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O setor financeiro atravessa um dos períodos mais transformadores da sua história. A tecnologia, que antes ocupava um papel de apoio operacional, agora é usada como força de mudanças estruturais.
A introdução da Inteligência Artificial, a adoção da blockchain, a consolidação da computação em nuvem e o aumento dos riscos cibernéticos fazem parte de um cenário repleto de complexidade, mas também de oportunidades.
Com o uso da tecnologia para área de finanças, atualmente as fintechs ganham destaque ao desafiar modelos tradicionais e acelerar a inovação empresarial.
Ao mesmo tempo, empresas consolidadas enfrentam um ponto de reflexão: como adotar tendências tecnológicas de forma eficaz?
Essa mudança exige mais do que investimentos em tecnologia: exige liderança estratégica, cultura de adaptação e uma visão clara de futuro.
Para entender melhor esse processo, continue a leitura deste artigo sobre a inovação tecnológica no setor financeiro.
Qual a importância da transformação digital em finanças?
A transformação digital deixou de ser uma escolha e passou a ser uma necessidade estratégica para as instituições financeiras e empresas que desejam manter um sucesso sustentável de suas finanças.
Isso porque as organizações que adotam a inovação tecnológica de forma proativa estarão melhor posicionadas para a próxima década.
Atualmente, CEOs que colocam o crescimento como prioridade devem saber que essa ascensão está fortemente ligada à adoção de novas tecnologias. Porém, apesar dessa mensagem estar mais clara nos últimos anos, a efetiva mudança ainda enfrenta cenários diferentes.
Segundo o relatório “C-Suite Global AI Indicator Report”, 98% dos(as) CEOs acreditam que a implementação de IA e machine learning traria benefícios empresariais imediatos.
Porém, o mesmo estudo aponta que 49% dos(as) profissionais entrevistados(as) dizem que sua organização não está preparada para fazer essa adoção tecnológica.
VEJA TAMBÉM:
- Agentes de IA: o que são, como funcionam e por que utilizar na sua empresa?
- Como e por que implementar ferramentas de inteligência artificial no RH?
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A partir disso, é possível perceber que, mais do que modernizar processos, essas tecnologias redefinem o modelo de negócios financeiros.
E, diferente de transformações anteriores — mais lineares e isoladas —, o momento atual exige das empresas uma gestão integrada de múltiplas frentes de liderança.
Isso aumenta o risco estratégico, mas também cria oportunidades inéditas para quem tiver o preparo necessário para liderar essa nova era digital.
As 3 principais tendências de tecnologia para finanças
Como já mencionamos, inúmeras tecnologias estão mudando o mundo das finanças nesse momento. Porém, três delas se destacam: Inteligência Artificial, blockchain e computação em nuvem. Vamos entender mais a seguir.
1. Inteligência artificial
Com sua capacidade de analisar grandes volumes de dados, detectar padrões e gerar insights em tempo real, a IA é capaz de ajudar empresas de finanças a tomar decisões mais rápidas, precisas e embasadas.
Atividades como o processamento de faturas, a reconciliação de contas e a inserção de dados, que antes exigiam horas de trabalho manual, agora são executadas com altíssima precisão graças à combinação entre IA e Automação Robótica de Processos (RPA).
Essa integração permite o processamento em tempo real de milhares de transações e uma conexão direta com sistemas, como ERP e CRM.
Além disso, a IA tem se mostrado uma ferramenta poderosa na otimização e segurança de processos financeiros. Um estudo da Gartner de 2024 revelou que 39% das equipes financeiras já utilizam a IA para detectar erros e fraudes.
Mas, além da cibersegurança, essa tecnologia também acelera tarefas rotineiras, proporcionando uma economia de tempo entre 30% e 40%, de acordo com dados da PwC.
No entanto, é fundamental destacar que, ao lidar com grandes volumes de informações sensíveis — como dados bancários, fiscais e pessoais —, as empresas precisam adotar práticas rigorosas de governança de dados e uso responsável da IA.
A automação de processos que envolvem análise de dados deve estar alinhada às normas de compliance, privacidade e segurança, como a LGPD e outras regulamentações internacionais.
Isso não apenas protege os dados de clientes, mas também preserva a reputação da empresa e evita sanções legais.
Desse modo, à medida que a IA se torna parte central das decisões financeiras, cresce a demanda por transparência.
