Aproveite o mês das
carreiras na Alura

Até 44% OFF

Falta pouco!

00

DIAS

00

HORAS

00

MIN

00

SEG

Estruturas básicas de controle com GO

O Go (ou golang) é uma linguagem criada em 2007 pela equipe de desenvolvimento do Google. Tinha como objetivo facilitar o desenvolvimento de sistemas sem a necessidade de se utilizar outras linguagens de programação.

Vamos ver neste artigo suas principais estruturas de controle, bem como a criação de funções.

O famoso olá mundo!

Normalmente, o primeiro exercício em uma linguagem desconhecida da gente é o "olá mundo". Apenas escrevemos código na nova linguagem que exibe essa mensagem.

Embora não pareça nada demais, é um indicativo de que o seu ambiente foi corretamente construído, para que você possa realmente aprender a nova ferramenta.

No caso do Go, é um pouco mais simples que outras linguagens, como Java por exemplo:

package main
import "fmt"
func main(){
        fmt.Println("Olá mundo Go!")
}

Para rodarmos esse programa por linha de comando, não precisamos compilá-lo antes. Basta que salvemos esse código num arquivo .go (olamundo.go, por exemplo):

$ go run olamundo.go
Olá mundo Go!

Declarar variáveis também é bem simples:

numero1 := 1

Nesse caso, estamos declarando uma variável chamada numero1, e atribuindo o valor 1 a ela. Note o operador de atribuição ( :=).

Essa atribuição foi feita logo abaixo da mensagem inicial:

package main
import "fmt"
func main(){
  fmt.Println("Olá mundo Go!")
  numero1 := 1
}

Vamos então rodar esse programa...ops!

$ go run olamundo.go
# command-line-arguments
./olamundo.go:8:2: numero1 declared and not used

Repare que declaramos uma variável, mas esta não é usada em nenhuma parte do sistema, o que faz com que o interpretador go lance um erro de compilação. Esse recurso é bem interessante, pois disciplina o programador a manter somente o código que ele precisa. O time de criação da linguagem justifica a inclusão dessa característica no FAQ da linguagem. Basicamente:

The presence of an unused variable may indicate a bug, while unused imports just slow down compilation, an effect that can become substantial as a program accumulates code and programmers over time. For these reasons, Go refuses to compile programs with unused variables or imports, trading short-term convenience for long-term build speed and program clarity.

Logo, verificamos que eles se preocuparam não somente com variáveis que não são usadas, mas também com imports desnecessários, que podem fazer com que o processo de compilação fique mais lento. A explicação completa pode ser vista em https://golang.org/doc/faq#unused_variables_and_imports

Para que possamos remover esse erro, devemos dar uma finalidade a essa variável. No nosso caso, vamos apenas imprimir seu valor:

package main
import "fmt"
func main(){
  fmt.Println("Olá mundo Go!")
  numero1 := 1
  fmt.Println(numero1)
}

E temos como saída:

$ go run olamundo.go
Olá mundo Go!
1

Nada muito inesperado, não é mesmo? Repare que, diferente de outras linguagens como Java por exemplo, a sintaxe é menos verbosa e burocrática. Não precisamos colocar ponto-e-vírgula no final de nossas instruções.

Podemos declarar outro número, e somarmos os 2, gerando um terceiro número:

package main
import "fmt"
func main(){
fmt.Println("Olá mundo Go!")
numero1 := 1
fmt.Println(numero1)
numero2 := 2
numero3 := numero1 + numero2
fmt.Println(numero3)
}

E se precisarmos comparar ambos os números, imprimindo quem é o maior? Teremos que comparar os números. Para isso, podemos usar instruções if/else e fazer as comparações:

if numero1 < numero2 {
   fmt.Println("O número 1 é menor que o número 2")
   } else if(numero1 == numero2){
       fmt.Println("Os números 1 e 2 são iguais")
   } else {
       fmt.Println("O número 1 é maior que o número 2")
 }

Repare que as instruções if podem ou não ter sua condicional entre parênteses. Normalmente elas são escritas sem os parênteses mesmo. Fiz aqui apenas para mostrar que é possível.

Podemos inclusive refatorar este código, de forma que tenhamos apenas uma instrução de impressão de mensagens para todos esses condicionais. Para isso, podemos declarar uma variável do tipo String:

var mensagem string

E atribuir valores a ela de acordo com as condicionais:

if numero1 < numero2 {
   mensagem = "O número 1 é menor que o número 2"
} else if(numero1 == numero2) {
   mensagem = "Os números 1 e 2 são iguais"
} else {
   mensagem = "O número 1 é maior que o número 2"
}
fmt.Println(mensagem)

Há alguns pontos a se considerar. Diferente da maioria das linguagens, a declaração de variáveis do Go começa com a palavra chave var, seguida do nome da variável. Não há necessidade de declarar o tipo, embora possa ser necessário numa variável como essa, que pode ser usada em diversos pontos da função, garantindo que qualquer atribuição a ela seja do tipo declarado.

Além disso, note como a atribuição de valores à variável mensagem foi feita. Agora não usamos mais o operador :=, mas apenas o = . Para o Go, quando inicializamos uma variável com um determinado valor (o caso dos números por exemplo) usamos o primeiro operador. Nos demais, o segundo.

Mas, e se precisarmos verificar todos os números divisíveis por 5 entre 0 e 100, por exemplo? Para isso, podemos usar um looping, juntamente com o if:

for i := 0; i <= 50; i ++ {
   if i % 5 == 0 {
      fmt.Println(i, " é um número divisível por 5")
    }
}

Repare que, assim como o if, o for também não precisa de parênteses. Esta característica, combinada com outras da linguagem, contribuem para tornar o código menos verboso.

