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Desenvolvimento de carreira: como alcançar a posição desejada

Análise de cenários - Qual meu diferencial competitivo

Introdução às Competências no Mercado

Na aula anterior, discutimos as competências mais buscadas no mercado. Talvez estejamos preocupados com as competências que identificamos que ainda não possuímos ou que precisamos desenvolver. A boa notícia é que todas elas podem ser desenvolvidas. Vamos entender se realmente conseguimos desenvolver todas elas. Existe diferença entre competências natas e competências desenvolvidas? Precisamos nascer com uma determinada habilidade para nos destacarmos nela, ou podemos desenvolvê-la com o tempo?

Análise do Livro Outliers

Vamos analisar a visão de dois livros. O primeiro é Outliers, que já mencionamos algumas vezes e é uma leitura bastante apreciada. Em português, o título é "Fora de Série". O autor apresenta uma visão que desafia alguns paradigmas. O primeiro deles é que o esforço é superior ao talento. Podemos ter um talento natural, algumas competências já desenvolvidas desde a infância, mas isso não significa que esse é o único fator que nos destacará ou será responsável pelo nosso sucesso. O esforço acaba sendo superior ao talento nato. Por exemplo, de nada adianta nascer com uma grande habilidade corporal para jogar futebol, mas não treinar ou não ingressar em um clube de futebol para desenvolver a carreira. Por outro lado, se não temos uma grande habilidade natural, mas começamos cedo em uma escolinha de futebol, treinamos intensamente, somos escolhidos por um clube e recebemos incentivo, podemos nos destacar mais do que alguém com talento nato que não se esforçou para desenvolver suas habilidades.

O livro destaca que não é tão simples assim; requer muito tempo de prática. Ele avalia uma série de atletas, músicos e pessoas de diferentes áreas, chegando à conclusão de que as pessoas fora de série, diferenciadas, têm no mínimo 10 mil horas de prática. Leva um tempo considerável para nos tornarmos especialistas em algo. Além disso, o autor destaca que, em geral, essas pessoas têm algum tipo de vantagem cumulativa, ou seja, fatores ambientais ou culturais que as ajudaram a se destacar ou a treinar uma determinada habilidade. Muitas vezes, o local de nascimento proporcionou uma vantagem cultural maior, e a exposição precoce a questões de aprendizagem e vivência ajudou no desenvolvimento dessas habilidades. Isso se torna uma vantagem competitiva em relação a outras pessoas que não tiveram acesso a essas oportunidades. O autor menciona que até mesmo questões geográficas podem influenciar o desenvolvimento de conhecimento.

Outro fator que o autor traz é a exposição a oportunidades, ou seja, o quanto uma pessoa teve acesso a determinadas coisas que outras não tiveram. Além dos fatores ambientais, culturais e geográficos, o autor estuda atletas e identifica que aqueles mais bem-sucedidos, tanto no futebol americano quanto no jiu-jitsu, karatê e outros, geralmente nasceram no início do ano e começaram a treinar mais cedo do que aqueles que nasceram no meio ou no fim do ano. Essa vantagem competitiva de exposição a oportunidades mais cedo já proporciona uma vantagem cumulativa.

Superando Desvantagens e Identificando Diferenciais

Com tudo isso, podemos nos perguntar: tantas coisas influenciam? Sim, discutimos brevemente que uma pessoa com mais privilégios e acesso a recursos pode desenvolver uma bagagem maior do que aquelas que não têm tanto acesso. No entanto, isso não deve ser um fator para nos vitimizarmos. Devemos usar nossa situação como um incentivador para correr atrás. Pode ser que demoremos um pouco mais para alcançar nossos objetivos, mas a falta de privilégios não significa que não podemos chegar lá. O que pode acontecer é que talvez precisemos nos esforçar mais e levar mais tempo.

