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As vantagens de uma Universidade Corporativa e como criá-la

Athena Bastos

Athena Bastos


O desenvolvimento de pessoas, sem dúvidas, assume cada vez mais o protagonismo nas estratégias corporativas. Isto porque, ao contrário do que costumamos ouvir, as pessoas não são dispensáveis. Pessoas são o centro de toda organização. Tecnologia e conhecimento são ferramentas que as impulsionam em direção a uma meta.

O ponto sobre o qual as empresas ainda se debruçam é: como impulsionar os times? Como estimular as pessoas a desenvolverem suas competências e buscarem sua melhor performance?

Durante muito tempo, o foco esteve em fazer treinamentos corporativos, capacitações pontuais e específicas. Mas gradativamente, como aponta Chiavenato, Bersin e tantos especialistas do setor, as empresas ampliam o leque de desenvolvimento, inclusive para atender a necessidades emergentes.

É aqui, então, que a universidade corporativa entra como uma solução.

Além de permitir o conhecimento em escala, as universidades corporativas direcionam o aprendizado conforme os objetivos da organização e, mais do que isso, unem pessoas dentro uma cultura única, inserida em uma comunidade corporativa.

Por essa razão, trazemos os principais aspectos de uma universidade corporativa neste artigo.

Acompanhe para saber mais!

pessoas estudando em uma universidade corporativa

O que é uma universidade corporativa?

A universidade corporativa é um conjunto de estratégias e ferramentas, dentro do campo da pedagogia empresarial, destinada para desenvolver conhecimentos, competências, habilidades e atitudes de colaboradores e colaboradoras.

Segundo Chiavenato:

“As universidades corporativas se preocupam acentuadamente com a criação e desenvolvimento de competências individuais duráveis, exatamente como resposta às mudanças que estão ocorrendo e preparando as pessoas para isso.”

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A estratégia é importante na perspectiva do crescimento organizacional, pois permite que as empresas direcionem o aprendizado para as demandas do negócio. Como veremos mais adiante, um dos aspectos da criação da universidade corporativa é justamente entender o cenário e os objetivos da empresa, para que o desenvolvimento e os resultados estejam alinhados.

A universidade corporativa, em geral, representa também um aspecto da cultura organizacional. É uma forma de educar as pessoas sobre os processos e os valores internos, contribuindo para que as pessoas sigam unidas em uma mesma missão.

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Origem da universidade corporativa

Com esse conceito em mente, é importante saber como surgiu a universidade corporativa. A sua criação se origina justamente da necessidade organizacional em manter uma gestão do conhecimento, atualizar pessoas e desenvolver habilidades e competências necessárias para os desafios do negócio, por meio da aprendizagem corporativa.

Qual a diferença entre universidade tradicional e universidade corporativa?

Em primeiro lugar, as universidades corporativas, embora possam oferecer certificados, não oferecem diploma formal. Contudo, talvez a maior diferença entre uma universidade corporativa e uma universidade tradicional esteja no formato do ensino.

Não há um padrão de universidade corporativa. Ou seja, cada empresa pode adotar o modelo mais compatível com sua estratégia de educação corporativa. Em geral, ela atende à necessidade de oferta de conhecimento à distância, flexível (através do microlearning, por exemplo) e escalável.

Através da educação corporativa EAD, a empresa garante o treinamento de funcionários e funcionárias mesmo no trabalho remoto.

Exemplos de universidade corporativa: Veja como o Nubank desenvolveu remotamente um time de engenharia de software.

Por meio do microlearning, é possível garantir que o aprendizado se encaixe dentro das rotinas. Isto aumenta o engajamento dos colaboradores e colaboradoras, e contribui para a criação de uma cultura de aprendizado forte.

Por fim, a universidade corporativa é mais holística. Ela visa atender a um grande número de pessoas e sua duração é mais longa que um treinamento pontual. Além disso, os conteúdos podem ser atualizados frequentemente e mais pessoas podem acessar o conhecimento, garantindo assim a escala do desenvolvimento.

Qual é a diferença entre educação corporativa e universidade corporativa?

Educação corporativa se refere aos programas e atividades de aprendizado desenvolvidas por uma empresa para aprimorar as habilidades e conhecimentos de seus colaboradores e colaboradoras, com foco nas necessidades da organização. Isso pode incluir iniciativas como treinamentos, workshops, seminários, cursos online, entre outros.

