Revolucionando a experiência do usuário com Realidade Aumentada

Revolucionando a experiência do usuário com Realidade Aumentada
Felipe Labouriau
Felipe Labouriau

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Resumindo

Já imaginou uma tecnologia que pode revolucionar a maneira como usuários e clientes se relacionam com a sua marca, produto ou serviço?

Neste artigo vamos falar sobre a realidade aumentada: o que ela é, quais os benefícios, como utilizá-la e quais os diferentes tipos existentes.

Também vamos entender como as empresas podem empregar a realidade aumentada, principalmente por meio de smartphones e dispositivos móveis, para:

  1. Criar uma experiência única;
  2. Diminuir a sobrecarga cognitiva;
  3. Aumentar o engajamento; e
  4. Ter uma vantagem competitiva.

Vamos para a leitura?

O que é a realidade aumentada?

Realidade aumentada é uma maneira de sobrepor imagens, sons e textos sobre o mundo real. Você aponta um dispositivo – geralmente o smartphone – para um ambiente e na tela aparecem elementos visuais de acordo com a programação do app.

Um exemplo de RA é o jogo Pokémon GO, lançado em 2016 e que logo virou uma febre mundial. Nele, o usuário pode encontrar pokémons em locais reais, como parques e ruas próximas de casa e do trabalho.

Imagem que mostra uma mão segurando um celular, em um local aberto. Na tela do celular, aparece o jogo Pokemon GO, em realidade aumentada, mostrando além da imagem real, elementos do jogo.

O aplicativo projeta objetos sobre o ambiente capturado pela câmera (nesse caso, um pokémon)

No ano de lançamento, o Pokémon GO foi baixado por mais de 500 milhões de pessoas pelo mundo e somou 832 milhões de dólares em vendas internas. Embora não seja o único motivo para o sucesso do jogo, a realidade aumentada foi um fator fundamental para a experiência do usuário no aplicativo.

Imagem que mostra um gráfico com o número de vendas em dólares a cada ano. Na horizontal, temos os anos e na vertical o número de downloads: em 2016 foram 832 milhões, em 2017 - 589 milhões, em 2018 - 816 milhões e em 2019 - 774 milhões de dólares em vendas.

Gráfico de vendas no app a cada ano. Crédito da pesquisa: Statista

Além de games, as redes sociais são importantes promotores da realidade aumentada. Instagram e Snapchat, por exemplo, oferecem uma infinidade de filtros para as pessoas usuárias personalizarem suas fotos.

Imagem de uma mulher com um celular sobre o rosto. Nele, há um filtro de snapchat, que mostra a mulher utilizando em sua fotografia um filtro com orelhas e boca de um  rato.

Realidade aumentada e Realidade virtual

Imagem de uma mulher utilizando óculos de realidade virtual.

Crédito: Freepik

Cuidado para não confundir realidade aumentada com realidade virtual. Enquanto a primeira projeta elementos sobre o mundo físico real, a realidade virtual cria um mundo à parte, construído do zero. Geralmente, se utilizam óculos especiais – chamados de óculos VR (virtual reality, em inglês) – para vivenciá-la.

Quem usa os óculos VR, enxerga e interage com o ambiente virtual por meio de imagens exibidas nas telas internas do aparelho. Não há correspondência, necessariamente, do que está sendo visto com o mundo real: essa é a diferença fundamental entre as duas tecnologias.

Realidade aumentada na prática

Segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas em 2020, no Brasil existem 234 milhões de smartphones. Esse número significa mais de um aparelho por pessoa!

A capacidade desses dispositivos cresce a cada dia e a influência em nossas rotinas também: eles podem nos ajudar a fazer compras, pagar contas, nos transportar, falar com amigos, jogar e muito mais.

Por isso, as oportunidades para implementar a realidade aumentada nos negócios são imensas. Quem trabalha com marketing e experiência do usuário, por exemplo, pode aproveitar bastante esse recurso para atrair e conquistar clientes.

Vamos conhecer alguns benefícios que a realidade aumentada pode trazer para os produtos e serviços:

1. Cria uma experiência única

A realidade aumentada pode proporcionar uma interação inédita. Imagine que você quer comprar um móvel pela internet mas está na dúvida se ele caberá ou ficará legal na sua casa. Pensando nisso, a loja sueca IKEA criou um app que projeta os produtos da loja nos ambientes da casa. Basta apontar a câmera do celular para onde desejar e pronto.

Imagem que mostra uma pessoa segurando um celular em um cômodo da casa. Na tela do celular, há um sofá, em realidade aumentada, que está sendo projetado nesse cômodo.

Crédito: IKEA

Com essa inovação, não há necessidade de medir o espaço e os clientes têm mais segurança para fazer a compra, evitando o incômodo de encomendar um móvel que não cabe. Incrível, não é mesmo?

2. Diminui a sobrecarga cognitiva

Certos documentos têm um excesso de informações densas e complexas. Quando não conseguimos processá-las, é comum nos frustrarmos e até tomarmos decisões ruins. O nome desse fenômeno é sobrecarga cognitiva.