Pensando sobre o que temos como diferencial competitivo, todos nós temos algo, independentemente de privilégios. Todos já possuímos alguma competência que se destaca. Cabe a nós identificar isso e trabalhar em cima disso, pois assim teremos uma vantagem competitiva. Privilégios podem ajudar a alcançar objetivos, mas algum diferencial já temos, e precisamos identificá-lo, pois é ele que nos ajudará a nos destacar mais facilmente.

Foco nos Pontos Fortes

Para começar essa análise, baseando-nos nos livros Outliers e "Descubra Seus Pontos Fortes", vamos imaginar que fizemos duas provas: uma de português e outra de matemática. Na prova de português, tiramos 9, e na de matemática, tiramos 5.

Qual matéria, a partir daí, entendemos que devemos estudar mais? Durante a vida inteira, acreditamos que, nesse cenário, precisaríamos estudar mais matemática e nos esforçar mais nessa área. No entanto, o autor do livro "Descubra Seus Pontos Fortes" contraria essa ideia, sugerindo que, se já somos bons em algo, devemos realmente apostar nisso. Focar nos pontos fracos pode nos levar a gastar um tempo enorme para sermos medianos. Isso não significa que devemos deixar de estudar matemática, pois precisamos de uma nota mínima para passar nos exames. Devemos alcançar uma zona de equilíbrio, evitando prejuízos, mas mantendo o mínimo necessário nas áreas em que não somos tão bons, enquanto potencializamos o que já fazemos bem para nos tornarmos diferenciados.

Administrar os pontos fracos, como no exemplo da matemática, e potencializar o português, que é uma área em que já nos destacamos, pode nos trazer mais sucesso em um curto espaço de tempo. Se focarmos demais em matemática, faremos um grande esforço e levaremos tempo para melhorar. Por outro lado, se focarmos no português, onde já somos bons, nos destacaremos ainda mais, tornando-nos um destaque. Trouxemos os principais pontos desse livro, que vale a leitura. O livro inclui um teste de aptidão para identificar nossos pontos fortes, o que é muito interessante e vale a pena fazer.

Estratégias para Potencializar Competências

O que o livro resume, então? Primeiro, precisamos sair da zona de prejuízo. Não podemos tirar notas baixas em matemática, pois precisamos de uma nota mínima, talvez 7, para não repetir de ano. Para isso, podemos implementar um sistema de apoio, evitando a ilusão de que seremos extraordinários em tudo. Temos uma série de competências, e algumas se destacam. Não precisamos nos esforçar para sermos ótimos em tudo; devemos focar naquilo que já nos faz bons. Implementar um sistema de apoio pode ser, por exemplo, usar um aplicativo de gestão de tempo e organização, criar uma agenda ou fazer um planejamento.

Podemos também usar nossos pontos fortes para superar os fracos. Se não temos facilidade em fazer apresentações, mas precisamos enfrentar esse desafio no trabalho, podemos usar nossa habilidade de sintetizar informações e fazer pequenas apresentações sobre temas que dominamos. Podemos treinar em casa, fazer vídeos e postar na internet sobre temas confortáveis para nós, desenvolvendo confiança para abordar outros temas.

Outra opção é buscar alguém como referência, semelhante à ideia de implementar um sistema de apoio. Podemos ter alguém como referência para entender um tema ou pedir apoio, terceirizando algo em que não somos tão bons, para focar no que já fazemos bem.

Descobrindo Nossos Pontos Fortes

Discutimos o conceito que o livro traz, mas como descobrir nossos pontos fortes? Primeiramente, procuremos testes de personalidade. Podemos adquirir o livro e fazer o teste de personalidade incluído, ou buscar testes gratuitos ou pagos na internet. Esses testes ajudam a identificar nosso estilo, personalidade, competências e gostos.

Relembrar a infância pode parecer estranho, mas é útil. Aquilo em que somos bons e gostamos de fazer é algo que fazemos naturalmente, sem grande esforço ou pressão. Muitas vezes, precisamos olhar para trás e identificar o que sempre gostamos de fazer e no que sempre fomos bons. Por exemplo, consideramos-nos comunicativos, gostamos de nos comunicar e sempre fomos assim. Isso é algo fluido e natural para nós.

