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A Inteligência Artificial já está moldando a forma como as empresas funcionam e tomam decisões.
De acordo com o Work Trend Index 2025 da Microsoft, 82% das lideranças entrevistadas acreditam que este é o ano de repensar estratégias e operações por conta do avanço da IA.
Isso mostra que a transformação digital não é somente tecnológica, mas também organizacional e cultural.
Nesse novo cenário, surge o conceito de líder algoritmo, ou líder algorítmico, um cargo que se refere às lideranças humanas que utilizam os insights gerados por algoritmos para tomar decisões mais estratégicas, enquanto a IA assume tarefas operacionais, organiza dados e otimiza processos.
Com isso, o papel da liderança deixa de ser apenas o de direcionar pessoas e processos: ele passa a incluir a mediação entre inteligência humana e inteligência artificial.
E essa mudança amplia responsabilidades, abre novas oportunidades e, ao mesmo tempo, desafia modelos tradicionais de gestão.
Neste artigo, portanto, vamos entender mais sobre o que é líder algoritmo, quais as funções e os desafios desse cargo e, por fim, como as empresas podem se beneficiar e desenvolver pessoas profissionais para ocupar essa nova posição. Acompanhe!
O que é algoritmo?
Antes de nos aprofundarmos no cargo líder algoritmo, é importante compreender o que são algoritmos e como eles funcionam, especialmente no contexto corporativo.
De maneira objetiva, algoritmo é um conjunto estruturado de instruções para a execução de uma tarefa ou a resolução de um problema.
Assim como em uma receita de bolo, em que cada etapa precisa ser seguida em uma ordem para chegar ao resultado esperado, os algoritmos seguem passos lógicos para alcançar determinada finalidade.
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No ambiente digital, os algoritmos estão presentes em diversas situações cotidianas: quando uma rede social organiza o feed de acordo com seus interesses, quando um aplicativo sugere músicas ou filmes semelhantes ao que você consome ou, ainda, quando uma loja virtual recomenda produtos com base no seu histórico de navegação e compras.
Em resumo, quando falamos sobre como o algoritmo funciona, estamos nos referindo à capacidade de identificar padrões e executar ações de forma estratégica, e é isso que faz com eles sejam indispensáveis para a operação de empresas competitivas.
Líder algoritmo: o que significa?
Se os algoritmos são capazes de organizar dados, identificar padrões e tomar decisões automáticas, surge naturalmente uma nova demanda: quem comanda o algoritmo e garante que esse sistema esteja alinhado à estratégia das empresas?
Líder algoritmo é a pessoa responsável por supervisionar, orientar e garantir que os algoritmos — e, de forma mais ampla, a Inteligência Artificial — sejam aplicados de maneira ética e eficiente dentro de um negócio.
Em outras palavras, o cargo de líder algoritmo, também chamado de líder algorítmico, é o elo entre a inteligência humana e a artificial.
Isso porque sua função é conferir se as escolhas feitas pelas máquinas estão de acordo com o plano de crescimento da organização, respeitando valores, objetivos e, principalmente, a confiança das pessoas envolvidas.
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As 5 principais funções do cargo líder algoritmo
O impacto gerado pela posição líder algoritmo em uma empresa não é um acaso, mas o resultado direto de suas funções. Abaixo, confira as principais atividades da rotina desse tipo de liderança.
1. Garantir o uso ético da IA
Uma das funções centrais dessa gestão é assegurar que os algoritmos operem de acordo com princípios éticos, evitando viés, discriminação ou decisões que possam prejudicar pessoas ou grupos.
Esse cuidado é essencial para manter a credibilidade diante de clientes, pessoas colaboradoras e da sociedade em geral.
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2. Alinhar algoritmos à estratégia do negócio
Não basta simplesmente adotar ferramentas de Inteligência Artificial; é preciso que os algoritmos estejam a serviço da estratégia da empresa.
Por isso, a liderança de algoritmos tem a função de traduzir os objetivos do negócio para as máquinas, garantindo que a tecnologia gere valor real para a empresa.
