, já que esse é um curso de roteiro, temos que pensar nisso também. Nós passaremos informações, caso o roteiro seja bem feito, induziremos aquele leitor a sentir essas emoções também.

Então temos que pensar bem no que estamos passando, qual a mensagem.

E eu acho que antes ainda de pensar no que estamos passando, temos que pensar o porquê de estarmos contando essa história para alguém, o porquê de estarmos escrevendo esse roteiro e não simplesmente contando algo para um amigo.

Sabemos que quando a pessoa ler essa história, ela vai sentir algo. Caso o roteiro funcione bem, ela vai entrar naquela história e vai sentir o que você quiser que ela sinta enquanto ela estiver lendo.

Se você quiser que seja felicidade, alegria, suspense, medo, você pode fazer uma pessoa ficar triste por conta da sua história. Muitas vezes ficamos tristes quando lemos uma história, quando assistimos a um filme ou seriado.

Então por que você quer fazer com que aquela pessoa sinta aquela emoção ao ler uma história sua? Eu acho que isso vem antes de pensarmos no que queremos contar. Por que gostamos de fato de contar histórias, gostamos de fazer com que as pessoas sintam aquela emoção específica, ou várias emoções que queremos causar, dependendo da história?

Temos esse desejo de causar essas emoções nas pessoas. Isso é importante pensar, porque querendo ou não, por mais distante da realidade que seja, estaremos contando histórias que refletem a nossa forma de ver o mundo.

Pode ser uma ficção científica de 3 mil anos no futuro, como eu falei, mas a forma com que um personagem lida com o outro, a forma com que um personagem trata e conversa com o outro reflete a forma com que interpretamos o mundo, nossos valores de fato.

Se eu acho que é certo um personagem fazer aquilo, eu vou retratar aquilo como algo correto. Se eu acho que é errado, vou fazer aquilo como se fosse uma história de um vilão que está fazendo algo que eu acho que não é certo.

Então queira ou não, vamos passar uma mensagem, vamos compartilhar nossa forma de ver o mundo para outras pessoas e vamos compartilhar emoções.

Então é importante pensar no porquê de você querer passar essa emoção para a pessoa, porque você quer passar essa sua forma de ver o mundo. O que isso te traz, qual sensação você tem ao saber que você ajudará aquelas pessoas a sentirem algo específico?

Para funcionar, para conseguirmos fazer com que essas pessoas sintam essa emoção, o roteiro precisa funcionar. Para fazer o roteiro ficar legal e a pessoa realmente sentir aquilo que você quer passar, temos algumas estruturas, a forma de organizar o roteiro para que a mensagem seja passada. E essa estrutura é o que começaremos a ver a partir de agora.

Sobre o curso História em quadrinhos: desenvolvendo roteiros

O curso História em quadrinhos: desenvolvendo roteiros possui 198 minutos de vídeos, em um total de 46 atividades. Gostou? Conheça nossos outros cursos de Pintura Digital em UX & Design, ou leia nossos artigos de UX & Design.

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