Já a universidade corporativa é um pouco mais abrangente, desenvolvida nas empresas com uma estrutura semelhante a uma instituição de ensino superior. Seu objetivo, é oferecer um programa de aprendizado mais formal, semelhante aos encontrados em uma universidade tradicional, que podem incluir certificações, treinamentos técnicos, desenvolvimento de liderança, entre outros, com sistemas de avaliação de desempenho.

Enquanto a educação corporativa é mais focada nas necessidades imediatas da empresa, a universidade corporativa tem uma visão mais ampla e estratégica, que visa a formação e o desenvolvimento de talentos de longo prazo, além de promover uma cultura de aprendizado contínuo dentro da organização.

Ambas as abordagens têm seus benefícios e de certa forma se complementam. Em resumo, a principal diferença entre ambos é que a educação corporativa é mais flexível e ágil para se adaptar mais rapidamente às necessidades da empresa. Já a universidade corporativa, prioriza o desenvolvimento profissional a médio e longo prazo, visando o desenvolvimento interno e a retenção de talentos.

Quais as características de uma universidade corporativa?

Para Chiavenato, uma universidade corporativa é:

  • Holística;
  • Sistêmica;
  • Proativa;
  • Sinérgica.

É isto que a diferencia de um treinamento corporativo.

Quanto ao processo de treinamento e desenvolvimento utilizado nas universidades corporativas, o autor o compara a um modelo de sistema aberto, formado por:

  • Entradas (inputs);
  • Processamento ou operação (throughputs);
  • Saídas (outputs);
  • Retroação (feedbacks).

Qual é o papel das universidades corporativas?

As universidades corporativas desempenham um papel importante no desenvolvimento e aprendizado contínuo dos colaboradores e colaboradoras de uma organização. Quando pensamos em qual é o principal objetivo da educação corporativa, podemos elencar que é fornecer um ambiente educacional estruturado e abrangente no contexto corporativo.

Dessa forma, o papel das universidades corporativas é fornecer programas de aprendizado, promover o desenvolvimento de talentos, incentivar o aprendizado contínuo, alinhar o desenvolvimento de habilidades com a estratégia organizacional, facilitar o compartilhamento de conhecimento e fortalecer a marca empregadora da empresa.

Vantagens da universidade corporativa

Como vimos, a universidade corporativa apresenta diversas vantagens para as organizações, tais como:

  • Preparar pessoas para o exercício das suas funções no contexto da empresa;
  • Estimular o desenvolvimento contínuo, tanto na perspectiva da atual função quanto na perspectiva dos planos de carreira;
  • Mudar a atitude das pessoas para a melhoria do clima organizacional e do engajamento no trabalho.

Qual o objetivo da empresa quando adota a universidade corporativa em sua organização?

Quando uma empresa decide implementar a universidade corporativa, ela pode ter uma série de objetivos em mente, em que os principais são: o desenvolvimento de talentos, o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos dos times alinhados com a estratégia geral da empresa, a atração e retenção de talentos qualificados, a melhoria do desempenho organizacional e a promoção de uma cultura de aprendizado e inovação.

Qual a importância da educação corporativa no setor de tecnologia

No setor de tecnologia, a estratégia de educação corporativa tem sido cada vez mais importante.

Um estudo da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais) realizado no final de 2021 aponta que, até 2025, a demanda por profissionais de tecnologia deve chegar a 797 mil vagas.

O problema é: anualmente, apenas 53 mil pessoas se formam em cursos com perfil tecnológico.

Ou seja, além do menor número de pessoas se formando em relação ao total de vagas, as pessoas que se formam ainda não possuem a experiência e o conhecimento prático muitas vezes exigidos pelas demandas.

A saída das organizações, portanto, é apostar no desenvolvimento interno, através de universidades corporativas e outras estratégias de educação. Assim, podem acelerar profissionais com base nos objetivos e nas necessidades de cada stack, além de formar as pessoas que buscam.

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Quais os critérios utilizados pelas empresas para identificar as necessidades de desenvolvimento interno?