Quando vemos alguém bom em raciocínio lógico, que faz cálculos rapidamente, achamos isso diferenciado, pois não dominamos matemática. Assim acontece com tudo que temos de positivo: é natural e fluido. Talvez precisemos olhar para trás e entender o que fazemos bem de maneira natural desde a infância.

Quando nos graduamos, buscamos aquela graduação com qual intenção? Na vida profissional, em quais situações nos sentimos mais felizes e realizados? Isso nos dá bons indícios dos nossos pontos fortes. Onde fomos bem-sucedidos? Em quais projetos nos orgulhamos? Onde trabalhamos bem sob pressão? Isso também é um indício. Quando fazemos algo que gostamos, mesmo sob pressão, conseguimos entregar bem, pois, apesar da pressão, estamos fazendo algo que nos traz propósito.

Reflexão e Planejamento para o Futuro

Refletir sobre a vida em geral é importante. Chegamos até aqui por quais motivos? O que nos favoreceu ou desfavoreceu? O que queremos daqui para frente? Se o futuro que vislumbramos não faz mais sentido, não tem mais a ver com quem somos ou o que queremos, devemos mudar a rota. Nunca é tarde demais para aprender algo novo, fazer uma nova graduação, mudar de carreira ou se arriscar. Precisamos apenas de disposição.

Análise de cenários - Alinhamento de valores

Alinhamento de Valores e Motivação Pessoal

O quanto os nossos valores estão alinhados com a motivação que temos para viver no dia a dia? E o quanto tudo isso está alinhado com a nossa carreira e com os propósitos que buscamos? Isso certamente influencia nas nossas atitudes, como já vimos. Consideramos que é errado não sermos fiéis aos nossos valores, com tudo que já discutimos até agora? Parece que não ser fiel aos nossos valores causa insatisfação e frustração. Isso é verdade, mas devemos ter cuidado, pois nem tudo é uma verdade absoluta. Por exemplo, podemos ter um forte valor de qualidade de vida e família. Esses podem ser grandes valores para nós, estando no topo da nossa lista. No entanto, isso não significa que não possamos, em algum momento, dar importância aos valores de independência e ambição, que podem estar em menor escala, mas ainda assim são existentes.

Prioridades e Equilíbrio entre Vida Pessoal e Profissional

O que queremos dizer com isso? Ao priorizarmos qualidade de vida e tempo com a família, provavelmente não estaremos felizes em um emprego que consome muitas horas de trabalho, que exige viagens constantes e que nos faz abrir mão de muito tempo de qualidade de vida, dificultando o equilíbrio entre o pessoal e o profissional. Contudo, isso não significa que, em algum momento, não possamos priorizar o trabalho, dedicando-nos mais, pois também valorizamos a independência e a ambição. Queremos crescer na carreira, ser independentes, construir e conquistar coisas, e alcançar independência financeira. Portanto, cuidado! Trabalhar duro, dedicar muitas horas e viajar muito não significa que não pensamos na família ou na qualidade de vida. Pode ser que, naquele momento, estejamos priorizando o trabalho, com a expectativa de, no futuro, ter mais qualidade de vida e tempo com a família.

Ciclicidade dos Valores e Auto-Percepção

Esses valores e a ordem deles são cíclicos. O fato de hoje qualidade de vida e família estarem no topo não significa que estarão amanhã. Nós mudamos constantemente, então devemos ter cuidado com julgamentos de valor ao observar alguém e com a nossa auto-percepção. É importante ter auto-empatia, ou seja, olhar para nós mesmos e para os nossos interesses. Isso já aconteceu conosco. Sempre prezamos por trabalhos que permitissem, minimamente, equilibrar a vida profissional com a pessoal. No entanto, surgiu um desafio na carreira que despertou grande interesse. Sabíamos que seria necessário dedicar muitas horas e aprender coisas novas, o que consumiria tempo fora do trabalho. Mas foi algo que quisemos, e houve um acordo com a família de que, por um determinado tempo, nos focaríamos naquela oportunidade, acreditando que ela proporcionaria crescimento e conquistas na carreira. E assim foi feito, até que chegou um momento em que não fazia mais sentido, e decidimos priorizar a qualidade de vida e a família, que estavam no topo da lista. Portanto, é relativo e cíclico, e devemos estar atentos a isso.