Além disso, fizemos a concatenação entre o valor de i e uma string (com s minúsculo mesmo. Diferente de linguagens como Java por exemplo (e semelhante ao C#), string escreve-se com letra minúscula).

A saída desse código será:

$ go run olamundo.go
Olá mundo Go!
1
3
O número 1 é menor que o número 2
0  é um número divisível por 5
5  é um número divisível por 5
10  é um número divisível por 5
15  é um número divisível por 5
20  é um número divisível por 5
25  é um número divisível por 5
30  é um número divisível por 5
35  é um número divisível por 5
40  é um número divisível por 5
45  é um número divisível por 5
50  é um número divisível por 5

Agora que vimos as principais estruturas de controle em Go, vamos revisitar o código que já criamos:

package main
import "fmt"
func main(){
fmt.Println("Olá mundo Go!")
numero1 := 1
fmt.Println(numero1)
numero2 := 2
numero3 := numero1 + numero2
fmt.Println(numero3)
var mensagem string
if numero1 < numero2 {
   mensagem = "O número 1 é menor que o número 2"
} else if(numero1 == numero2) {
   mensagem = "Os números 1 e 2 são iguais"
} else {
   mensagem = "O número 1 é maior que o número 2"
}
fmt.Println(mensagem)
for i := 0; i <= 50; i ++ {
  if i % 5 == 0 {
   fmt.Println(i, " é um número divisível por 5")
  }
 }
}

Temos código que lida com tarefas diferentes. Podemos organizá-lo em funções.

Comecemos com nosso primeiro cenário: a soma de 2 números:

numero1 := 1
fmt.Println(numero1)
numero2 := 2
fmt.Println(soma2numeros(numero1, numero2))

A função soma2numeros está abaixo:

func soma2numeros(n1, n2 int) 
int {
   return n1 + n2
}

Como os argumentos da função são do mesmo tipo, podemos simplificar a declaração de tipos, especificando-o apenas uma vez. Além disso, de forma semelhante à declaração de variáveis, colocamos o retorno da função no final de sua assinatura. Essa maneira de declarar tipos, seja de variáveis ou de funções, é algo a se destacar no Go, visto que a maioria das linguagens coloca a declaração de tipo antes da variável ou da função.

Podemos criar também uma função para encapsular a verificação de qual número é maior. Essa não retornará nada. Apenas exibirá no console quem é o maior número. O código dessa função está abaixo:

func qualEhOMaiorNumero(n1, n2 int){
var mensagem string
if n1 < n2 {
   mensagem = "O número 1 é menor que o número 2"
} else if(n1 == n2) {
   mensagem = "Os números 1 e 2 são iguais"
} else {
   mensagem = "O número 1 é maior que o número 2"
}
fmt.Println(mensagem)
}

Como podemos ver, como ele não retorna nada, não colocamos nenhum tipo de retorno. Agora é só chamar a função no método main(), substituindo o código anterior por ela:

func main(){
fmt.Println("Olá mundo Go!")
numero1 := 1
fmt.Println(numero1)
numero2 := 2
fmt.Println(soma2numeros(numero1, numero2))
qualEhOMaiorNumero(numero1, numero2)
for i := 0; i <= 50; i ++ {
   if i % 5 == 0 {
   fmt.Println(i, " é um número divisível por 5")
  }
 }
}

Por último, vamos encapsular o código que verifica quais os números divisíveis por 5:

func numerosDivisiveisPor5Entre0e50(){
   for i := 0; i <= 50; i ++ {
     if i % 5 == 0 {
       fmt.Println(i, " é um número divisível por 5")
     } 
   }
}

E o nosso código final ficará assim:

package main
import "fmt"
func main(){
fmt.Println("Olá mundo Go!")
numero1 := 1
fmt.Println(numero1)
numero2 := 2
fmt.Println(soma2numeros(numero1, numero2))
qualEhOMaiorNumero(numero1, numero2)
numerosDivisiveisPor5Entre0e50()
}
func soma2numeros(n1, n2 int) int {
        return n1 + n2
}
func qualEhOMaiorNumero(n1, n2 int){
var mensagem string
if n1 < n2 {
  mensagem = "O número 1 é menor que o número 2"
} else if(n1 == n2) {
  mensagem = "Os números 1 e 2 são iguais"
} else {
  mensagem = "O número 1 é maior que o número 2"
}
 fmt.Println(mensagem)
}
func numerosDivisiveisPor5Entre0e50(){
   for i := 0; i <= 50; i ++ {
     if i % 5 == 0 {
       fmt.Println(i, " é um número divisível por 5")
     }
   }
}
Banner da Imersão de IA da Alura com Google Gemini. Participe de aulas gratuitas online com certificado. Domine as inovações mais recentes da IA.

Considerações finais

Vimos como criar estruturas básicas de controle em Go, tais como declaração de variáveis, if/else, loopings e funções. Com esses recursos, é possível a criação de programas simples em Go.

Entretanto, caso queira saber mais, há o livro Programando em Go, do Caio Filipini, disponível na Casa do Código.

E aqui na Alura temos alguns curso para iniciar sua carreira em GO.

Bons estudos e até a próxima!

Rodrigo Vieira Pinto
Rodrigo Vieira Pinto

Mestre em Engenharia de Software pelo IPT-SP (Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo) e Pós-graduado em Engenharia de Software pela PUC-SP. Mais de 20 anos de experiência com desenvolvimento de sistemas em Java, PHP, Ruby e Go. Além de ser um amante de software bem escrito, curto muito classic rock, automobilismo e estudar História do Brasil.

Veja outros artigos sobre Programação