Um dos principais desafios a respeito da universidade corporativa, é identificar as necessidades de desenvolvimento interno, não apenas na área de tecnologia, mas em todos os setores. A seguir, elencamos alguns dos principais critérios utilizados para isso:

  • Análise das competências atuais: é fundamental avaliar as competências e habilidades técnicas existentes em sua equipe de tecnologia para identificar lacunas de conhecimento. Isso pode ser feito por meio de avaliações de desempenho, análise de currículos e feedback das pessoas gestoras de cada setor.
  • Mudanças tecnológicas: acompanhar as mudanças tecnológicas adotadas na empresa, também é imprescindível para verificar se sua equipe está atualizada e preparada para lidar com essas tendências. Se a empresa, por exemplo, adota uma nova linguagem de programação, ela precisa avaliar se o time está apto para utilizá-la, ou se é necessário promover um treinamento para isso.
  • Demandas do mercado: identificar as demandas do mercado por habilidades específicas de tecnologia, é de extrema importância para promover o desenvolvimento interno das pessoas nessas competências. Assim, é possível garantir que sua equipe esteja preparada para projetos futuros.
  • Objetivos estratégicos: as necessidades de desenvolvimento interno em tecnologia também são determinadas pelos objetivos estratégicos da empresa. Se a organização planeja expandir sua presença digital, por exemplo, pode ser necessário investir no desenvolvimento de habilidades específicas, tais como segurança cibernética, análise de dados, entre outras.
  • Feedback das equipas: é fundamental contar com o feedback dos próprios colaboradores e colaboradoras para identificar suas necessidades de desenvolvimento. Seja por meio de pesquisas, entrevistas ou conversas individuais, as pessoas das equipes podem fornecer informações sobre as áreas em que desejam aprimorar suas habilidades ou adquirir novos conhecimentos.
  • Avaliação das lacunas de desempenho: as avaliações de desempenho individual ou coletivas, também podem ajudar a identificar as lacunas de competências e as áreas que precisam ser desenvolvidas.

Com esses critérios e outros que a empresa achar necessário, é possível tem uma visão abrangente das necessidades de desenvolvimento interno, a fim de planejar e implementar programas para fortalecer as competências de sua equipe e alcançar os objetivos organizacionais.

Qual é o papel da tecnologia e das plataformas de e-learning na universidade corporativa

A tecnologia desempenha um papel fundamental nas universidades corporativas, e as plataformas de e-learning são uma ferramenta essencial para facilitar o aprendizado e o desenvolvimento dentro dessas instituições.

De maneira geral, a tecnologia e as plataformas como o e-learning, facilitam o acesso flexível ao conteúdo de aprendizado, personalizando o aprendizado conforme as necessidades individuais, promovendo o conhecimento colaborativo, facilitando a avaliação e o acompanhamento do progresso e fornecendo acesso a recursos educacionais e especialistas.

Essas ferramentas permitem que as universidades corporativas forneçam um ambiente de aprendizado dinâmico, eficiente e adaptado às necessidades das pessoas colaboradoras e da organização.

O que é preciso para criar uma universidade corporativa

Para criar uma universidade corporativa, é necessário seguir um processo estruturado e considerar diversos aspectos. Primeiramente, é preciso identificar as necessidades da organização, para estabelecer suas metas e objetivos.

Com isso em mente, é fundamental avaliar as competências existentes para desenvolver um plano de aprendizado. Além disso, também é preciso definir as plataformas e tecnologias que serão utilizadas para implementar a universidade corporativa.

Na sequência, é o momento de levantar o conteúdo de aprendizado que será aplicado, seja ele produzido internamente ou terceirizado. E por falar em terceirização, é fundamental definir uma equipe para gerenciar a universidade corporativa, incluindo pessoas instrutoras, tutoras, especialistas em áreas específicas, etc. Vale lembrar que essas pessoas, podem fazer parte da organização ou não.

Por fim, será preciso ter profissionais responsáveis por comunicar e envolver os colaboradores e colaboradoras em relação às atividades da universidade corporativa. É importante promover palestras que expressem a importância, os benefícios e as oportunidades disponíveis, por meio de canais de comunicação eficazes que ajudem a incentivar a participação ativa.

Vale lembrar que tão importante quanto pensar no que é necessário para criar essa estratégia, é fundamental ter um planejamento de sustentabilidade da universidade corporativa. Isso porque de nada adianta disponibilizá-la se não houver o engajamento das pessoas, necessário para mantê-la em funcionamento.

Como criar uma universidade corporativa

Na teoria, pode parecer complexo criar universidades corporativas. Contudo, essa estratégia pode ser executada na prática com alguns passos simples. O passo-a-passo para criar uma universidade corporativa vem de entender o contexto da empresa, o contexto das pessoas e os objetivos de ambos.