Matriz de Performance e Valores

Para esclarecer o quanto nossos valores refletem na nossa performance e disposição na empresa, apresentamos uma matriz de performance e valores. Ela mostra quatro quadrantes de como nos comportamos quando nossos valores estão alinhados com os da organização e como isso reflete na nossa performance. Vamos começar falando dos fatores dois e três.

No fator dois, o colaborador tem altos valores, está muito alinhado aos valores da organização e apresenta alta performance. Esse colaborador é o ideal, pois se identifica muito com os valores da empresa, que refletem os seus, e consegue trazer alta performance para a organização. Essa pessoa deve ser retida e promovida.

No cenário três, no quadrante três, encontramos um colaborador com baixos valores e baixa performance. Essa pessoa é o oposto do fator dois, pois não está alinhada com os valores da empresa, o que não traz motivação, e não consegue entregar bons resultados. Essa pessoa está sob risco de demissão, pois o líder não está satisfeito com seu desempenho.

Nos outros quadrantes, um e quatro, no quadrante um, temos uma pessoa com altos valores, mas baixa performance. Mesmo que essa pessoa não traga bons resultados, por se identificar muito com a empresa, ela pode receber incentivos, estímulos, treinamentos e ações de desenvolvimento para aumentar sua performance.

Se compararmos todos os quadrantes, o quadrante um ainda é melhor do que o quadrante quatro. No quadrante quatro, a pessoa apresenta alta performance, mas os valores são baixos. O quadrante um seria superior ao quatro, pois, mesmo que o quatro traga bons resultados, ele não está alinhado aos valores da empresa. Esses resultados podem ser até duvidosos, já que a pessoa, não estando alinhada aos valores da empresa, pode alcançar resultados de maneira não ética. Sugere-se que essa pessoa seja observada e acompanhada para garantir que ela tem o mérito adequado pelos resultados que traz e não utiliza métodos antiéticos para alcançá-los.

Exemplos de Desalinhamento de Valores

Por exemplo, podemos imaginar um vendedor que promete prazos de entrega e níveis de qualidade sabendo que não irá cumprir. Ele fecha a venda e atinge suas metas, mas o pós-venda não é cumprido, gerando insatisfação do cliente com a empresa. Ele atingiu a meta, mas com baixos valores, não utilizando a maneira correta para alcançar o resultado. Portanto, não é um resultado tão bom.

Reflexão sobre Alinhamento Pessoal e Organizacional

Por que trazemos tudo isso? Para que possamos analisar em qual quadrante estamos. Será que a empresa em que atuamos hoje reflete nossos valores? E se não reflete, será que a culpa é da organização ou nossa por ter aceitado um desafio que não se alinha conosco? É importante estarmos atentos a isso. Já aconteceu em nossa vida profissional de estarmos dispostos a um desafio, sabendo que seria algo desafiador e diferente, mas estávamos dispostos. Durante um tempo, insistimos, nos desafiamos, crescemos pessoal e profissionalmente, conquistamos êxitos, mas chegou um momento em que lutávamos mais contra os valores da empresa do que nos sentíamos parte dela. Era custoso aceitar algumas práticas da empresa, que, embora legais, não refletiam o que acreditávamos.

Importância do Ambiente de Trabalho Alinhado

Às vezes, um ambiente muito burocrático ou muito disruptivo pode não refletir nossos valores. Algumas pessoas preferem ambientes dinâmicos e de alta pressão, enquanto outras não. Por isso, é importante identificar como nossos valores se relacionam com o ambiente e a empresa em que atuamos, para garantir que somos colaboradores que entregam performance e cujos valores estão alinhados à empresa. Isso nos ajuda a alcançar resultados com menos esforço, pois quando fazemos algo alinhado com nossos propósitos, é mais natural e fluido.

