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O período pós-2023 impôs às lideranças um ambiente operacional de complexidade e desafios. Fatores como a volatilidade econômica, mudanças tecnológicas — com destaque para a Inteligência Artificial (IA) —, as diferentes jornadas de trabalho e os efeitos persistentes da COVID-19 criaram um cenário que exige uma liderança mais estratégica e dinâmica para enfrentar o novo mercado.
Porém, isso não quer dizer que a liderança estratégica esteja somente relacionada ao operacional e aos ganhos de uma empresa. Segundo Jason Girzadas, em artigo da Deloitte: “os líderes não estão somente elaborando estratégias para navegar nessas complexidades, mas também estão comprometidos em apoiar a resiliência dos membros do seu time.” Ou seja, essa abordagem deve contemplar diferentes setores de uma organização, desde seus posicionamentos mercadológicos até o tratamento de seus e suas profissionais.
Neste contexto, a pressão sobre líderes para a criação de uma liderança estratégica está cada dia maior. Se você faz parte da gerência de uma empresa e quer entender mais sobre como a liderança estratégica impacta a rotina de um negócio e como implementá-la no seu local de trabalho, continue a leitura!
O que é liderança estratégica?
Em essência, a liderança estratégica envolve a capacidade de líderes de influenciar grupos e pessoas em prol dos objetivos de uma empresa. Isso se traduz em ter uma visão clara do futuro, analisar o mercado, tomar decisões importantes e comunicar essas decisões de forma eficaz para todas as pessoas da empresa.
A partir disso, o(a) líder estratégico não se preocupa somente com as tarefas do dia a dia, mas sim com o sucesso da empresa a longo prazo, além da saúde mental e bem-estar das equipes, para que todas as pessoas colaboradoras estejam alinhadas com as metas organizacionais.
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Quais são as principais habilidades de um líder estratégico?
Mais do que conduzir equipes e alcançar metas, espera-se que as lideranças estratégicas sejam agentes de transformação, capazes de enfrentar os desafios do dia a dia com visão, empatia e propósito. A seguir, entenda melhor a importância das principais competências para esse cargo.
1. Humanização e empatia
Uma das mudanças mais marcantes na liderança estratégica atual é o foco cada vez maior nos aspectos humanos. Hoje, entende-se que a empatia e a valorização das necessidades individuais das pessoas colaboradoras, como treinamentos personalizados e planos de carreira individuais, são essenciais para o engajamento, retenção de talentos e geração de resultados sustentáveis.
Assim, com equipes engajadas, o(a) líder estratégico(a) tem mais facilidade de integrar todas as pessoas e alinhá-las conforme as estratégias definidas pela gerência.
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2. Adaptabilidade, agilidade e resiliência
Em um cenário mercadológico imprevisível, líderes necessitam de agilidade e resiliência: responder rapidamente a mudanças, aprender com erros e manter a equipe motivada, mesmo sob pressão.
A liderança ágil e estratégica, focada em experimentação e aprendizado constante, surge como resposta prática para lidar com incertezas crescentes e se adaptar aos novos desafios do mundo empresarial.
3. Liderança orientada por propósito
Liderar com orientação ao propósito significa que as gerências hoje não se concentram somente em obter lucro. Elas agem com base em um objetivo maior, algo que realmente importa para as pessoas ao redor.
Quando um(a) líder tem um propósito claro, isso ajuda a inspirar as pessoas colaboradoras, o que faz com que se sintam mais motivadas. Além disso, essa liderança fortalece a confiança com outras pessoas importantes para a empresa, como clientes e investidores(as).
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4. Visão estratégica e antecipação de tendências
Antecipar tendências e pensar no futuro são competências indispensáveis para líderes estratégicos(as). Em meio a mudanças tecnológicas, como a ascensão da Inteligência Artificial, as lideranças precisam planejar novos modelos de negócios.
Contudo, existe uma tensão entre responder às crises imediatas e manter o foco em estratégias de longo prazo. Essa capacidade de operar em múltiplas linhas exige flexibilidade cognitiva e é um dos grandes desafios da liderança atual.