A partir da leitura de Chiavenato, elencamos os principais passos:

1. Levantamento de necessidades em treinamento

A primeira etapa da construção de uma universidade corporativa é realizar um diagnóstico da empresa, considerando diferentes pontos de vista.

Dentre eles, três são mais relevantes:

  • Análise total da organização: entender qual a sua missão, quais as suas metas, os seus objetivos, mas também os seus recursos. Ou seja, qual o direcionamento da organização como um todo? Quanto e como é possível investir na educação corporativa?
  • Análise total da força de trabalho: entender quais as habilidades, conhecimentos, atitudes e competências desejadas pela organização. Para fazer isso, os dados são fundamentais. Leia um artigo sobre People Analytics para você se aprofundar no tema.
  • Operações e tarefas de cada indivíduo: entender qual o nível de cada cargo e os requisitos, pensando no organograma empresarial e nos planos de progressão na carreira.

Caso você queira saber mais sobre identificação de gaps em skills, recomendamos que assista a uma live com a Suzano sobre gestão de competências tech:

2. Programação dos conteúdos

Uma vez que você tenha um diagnóstico da empresa, você tem o direcionamento. Você já sabe qual o objetivo, quais os pontos fortes e fracos da organização em relação às pessoas e quais as principais competências a se desenvolver com base nos cargos.

É hora, então, de definir os conteúdos que podem suprir esses gaps e impulsionar os pontos fortes.

Como estamos falando do setor tech, é possível, por exemplo, programar conteúdos com base nas stacks dos times. Crie trilhas de conteúdos por squads ou guildas. Crie trilhas de estudo conforme a linguagem de programação utilizada ou pelo nível de maturidade do time. E pense também em quais os cursos necessários para a sinergia do negócio.

Dessa maneira, você poderá atender diferentes áreas da organização em diferentes níveis de conhecimento.

3. Planejamento

Após a identificação dos gaps e a definição dos conteúdos, é o momento de estruturar a estratégia da universidade corporativa. Isto é, planejar como esse conteúdo será ofertado.

Aqui, é importante analisar novamente os recursos da organização, e vale a pena perguntar-se:

  • Os cursos e treinamentos serão oferecidos internamente?
  • A empresa buscará uma parceria que consiga atender aos seus objetivos de desenvolvimento e engajamento?
  • Como as pessoas podem engajar no aprendizado?
  • Qual será a abordagem dos treinamentos?
  • A empresa investirá em microlearning?
  • Todos os treinamentos corporativos serão EAD ou haverá treinamentos presenciais, em uma estratégia de blended learning?
  • Os treinamentos online serão síncronos, assíncronos ou mistos, com lives, por exemplo?
  • Haverá um LXP ou LMS?
  • A empresa contratará outra plataforma?

Como a universidade corporativa avalia a eficácia e o impacto de suas ações?

Como vimos, muito além de planejar, implementar a universidade corporativa e buscar formas de torná-la sustentável, é fundamental avaliar o seu impacto dentro da organização.

Dessa forma, é preciso pensar como a universidade corporativa acompanha o desenvolvimento profissional e a progressão na carreira dos colaboradores após a conclusão dos programas de treinamento.

Para isso, apostar em alguns indicadores de desempenho pode ser a solução mais indicada. Confira a seguir, algumas formas comuns de avaliação utilizadas pelas universidades corporativas:

  • Avaliações de aprendizado (questionários, testes, projetos práticos, etc.) para verificar o conhecimento e as habilidades adquiridas pelas pessoas no decorrer do programa de treinamento;
  • Feedback de participantes (pesquisas, entrevistas ou plataformas de feedback online) para avaliar a eficácia da universidade corporativa, a relevância do conteúdo, a qualidade do ensino, além dos pontos de melhoria e oportunidades de inovação;
  • Avaliações de desempenho para analisar a performance dos colaboradores e colaboradoras antes e depois da participação nos programas de aprendizado;
  • Indicadores de negócio incluindo métricas como: aumento da produtividade, melhoria da qualidade, redução de erros, aumento da satisfação de clientes, maior eficiência operacional, entre outros indicadores que ajudam a relacionar o aprendizado e o desenvolvimento à performance e aos resultados organizacionais.

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Athena Bastos
Athena Bastos

Supervisora de Conteúdo da Alura Para Empresas. Bacharela e Mestra em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós-graduanda em Branding: gestão estratégica de marcas pela Universidade Castelo Branco - UCB. Escreve para blogs desde 2008 e atua com marketing digital desde 2018.

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