Autoavaliação e Desenvolvimento Profissional

Devemos nos perguntar sinceramente o que estamos agregando à organização em que trabalhamos atualmente. Quando olhamos para o que agregamos, está condizente? Ao observar pessoas em posições similares, como estão suas entregas? Superiores, inferiores, medianas? Não devemos viver nos comparando, mas ter um parâmetro para entender se estamos dentro do esperado ou destoando. Se estamos além, ótimo. Se estamos abaixo, precisamos ter uma base para entender e abrir os olhos, pois quem deve mudar esse cenário somos nós. Caso contrário, podemos ser desligados da empresa por baixa performance.

Atualização e Competitividade no Mercado

Não devemos delegar nossa carreira à organização. Devemos estar sempre entendendo quanto nosso diferencial competitivo está em alta na organização, até para entender o mercado. Estar atualizado sobre o mercado não é só para quem quer mudar de empresa. Devemos nos atualizar, fazer networking, entender o mercado. Isso nos dá um balizamento sobre o que é buscado em relação ao nosso perfil profissional, competências técnicas, comportamentais, tempo de experiência, idiomas, interesses. Isso nos ajuda a dominar nossa área de atuação e estar atualizados sobre o mercado.

Benefícios da Atualização de Mercado

Estar atualizado pode nos ajudar a negociar internamente uma promoção, aumento de cargo ou salário, ou crescimento dentro da organização. Mesmo que estejamos satisfeitos, podemos querer crescer. Quando nos balizamos no mercado, percebemos se estamos prontos para um novo passo na carreira e conseguimos argumentos para negociar internamente. Além disso, se percebemos que o mercado está aquecido e onde estamos não traz tantas possibilidades, ou se queremos nos arriscar, isso nos dá repertório para buscar novas oportunidades e potencializar o networking que já fizemos. Estar atualizado sobre o mercado é importante para todos, para ter referências, estar atualizado, negociar internamente ou buscar opções no mercado.

Análise de cenários - Crescer onde atuo ou mudar de emprego ou carreira

Reflexão sobre a Decisão de Mudar de Carreira

Com tudo que vimos até aqui, talvez estejamos refletindo sobre a hora de ir para o mercado. Isso pode ocorrer por diversos fatores, mas antes de tomar essa decisão, vamos entender o que o mercado está dizendo sobre carreira. Trouxemos uma pesquisa da Robert Half, cujo link será disponibilizado para quem quiser ver em detalhes. A pesquisa destaca que, globalmente, existem três características que fazem com que as pessoas se sintam bem em uma organização, e essas características se repetem independentemente de gênero, setor ou país. A primeira é o orgulho de atuar na organização, a segunda é ser tratado com igualdade e respeito, e a terceira é sentir-se valorizado pelo trabalho realizado. Essas são características importantes para quem faz parte de uma organização.

Panorama de Insatisfação no Mercado de Trabalho

Outra pesquisa, da Terra Consulting, revela que 53% das pessoas pretendem mudar de empresa nos próximos 12 meses. Isso indica que metade das pessoas em uma organização, em média, pretende mudar de empresa. Além disso, 63% já mudaram de carreira, 48% pretendem mudar de carreira nos próximos 12 meses, e 70% desejam uma carreira mais alinhada aos seus interesses e propósitos de vida. Esse panorama mostra que, em média, metade ou mais das pessoas em uma organização estão insatisfeitas, seja pela empresa em que estão, pela carreira escolhida ou por não encontrarem um propósito alinhado à empresa atual.