A fim de evitar o excesso de gráficos, esquemas e imagens, a realidade aumentada pode ajudar a pessoa usuária a focar apenas no que for importante para ela naquele momento.

A fabricante de carros sul-coreana Hyundai lançou em 2015 um manual com realidade aumentada para o modelo Sonata. Com ele, as informações são fragmentadas e resumidas, facilitando a identificação dos componentes do veículo. Dessa forma, as pessoas usuárias não precisam lidar com um volume exagerado de informações para encontrar o que desejam.

Imagem de uma pessoa segurando um tablet dentro do carro. Na tela do tablet, há a realidade aumentada mostrando os itens do painel do carro, como volante, botões e demais acessórios.

Crédito: Hyundai

3. Aumenta o engajamento

Dada a natureza interativa da realidade aumentada, o marketing pode aproveitá-la para fazer com que clientes e potenciais clientes experimentem os produtos de uma marca antes de comprá-los.

A ótica Zerezes, por exemplo, oferece um provador virtual para alguns dos seus modelos de óculos, em que o cliente consegue visualizar como a peça ficará em seu rosto. Com isso, o engajamento pode aumentar, uma vez que o usuário tem mais ferramentas para tomar sua decisão final de compra.

Imagem que mostra o instrutor Felipe provando um óculos virtual, por meio da realidade aumentada, no site da Zerezes.

Crédito: Zerezes

4. Diferença competitiva

Em um mercado concorrido, a realidade aumentada pode ajudar as empresas a irem mais longe com serviços e campanhas criativas, que poderão posicioná-las de forma diferenciada em relação às demais.

A Nike lançou um app de realidade aumentada que permite que as pessoas experimentem os tênis antes de comprá-los. Ele também escaneia os pés do usuário e diz o tamanho exato do tênis.

Quem já comprou calçados na internet sabe como pode ser difícil encontrar a numeração exata, ainda mais quando os tamanhos não são padronizados entre as marcas.

Mais uma vez, temos uma experiência exclusiva que pode levar o(a) consumidor(a) a optar por empresas que ajudam a escolher o produto correto.

Imagem do app da Nike que mostra uma pessoa provando o tênis de forma virtual. No menu inferior, há opções de tênis a serem escolhidos.

Crédito: The Wall Street Journal

Os 4 tipos de realidade aumentada

Agora que já compreendemos os principais benefícios que essa tecnologia pode trazer, vamos entender os quatro tipos de realidade aumentada e como cada uma funciona:

1. Baseada em marcadores

Utiliza a câmera do dispositivo para capturar a cena e projetar sobre ela os elementos virtuais. Leva esse nome porque reconhece o padrão da imagem e nela posiciona marcadores para criar a geometria dos elementos virtuais. É o tipo utilizado, por exemplo, no jogo Pokémon GO e nos filtros do Instagram.

2. Sem marcadores

Se refere aos softwares que não precisam necessariamente da câmera para criar marcadores na cena. Eles aproveitam os dados digitais da câmera, do GPS, do compasso digital ou do acelerômetro do dispositivo para projetar os elementos virtuais. Esse tipo de realidade aumentada é especialmente útil em mapas e apps que precisam da geolocalização do usuário, como os que mostram lojas, restaurantes e outros tipos de comércio nas proximidades.

3. Baseada em superimposição

Reconhece o visual original de um objeto e o substitui total ou parcialmente por uma versão aumentada. É o caso do app da IKEA, que vimos anteriormente, que projeta móveis num ambiente.

4. Baseada em projeção

É o tipo que utiliza um projetor para projetar luz em ambientes reais, sendo mais comum em eventos e pouco aproveitada por smartphones.

Concluindo

Conversamos, então, sobre o que é a realidade aumentada e como ela pode ser usada por diversos negócios das mais diferentes maneiras para oferecer uma nova experiência ao usuário.

Vimos ótimos exemplos dessa tecnologia dedicada a facilitar a vida das pessoas, para que o contato delas com o que a empresa tem a oferecer seja o melhor possível. Dessa forma, a realidade aumentada se apresenta como um importante diferencial competitivo para quem a utiliza.

Se você quiser saber mais sobre o assunto, ouça o episódio sobre Realidade aumentada no podcast Hipsters Ponto Tech.

Para se aprofundar ainda mais, temos também o curso Spark AR: Fundamentos básicos, em que apresentamos o software Spark AR e ensinamos como trabalhar com tracking, criar objetos que acompanham o movimento do rosto, criar texturas, lidar com programação dentro do programa e muito mais. Confira!

Até a próxima!

Felipe Labouriau
Felipe Labouriau

Sou designer gráfico de formação, com experiência no mercado de mídias impressas e virtuais. Hoje, sou instrutor de design na Alura e já colaborei para grandes insituições, como Fundação Getúlio Vargas, Ipiranga e Sebrae/RJ.

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