A IA Explicável (XAI) surge como resposta, ao oferecer modelos cujas decisões podem ser compreendidas por pessoas, o que é fundamental para atender reguladores e manter a confiança no uso dessas tecnologias.
Segundo a Workday, esse mercado está em rápida expansão e deve mais do que dobrar até 2028.
2. Blockchain
Após anos sendo associada principalmente às criptomoedas, a tecnologia blockchain começa a se firmar como uma ferramenta estratégica no setor financeiro.
A mudança é clara: em vez de ser usada somente para negociações especulativas com ativos voláteis, a blockchain agora está sendo adotada por grandes instituições para resolver problemas reais, como reduzir custos operacionais e aumentar a transparência em processos importantes.
Mas, se esse termo ainda é algo fora do seu cotidiano, saiba que blockchain é uma tecnologia que funciona como um livro-razão digital, compartilhado e imutável, que registra transações de forma segura e transparente.
Ou seja, é como um cartório público digital, onde cada novo registro (transação, acordo, entre outros) é adicionado em uma “página” que, uma vez escrita, não pode ser apagada ou alterada.
Essa “página” é ligada à anterior e, juntas, formam uma corrente (a “corrente de blocos” ou “blockchain”), e cópias desse livro são distribuídas por milhares de computadores — e é isso que garante a segurança e a confiabilidade das informações sem a necessidade de uma autoridade central.
Vale ressaltar que a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2025 revelou que as instituições bancárias brasileiras já dedicam 41% dos seus esforços na exploração da blockchain, o que nos mostra que essa tecnologia já faz parte da nossa realidade.
Porém, sua adoção em escala ainda enfrenta desafios importantes. Questões como escalabilidade, privacidade de dados e incerteza regulatória continuam a limitar o crescimento.
Ainda assim, com o surgimento de marcos regulatórios mais claros (como o MiCA na União Europeia) a blockchain se firma não como um fim, mas como meio para transformar processos financeiros.
3. Computação em nuvem
A computação em nuvem continua sendo um dos pilares da transformação digital no setor financeiro.
Mesmo com o destaque principal da Inteligência Artificial, é a nuvem que possibilita sua implementação em larga escala, por oferecer agilidade, escalabilidade e maior uso de dados.
Hoje, a maioria das instituições adota modelos híbridos e multicloud, que são fundamentais para aplicar IA, melhorar a experiência do(a) cliente, aumentar a eficiência e impulsionar o crescimento da receita.
A influência da IA nesse cenário é clara: segundo a PwC, em 2024, 92% das empresas líderes planejaram ampliar seus investimentos em nuvem, sendo que 63% fizeram isso para explorar soluções com IA generativa.
No entanto, os resultados não surgem somente com a migração dos dados e transações para a nuvem. O retorno real vem após ajustes e otimizações. Por exemplo:
- o Aldermore Bank reduziu custos após reconfigurar sua infraestrutura com a nuvem; e
- o Danske Bank usou a hiperautomação para cortar pela metade os custos de migração.
Ao final, podemos resumir que a nuvem não é somente uma base tecnológica, mas sim uma estratégia central para a inovação, resiliência e competitividade no setor financeiro.
Leia também: O impacto da Inteligência Artificial no setor de finanças
Cibersegurança no mundo das finanças: qual a relação?
Com o avanço da inovação tecnológica no setor financeiro, como vimos acima, os riscos cibernéticos também se intensificaram.
Atualmente, instituições financeiras e empresas enfrentam uma variedade crescente de ameaças, como ransomware, phishing mais sofisticado, ataques a serviços em nuvem e ameaças internas.
E a IA desempenha um papel ambíguo no cenário da cibersegurança. De um lado, é usada por organizações criminosas para automatizar ataques e criar fraudes altamente convincentes, como as deepfakes.
Mas, de outro, também é uma aliada importante para as defesas, por ajudar na detecção de ameaças em tempo real, resposta a incidentes, prevenção de fraudes e análise comportamental para crédito, por exemplo.
No entanto, muitas empresas ainda não têm processos adequados para avaliar a segurança das soluções baseadas em IA antes de colocá-las em uso, o que evidencia uma lacuna preocupante entre inovação e proteção, principalmente na questão da falta de especialistas em IA e CIOs nessas frentes.
Além disso, o setor financeiro enfrenta um cenário regulatório exigente, com diferentes normas ao redor do mundo que exigem altos padrões de conformidade.