Indicadores de Mudança de Carreira

Dentro da pesquisa sobre quem pretende mudar de carreira ou área nos próximos 12 meses, alguns indicadores são: 37% pretendem mudar de carreira ou área de empresa, 30% não pretendem mudar de carreira nem de área, 16% pretendem mudar de empresa, mas não de carreira, 8% pretendem mudar de carreira, mas não de empresa, 6% não conseguiram responder, 3% não estão trabalhando, mas buscam uma nova carreira ou área, e 1% não está trabalhando, mas busca uma empresa para seguir com a carreira atual. Isso mostra que grande parte das pessoas está insatisfeita e busca algo diferente do que tem hoje.

Fatores de Insatisfação no Trabalho

Existem vários fatores responsáveis por essa insatisfação, mas é importante refletir sobre o quanto nossas expectativas podem estar desalinhadas da realidade. Muitas vezes, mudamos de empresa e nos deparamos com os mesmos problemas sob outra forma. Vale a pena refletir: será que não existem empresas boas ou são os mesmos problemas que enfrentamos em diferentes lugares?

Principais Motivos de Insatisfação

Falando sobre os itens que mais trazem insatisfação, 57% dizem que o salário não condiz, 37% buscam flexibilidade de horário, 34% desejam potencial de aprendizado, 33% querem perspectiva de crescimento e 27% esperam um alinhamento de propósito entre a empresa e a pessoa. Esses fatores são críticos para a insatisfação, além de outros motivos comuns atrelados a eles.

Influências Internas na Decisão de Permanecer na Empresa

Dentro da organização, o que influencia a decisão de um colaborador continuar ou não? O ambiente é um dos grandes fatores citados. Estar em um ambiente onde não se sente acolhido, à vontade ou reconhecido traz insatisfação. A liderança também é um fator importante, pois interfere no nível de satisfação do colaborador. A preparação do líder, sua predisposição em orientar e cuidar do time, e as práticas organizacionais são fatores que interferem na satisfação e motivação do colaborador.

Desafios e Valorização no Trabalho

A falta de desafios é comum no discurso de pessoas insatisfeitas. Elas percebem que poderiam enfrentar desafios maiores, mas não têm essa oportunidade. A baixa valorização também é um fator de insatisfação, seja por não se sentir reconhecido ou remunerado adequadamente, ou por não receber feedbacks. Embora o fator financeiro não seja tudo, ele é importante para a satisfação do colaborador.

Avaliação da Organização Atual

Antes de se arriscar no mercado, é importante pensar na organização atual. Existe um plano de carreira? Se não soubermos, isso já é um mau sinal. Devemos procurar entender se há um plano de carreira, se a empresa fomenta o crescimento e se há um caminho claro a ser percorrido. As promoções são divulgadas? Isso indica a clareza da empresa sobre o caminho de crescimento. Temos acesso às pessoas que crescem na organização? Conversamos com nosso gestor, RH ou Business Partner sobre plano de carreira, sucessão e desenvolvimento? Existem ações de treinamento e desenvolvimento? Participamos delas?

Importância do Plano de Desenvolvimento Individual

Temos um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI)? Algumas empresas consideram o PDI como parte das metas, incentivando o desenvolvimento pessoal. É importante olhar para nós mesmos e pensar no que precisamos desenvolver, como aprender um idioma, por exemplo.

Caso de Estudo: A História de Renata

Com esse cenário, trazemos a história de Renata, uma analista plena de marketing de 27 anos. Ela é uma boa profissional com potencial de crescimento na organização, mas está frustrada com sua atividade atual e impaciente por mudanças. No entanto, tem medo de se arriscar no mercado devido à estabilidade atual. Essa situação é comum e muitas pessoas se identificam com ela, temendo trocar algo certo pelo incerto.

Reflexão sobre Estabilidade e Mudança

A primeira questão que devemos abordar é: quem possui estabilidade atualmente? O que é considerado certo nos dias de hoje? Ninguém está realmente estável, pois as coisas mudam de maneira muito dinâmica. Novos mercados surgem, tecnologias se tornam obsoletas e outras aparecem. A economia muda, impactando o comportamento do consumidor, e tudo pode mudar a qualquer momento. Mesmo que nos sintamos acomodados ou estáveis, nada está garantido, independentemente de termos um contrato CLT, sermos prestadores de serviço ou qualquer outra forma de trabalho. Nada é tão certo ou permanente como no passado. Não devemos permitir que essas crenças nos limitem de buscar algo mais no mercado. O medo pode ser um alerta positivo, mas quando se torna paralisante, deixa de ser benéfico.