5. Comunicação e inteligência emocional
A comunicação clara, transparente e eficaz permanece como uma habilidade indispensável na liderança estratégica. No entanto, ela agora é fortemente apoiada pela inteligência emocional — a capacidade de compreender, gerir e responder adequadamente às emoções, tanto as próprias quanto as das outras pessoas.
Essa competência é fundamental para construir relacionamentos de confiança, resolver conflitos de forma construtiva e criar ambientes de trabalho positivos e colaborativos.
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6. Liderança inclusiva
A promoção ativa da Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) tornou-se um elemento estratégico da liderança. Organizações que investem em liderança inclusiva conseguem formar equipes mais diversas, inovadoras e preparadas para atender a diferentes públicos e mercados.
E o papel da liderança nesse quesito é inquestionável, já que os(as) líderes moldam a cultura organizacional e definem o tom para o tratamento das pessoas colaboradoras, ao combater vieses preconceituosos e promover a diversidade (como ao incluir colaboradores(as) de diferentes gerações). Além, é claro, de liderar pelo exemplo, se tornando uma inspiração para os setores.
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Liderança estratégica: como funciona, na prática
Liderança e estratégia andam lado a lado. Mas, na prática, quais são as mudanças que podem ser feitas a partir de ações de liderança estratégica em uma liderança tradicional? Confira alguns exemplos abaixo.
Delegar tarefas X delegar com propósito
Situação tradicional: líderes delegam tarefas para “desafogar” sua carga de trabalho.
Abordagem estratégica: um(a) líder estratégico(a) delega com intenção de desenvolver habilidades nos membros da equipe. Ao explicar o porquê da tarefa, conectar com os objetivos da empresa e oferecer suporte, transforma uma simples atividade em oportunidade de crescimento.
Cobrança por resultados X criação de ambiente para resultados
Situação tradicional: a liderança foca na pressão por metas e prazos, esperando performance e agilidade.
Abordagem estratégica: em vez disso, o(a) líder estratégico(a) cria um ambiente de segurança psicológica, onde as pessoas se sentem motivadas e valorizadas. Isso inclui reconhecimento profissional, feedbacks construtivos e incentivo à colaboração — pontos que naturalmente impulsionam resultados.
Foco a curto prazo X visão de múltiplos horizontes
Situação tradicional: o foco está em entregar o que foi planejado para o trimestre.
Abordagem estratégica: líderes estratégicos(as) equilibram as entregas de curto prazo com uma visão de longo prazo. Eles(as) antecipam tendências, investem em inovação e se perguntam constantemente: “como essa decisão afeta nossa posição no futuro?”
Resistência à mudança X mentalidade de experimentação
Situação tradicionais: novas ideias são deixadas de lado por medo de riscos ou por apego ao que sempre funcionou.
Abordagem estratégica: líderes estratégicos(as) valorizam a experimentação e o aprendizado contínuo. Testam hipóteses, aceitam falhas como parte do processo e estimulam a equipe a propor soluções inovadoras.
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Gestão de tarefas X desenvolvimento de talentos
Situação tradicional: o papel do(a) líder é controlar prazos e entregas.
Abordagem estratégica: a liderança vê cada pessoa colaboradora como um talento a ser lapidado. Dedica tempo para entender os objetivos individuais e criar caminhos para que esses objetivos se alinhem aos da organização.
Como aplicar liderança estratégica de forma tecnológica?
Aplicar a liderança estratégica de forma tecnológica envolve integrar ferramentas digitais à tomada de decisões, à gestão de equipes e à criação de valor, sempre com foco humano. A IA, por exemplo, permite que líderes analisem dados, antecipem riscos e identifiquem oportunidades, o que torna as decisões mais rápidas e embasadas, além de liberar os(as) profissionais de tarefas repetitivas para atividades mais relevantes.
