5 regras para um bom UI

5 regras para um bom UI
Felipe Labouriau
Felipe Labouriau

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Quinze segundos. Esse é o tempo que você tem para conquistar o usuário na web, segundo pesquisa da empresa norte-americana Chartbeat. Se neste intervalo você não conseguir captar a atenção ou deixar claro para que serve o seu site, é muito provável que seu usuário vá embora. Neste artigo, vamos conversar sobre cinco princípios fundamentais de uma boa interface, para que o usuário fique muito mais do 15 segundos no seu site.

1. Simplicidade

O ditado “menos é mais” é essencial para quem projeta para a web. Como já dissemos, o usuário tem que ser convencido do porquê ele deve ficar na sua página. Para isso, nada melhor que transmitir a mensagem da maneira mais clara possível. E não se trata apenas de texto, mas sim de todos os elementos visuais que compõem o site.

Página inicial de um site, com uma imagem da cidade do Rio de Janeiro de fundo. Podemos ler o título em destaque, no centro da página “Escritório de Advocacia no Rio de Janeiro”, e abaixo há dois botões: no primeiro está escrito “Onde estamos” e no segundo “Nossos clientes”. No canto superior direito da página temos os links “Consultoria Empresarial e Governança” e “Menu” e no canto superior esquerdo temos um ícone de balança escrito ao lado “Escritório”. No canto inferior direito da página, temos os links “Fale conosco”; “O que fazemos”; “Quem somos”; “Onde estamos” e “Clientes”, e no canto inferior esquerdo temos o logo da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Quanto tempo você levou para encontrar a especialização da firma e como fazer contato com ela? Provavelmente mais do que o necessário. Note como há um excesso de objetos, imagens e cores e como todos parecem estar concorrendo pelo seu olhar. Imagine uma conversa onde todos querem falar ao mesmo tempo e ninguém se entende.

Página inicial de um site, com uma imagem da cidade do Rio de Janeiro de fundo.Podemos ler o título em destaque, no centro da página “Seus negócios mais seguros”, e abaixo há um subtítulo “Consultoria Empresarial e Governança”, logo abaixo há um botão escrito “Fale conosco”. No canto superior da página temos os links centralizados “O que fazemos”; “Quem somos”; “Onde estamos” e “Clientes” e no canto superior esquerdo temos um ícone de balança escrito ao lado “Escritório”. No canto inferior esquerdo temos escrito “Escritório de Advocacia no Rio de Janeiro.

Compare a tela anterior com esta versão mais clean. Além de refazer o texto, foi necessário redimensionar e excluir algumas coisas. Lembre-se de avaliar sempre se todos os entrantes são realmente necessários. O logo da OAB, por exemplo, não fazia sentido e foi retirado. Reflita também sobre a ação esperada do usuário na página (um aspecto básico do UX) e trabalhe os elementos gráficos de acordo. Nessa tela em questão, o foco é levá-lo a fazer contato com o escritório. Assim, o único botão com fundo chamativo é o “Fale conosco”. Observe como o próprio logo da firma foi reduzido: se você clicou para acessar este site, não é preciso que esteja tão grande. A imagem ao fundo - extremamente distrativa no primeiro layout - agora está bem mais discreta. Isso acontece porque sobre ela foi aplicada uma camada de preto com baixa opacidade e a paisagem passou a contrastar mais com o texto. De um modo geral, este novo design facilita bastante a missão de encontrar a especialização do escritório e como entrar em contato.

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2. Hierarquia

A noção de que é o mais importante deve chamar mais atenção é bastante simples, certo? Colocá-la na prática já é outra história. É preciso resistir à tentação de colocar "tudo grande".

Página inicial de um site, com uma imagem da cidade do Rio de Janeiro de fundo. Podemos ler o título em destaque, no centro da página “Seus negócios mais seguros”, e abaixo há um subtítulo “Consultoria Empresarial e Governança”, logo abaixo há um botão escrito “Fale conosco”. No canto superior da página temos os links centralizados “O que fazemos”; “Quem somos”; “Onde estamos” e “Clientes” e no canto superior esquerdo temos um ícone de balança escrito ao lado “Escritório”. No canto inferior esquerdo temos escrito “Escritório de Advocacia no Rio de Janeiro.