A fragmentação dessas regras representa um desafio para as pessoas líderes, que precisam garantir que suas instituições estejam em conformidade com exigências diversas e, muitas vezes, sobrepostas.
Diante desse cenário, dar preferência a abordagens de segurança amplas e integradas, como o uso de backups confiáveis, autenticação multifator, monitoramento contínuo, auditorias frequentes e gestão de identidade são algumas das formas de proteger os dados financeiros de empresas e clientes.
Leia também: Os 10 maiores riscos da inteligência artificial
Ferramentas de Inteligência Artificial em finanças empresariais
Após conferir as principais tendências e a importância da cibersegurança na tecnologia para área de finanças, é possível notar que, apesar de seus desafios, a IA é uma realidade necessária para empresas modernas que querem se manter competitivas.
Se a sua organização ainda não adotou uma tecnologia financeira, conheça algumas ferramentas abaixo.
1. Google Cloud AI
A Google Cloud oferece um conjunto robusto de APIs e modelos de machine learning que ajudam a prever inadimplência, segmentar clientes e otimizar operações com dados em tempo real. É especialmente eficaz para equipes de planejamento e análise financeira, risco e compliance.
2. Upstart
A Upstart usa IA para avaliar risco de crédito com mais precisão que modelos tradicionais. A plataforma já é utilizada por diversos bancos nos EUA para automatizar decisões de empréstimos, mesmo para clientes com histórico de crédito limitado.
3. Darktrace
Focada em cibersegurança, a Darktrace usa IA para detectar comportamentos anômalos e proteger instituições financeiras e empresas contra fraudes, invasões e violações de dados.
Leia também: 10 ferramentas de IA para aumentar a produtividade da sua empresa
Como as lideranças podem adotar o uso de tecnologia em finanças e preparar as pessoas colaboradoras?
Além de conhecer ferramentas e conceitos, para uma empresa adotar uma inovação tecnológica no setor financeiro é necessário fazer uma força tarefa, que exige comprometimento de todas as pessoas da organização.
Mas, principalmente, da liderança, que tem um papel estratégico e humano ao mesmo tempo.
Preparar pessoas, processos e a cultura organizacional para uma transformação sustentável e competitiva é responsabilidade do(a) líder. Mas, como tais profissionais podem começar essa jornada da tecnologia? Veja alguns passos essenciais a seguir.
1° passo: adote uma mentalidade digital
Toda transformação tecnológica começa pela liderança. Pessoas executivas e gestoras devem compreender o potencial das novas tecnologias e incentivá-las como parte da estratégia de negócios.
Isso significa investir tempo em aprender sobre IA, computação em nuvem, cibersegurança e automação de processos financeiros, além de incorporar dados como ativos valiosos nas tomadas de decisão.
2° passo: alinhe tecnologia à estratégia financeira
Não se trata somente de adotar tecnologia por modismo, mas de usá-la para resolver desafios reais: reduzir custos, ganhar agilidade, mitigar riscos e criar valor.
As lideranças devem trabalhar em conjunto com áreas de TI e finanças para mapear quais tecnologias têm maior aderência aos objetivos da organização e onde elas podem gerar o melhor retorno sobre investimento (ROI).
3° passo: invista na capacitação das equipes
Nenhuma solução tecnológica terá sucesso sem pessoas capacitadas. Por isso, é fundamental promover treinamentos técnicos e comportamentais que preparem as pessoas colaboradoras para lidar com novas ferramentas, interpretar dados, usar sistemas automatizados e colaborar com soluções baseadas em IA.
A educação continuada deve abranger desde conceitos básicos de tecnologia até competências analíticas, segurança da informação e pensamento crítico.
4° passo: envolva as pessoas no processo de mudança
Uma liderança moderna sabe que inovação não se impõe, se constrói. Neste cenário, é essencial adotar uma comunicação clara, escutar ativamente as preocupações das equipes e envolvê-las nos testes e validações de novas tecnologias.
Isso não só reduz a resistência, como aumenta o engajamento das pessoas colaboradoras e acelera a curva de adoção.
5° passo: reforce a responsabilidade ética
Por fim, com o uso intensivo de dados e IA, cresce também a responsabilidade ética e regulatória.
As lideranças devem estabelecer diretrizes claras de uso de tecnologias, reforçar a proteção de dados e garantir que todas as práticas estejam em conformidade com normas locais e globais.
A confiança digital precisa ser uma base sólida dessa transformação, então, deve ser uma preocupação contínua.
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