Apesar da clara priorização das transformações tecnológicas nos últimos anos, somente 48% das iniciativas digitais nas empresas atingem ou superam as metas de resultados de negócios, segundo a Pesquisa de CIOs da Gartner de 2025. Em muitos casos, a alta gerência é apontada como obstáculo, seja por dificuldades em comunicar a visão, para evitar o risco ou por falhas na alocação de recursos. Essa lacuna entre intenção e execução revela a importância de uma liderança estratégica que vá além do planejamento.
Ao final, podemos resumir que a tecnologia, portanto, não substitui a liderança humana, ela a potencializa. Quando combinada com empatia, propósito e visão de futuro, amplia a capacidade do(a) líder de conduzir mudanças, fortalecer a cultura organizacional e gerar impacto duradouro. Assim, liderar estrategicamente na era digital é, mais do que nunca, conectar pessoas em uma direção comum.
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Como ter liderança estratégica na sua empresa: primeiros passos
Você é um(a) líder que deseja colocar a liderança estratégica em prática na sua rotina? Confira os primeiros e principais passos para desenvolver esse tipo de liderança e ter bons resultados.
1° passo: desenvolva autoconhecimento e propósito
Tudo começa por dentro. Um(a) líder estratégico(a) precisa ter clareza sobre seus valores, propósito e tipo de liderança. Isso permite alinhar suas decisões a uma visão de futuro coerente e inspiradora, tanto para si quanto para a equipe. É importante refletir sobre o impacto que deseja causar e qual legado pretende construir.
2° passo: conheça o negócio e seu nicho
Estude o mercado, os movimentos da concorrência, as tendências tecnológicas e sociais, e como tudo isso impacta seu setor. Ao mesmo tempo, conheça os pontos fortes e as vulnerabilidades da sua organização. Essa análise ajuda a identificar oportunidades e riscos com antecedência.
3° passo: comunique uma visão clara
Uma liderança estratégica tem a capacidade de transformar insights em direção. Por isso, defina metas de longo prazo que estejam conectadas ao propósito da organização e comunique essa visão de forma clara e inspiradora para suas equipes. É fundamental que todas as pessoas entendam os motivos por trás das suas decisões e vejam sentido no que estão construindo.
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4° passo: fortaleça habilidades humanas
Como vimos, empatia, escuta ativa, inteligência emocional e adaptabilidade são essenciais para engajar pessoas e liderar em ambientes complexos. Isso porque uma liderança estratégica valoriza o desenvolvimento das pessoas, promove a colaboração e cria um ambiente seguro para o aprendizado contínuo.
5° passo: use dados e tecnologia para tomar decisões
Para ter decisões mais precisas e destinar mais tempo para o que importa, incorpore tecnologias, como análise de dados e IA. Isso não significa automatizar tudo, mas sim combinar o olhar humano com as possibilidades tecnológicas, para agir de forma mais eficiente, criativa e inteligente.
6° passo: crie uma cultura de aprendizado e experimentação
Incentive o pensamento crítico, a troca de ideias e o teste de novas abordagens, inclusive as propostas por pessoas da sua equipe. Isso porque a liderança estratégica deve entender que erros fazem parte do processo de inovação e que setores resilientes aprendem e se adaptam com agilidade. Então, comece com pequenos projetos e amplie à medida que a cultura se fortalece.
7° passo: avalie e ajuste continuamente
Monitore os resultados, ouça feedbacks e esteja aberto(a) a ajustar o rumo sempre que necessário. A capacidade de operar em múltiplos horizontes (curto, médio e longo prazo) é o que diferencia pessoas líderes que somente reagem daquelas que realmente constroem o futuro.
E para as empresas que desejam apoiar as lideranças nesse processo de adaptação, oferecer cursos e treinamentos especializados nas principais habilidades estratégicas é uma ótima forma de promover o desenvolvimento desse tipo de gerência. Para isso, conte com o ecossistema Alura + FIAP Para Empresas.
Com nosso apoio, suas lideranças e equipes ficarão mais alinhadas às metas do seu negócio e preparadas para os desafios do mercado.Entre em contato com nossa equipe de especialistas!
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