Aqui, a hierarquia das informações condiz com o intuito da página. Para tanto, três parâmetros cruciais para correta hierarquização de elementos foram respeitados: dimensões, estilos e cores. Quando ajustamos estas características (se for possível combiná-las todas ao mesmo tempo, melhor ainda) de acordo com o objetivo da comunicação, seremos mais efetivos em falar para o usuário o que ele quer ouvir, bem como conduzi-lo para onde desejarmos. Esta parte do site tem um propósito bem definido: trazer a área de atuação do escritório e como contatá-lo. O layout, então, tem que favorecer essa intenção.

Página inicial de um site, com uma imagem da cidade do Rio de Janeiro de fundo. Há quatro elementos em destaque: o primeiro elemento destacado é o texto central “Seus negócios mais seguros”; o segundo elemento é o botão “Fale conosco”; o terceiro elemento destacado são as informações contidas na parte superior da página “O que fazemos”; “Quem Somos”; “Onde estamos”; “Clientes” e o ícone de balança seguido do nome “Escritório”; o quarto e último elemento destacado é o subtítulo “Consultoria Empresarial e Governança”.

Se dividirmos os conteúdos da página em diferentes seções será mais fácil enxergarmos os blocos de informação individualmente. Depois, para hierarquizá-los, basta configurá-los conforme o seu respectivo grau de importância. O texto “Seus negócios mais seguros” assume o nível 1 - o mais alto. Por isso ele é o maior dentre os blocos (parâmetro dimensão) e tem palavras em bold (estilo), que chamam mais atenção. O botão “Fale conosco” toma para si o nível 2. Dessa forma, ele é maior que os demais elementos (com exceção do slogan) e ainda utiliza uma cor que se destaca. Por fim, o cabeçalho ocupa a terceira posição na hierarquia, em razão das suas dimensões. Embora a tipografia em si seja do mesmo tamanho do texto “Consultoria empresarial e governança”, a proximidade entre “O que fazemos”, “Quem somos”, “Onde estamos”, “Clientes”, a lupa de pesquisa e o logo criam um grupo que atrai mais o olhar. A Proximidade é um preceito de extrema relevância para a Gestalt, um conjunto de leis muito útil para a composição de materiais gráficos. Se você quiser saber mais sobre esse assunto, temos este curso na Alura.

Veja como a posição dos elementos desempenha um papel secundário na hierarquia. Mesmo que o sentido da leitura se dê de cima para baixo, nem sempre os objetos mais acima são os mais destacados. Tenha em mente que os fatores que enumeramos - dimensões, estilo e cores - podem prevalecer sobre a localização espacial.

3. Consistência

Para explorar o seu site, o usuário precisa navegar da maneira mais fluida possível. Ele tem que reconhecer certos padrões de usabilidade (olha o UX de novo) para que não fique confuso sobre o que deve ser feito em cada página. Para reforçar a lógica por trás da navegação, o visual tem que ser consistente.

Imagem que mostra uma parte de uma página de um site em que podemos ler o título “Otimize seu tempo” e, abaixo, há um link clicável que diz “Clientes satisfeitos”. Na parte inferior da página há o título “Vamos trabalhar juntos?”, abaixo do título há um ícone de aperto de mãos e abaixo do ícone, há um botão escrito “Sim!”

Repare como o link e o botão não têm coesão neste exemplo. Como não há um padrão visual, já não conseguimos identificar com tanta facilidade que ambos são clicáveis.

Imagem que mostra uma parte de uma página de um site em que podemos ler o título “Otimize seu tempo” e, abaixo, há um link clicável que diz “Clientes satisfeitos”. Na parte inferior da página há o título “Vamos trabalhar juntos?”, abaixo do título há um ícone de aperto de mãos e abaixo do ícone, há um botão escrito “Sim!”

Se definimos na primeira página que o laranja indica elementos clicáveis, esse padrão deve ser mantido por todo o site. O formato do objeto em si pode até mudar - mas não a ponto de perder sentido - desde que se mantenha a mesma função.