Análise de Ganhos e Perdas

Para avaliar se é o momento de buscar novas oportunidades, mais do que se basear em crenças que já não são tão reais, devemos fazer uma análise de ganhos e perdas. Devemos observar o cenário atual, identificar o que nos gera insatisfação na empresa em que atuamos e o que nos chama a atenção no mercado. É importante listar os ganhos e perdas de cada cenário: continuar na empresa, pedir uma promoção ou aumento, mudar de função, ir para outra empresa ou até mesmo mudar de profissão. Com clareza sobre esses aspectos, tomamos decisões de maneira mais assertiva e confiante.

Estratégia e Planejamento de Carreira

É crucial não pular etapas apenas por insatisfação ou impaciência, pois isso pode nos prejudicar. Se decidirmos sair da empresa sem avaliar o mercado ou nossa adequação a ele, podemos nos deparar com dificuldades. Às vezes, é mais estratégico permanecer na empresa, qualificar-se e, então, buscar novas oportunidades. Dar passos atrás pode ser mais estratégico do que avançar com lacunas técnicas e comportamentais.

Experiência Pessoal de Mudança de Carreira

Compartilhando uma experiência pessoal, em determinado momento, eu era analista júnior, mas não atuava na minha área de formação. Surgiu a oportunidade de estagiar na área que eu estudava, e decidi fazer essa mudança. Embora parecesse um passo atrás, foi uma decisão estratégica que me permitiu atuar na minha área, em uma empresa maior, e adquirir experiências valiosas. Se eu tivesse insistido em permanecer como analista júnior, poderia ter perdido aprendizados importantes.

Avaliação Estratégica de Movimentações

Devemos avaliar as movimentações de maneira estratégica, independentemente do tamanho da empresa ou do cargo. É importante trabalhar duro, estar preparado, aproveitar boas oportunidades e manter um bom networking. Alinhar expectativas é fundamental, pois problemas nas empresas são muitas vezes similares. Podemos nos deparar com frustrações se nossas expectativas estiverem desalinhadas com a realidade.

Desenvolvimento de Competências e Planejamento de Mudança

Para se destacar, é essencial ter clareza sobre nossas competências e buscar desenvolver aquelas que nos faltam. Não devemos mudar de empresa para depois buscar qualificações; precisamos estar prontos para quando as oportunidades surgirem. Avaliar se a movimentação é estratégica ou se estamos apenas saturados é crucial. Permanecer na organização atual, qualificando-se e amadurecendo ideias, pode ser a melhor estratégia.

Planejamento de Mudança de Carreira

Se decidirmos que é hora de mudar, mesmo que haja oportunidades de crescimento na empresa atual, devemos planejar essa mudança. Às vezes, não é insatisfação, mas a vontade de conhecer novas possibilidades que nos motiva. Planejar a mudança, mantendo um bom relacionamento com a organização atual, é importante. As circunstâncias podem mudar, e manter portas abertas é sempre vantajoso.

Conclusão: Alinhamento de Valores e Motivação na Carreira

Concluindo, ao identificar nossos valores, mantemos a motivação e o alinhamento na carreira. Ter clareza sobre nossos pontos fortes nos ajuda a direcionar nossa trajetória profissional. Potencializar nossos pontos fortes é mais eficaz do que focar apenas no desenvolvimento dos pontos fracos. Crescer na empresa atual ou mudar de carreira é uma decisão pessoal e deve ser embasada em uma análise de mercado e de nossas qualificações. Devemos entender o que o mercado demanda e avaliar se é o momento certo para uma mudança.

Sobre o curso Desenvolvimento de carreira: como alcançar a posição desejada

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