4. Cores

As cores são fundamentais para qualquer identidade visual. Elas vão confirmar os conceitos associados à sua marca, bem como fazer referência a sentimentos, sensações e a algumas ideias bem estabelecidas.

Mas além desses aspectos mais abstratos, há aplicações bem práticas para as cores, conforme vamos ver a seguir:

  • Indicar uma ação esperada

O contraste é uma propriedade fundamental para atrair o olhar. A cor que se destacar em relação às demais vai ser o foco do usuário.

Imagem de uma página da Alura. Nela, temos a frase “Gostando da Alura?”, seguida de uma chamada “Continue estudando conosco e matricule-se com 10% de desconto”. Logo depois, há um botão em destaque escrito “Matricule-se”. Abaixo, há informações sobre cursos em andamento.

O botão Matricule-se foge do azul que domina a maior parte da página e se sobressai.

  • Categorizar conteúdo
Imagem da página de cursos da Alura. No canto superior esquerdo há o texto “Descubra novos cursos”. Abaixo, há a separação dos cursos por “Categorias” e “Formações”.

No caso da Alura, as cores das áreas de conhecimento estão dentro de uma identidade visual. Mesmo que essa identidade não exista no seu projeto, você pode separar diferentes assuntos por cores ou suas variações.

  • Sinalizar uma ação
A imagem mostra a tela inicial da plataforma de cursos da Alura. No menu superior, o botão “Conteúdo” está aberto e apresenta os itens “Alura+”; “Formações”; “Challenges”; “Cases”; “Projetos”; “Podcasts”; “Recomendações”.

Indicar com cores que uma determinada ação será executada é uma ótima maneira de mostrar ao usuário o que ele vai fazer ou onde ele está clicando. Esta é uma preocupação indispensável para quem deseja um site o mais acessível possível.

5. Respeite as boas práticas

Inovação é sempre muito bem-vinda. Tome cuidado, porém, para não exagerar na mão. Alguns padrões visuais já estão bem sólidos e alterá-los pode confundir o usuário. O símbolo de barra tripla, por exemplo, já está bem estabelecido como “menu”. Utilizá-lo em outro contexto não é recomendável.

A imagem apresenta seis tipos de ícones: sino, botão de play, pin localizador de mapa, lata de lixo, carrinho de supermercado e uma pessoa.

O entendimento de elementos visuais por parte do usuário é baseado em suas experiências anteriores. No caso particular de ícones, ao incluí-los na sua interface, compare com outras plataformas para validar o seu uso. Os modelos acima são padrões e num primeiro contato o usuário certamente os associará a conceitos predefinidos.

Tratando-se de cores, algumas são mais comumente vinculadas a determinadas mensagens. Procure explorá-las a fim de corroborar o que você está dizendo.

A imagem apresenta dois ícones de atenção (exclamação dentro de um triângulo), seguidos do texto “Atenção” e de dois botões “Sim” e “Não”.

Qual dos dois avisos tem um caráter mais urgente? Além do que a psicologia das cores nos diz sobre as sensações que certos tons despertam em nós, o vermelho já é bem conhecido como sinal de atenção. Se você deseja não seguir padrões, saiba que pode haver algum ruído na comunicação.

Concluindo

Para que o usuário navegue com facilidade na sua página, é fundamental que a experiência dele seja a mais satisfatória possível. Ele deve conseguir acessar o conteúdo que lhe interessa sem grandes dificuldades, do contrário ele vai embora e não voltará mais.

A interface tem que estar de mãos dadas com a usabilidade: tanto dando dicas visuais de onde encontrar o que ele procura, quanto indicando ações esperadas para cumprir o que o site pede em uma determinada tela. Neste artigo, então, discutimos cinco pontos indispensáveis para que o seu layout seja amigável e prazeroso de se navegar.

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Felipe Labouriau
Felipe Labouriau

Sou designer gráfico de formação, com experiência no mercado de mídias impressas e virtuais. Hoje, sou instrutor de design na Alura e já colaborei para grandes insituições, como Fundação Getúlio Vargas, Ipiranga e Sebrae/RJ.

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