3. Monitorar resultados continuamente
Algoritmos não são estáticos, eles aprendem, se atualizam e se ajustam com base em dados.
A liderança de algoritmos, portanto, precisa acompanhar o desempenho desses sistemas de forma constante, identificando desvios e oportunidades de melhoria — atividade que também evita falhas e amplia o impacto positivo da IA.
4. Integrar tecnologia e equipes humanas
Outro papel fundamental é atuar como ponte entre as máquinas e as pessoas.
Como já mencionamos, o cargo líder algoritmo atua com a liderança de não-humanos, pois facilita a integração da IA com diferentes áreas do negócio, ajudando pessoas colaboradoras a entenderem como usar as soluções de forma produtiva e colaborativa.
Leia também: Como a IA pode facilitar o trabalho das pessoas colaboradoras dentro de uma empresa
5. Promover governança e segurança dos dados
Os algoritmos dependem de dados para funcionar. Então, a gestão deve garantir que essas informações sejam utilizadas de forma segura, protegendo informações sensíveis e atendendo a normas de privacidade e cibersegurança.
Além disso, essa liderança pode ser responsável por idealizar a governança de dados da empresa, para garantir o uso responsável da tecnologia em diferentes frentes do negócio.
Desafios da liderança de algoritmos
A adoção de um modelo de liderança de algoritmos, embora promissora em termos de eficiência, não é isenta de complexidades.
Isso porque a pessoa escolhida enfrentará um conjunto de desafios operacionais, éticos e estratégicos que precisam ser meticulosamente gerenciados. Confira as principais questões abaixo.
O risco da pessoa funcionária quantificada
Com a expansão do uso de algoritmos no ambiente de trabalho, cresce a tendência de medir o valor de uma pessoa colaboradora apenas por métricas rastreáveis.
Esse fenômeno é chamado de “funcionário quantificado”. Quando salário, promoções ou estabilidade dependem de indicadores que o algoritmo monitora, as equipes tendem a focar somente nesses números e deixam a parte estratégica de lado.
A princípio, isso pode até gerar ganhos imediatos. Mas, a longo prazo, enfraquece aspectos cruciais como inovação empresarial e colaboração entre colegas — justamente as competências humanas que devem ser a vantagem competitiva na era da IA.
A divisão da IA generativa
Apesar do entusiasmo em torno da Inteligência Artificial, os resultados financeiros, muitas vezes, não correspondem ao investimento que as empresas fazem. Um estudo de 2025 do MIT revelou que 95% dos projetos de IA generativa não conseguem gerar retorno financeiro mensurável.
Essa realidade foi chamada pelas pessoas pesquisadores de “A Divisão da IA Generativa”, pois poucas empresas conseguem colher benefícios concretos, enquanto a maioria fica estagnada. Isso mostra que o desafio não está na qualidade da tecnologia, mas na forma como ela é implementada e supervisionada.
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Processos ineficientes e falta de contexto
Muitas empresas tentam inserir IA em processos já falhos, sem repensar sua lógica de operação. Isso leva ao desperdício de recursos e pouca eficiência. O estudo do MIT também aponta que a ausência de aprendizagem contextual, ou seja, a capacidade de alinhar a IA ao dia a dia da empresa, é um dos maiores desafios.
Barreiras no aprendizado das máquinas
Outro ponto crítico é a falta de sistemas que realmente aprendam com o feedback e se adaptem. A maioria dos projetos de IA generativa ainda não conseguem melhorar sozinhos com o tempo, o que limita seu impacto prático. Mas isso também significa que, sem ajustes contínuos e acompanhamento humano de uma [pessoa especialista em Inteligência Artificial](https://www.alura.com.br/empresas/artigos/como-se-tornar-especialista-em-ia0, os projetos acabam sem entregar inovação empresarial de fato.
Investimento na área errada
Segundo o estudo do MIT, muitas organizações priorizam projetos de IA mais “visíveis” (como chatbots ou ferramentas voltadas ao cliente) em vez de investir em soluções menos aparentes, mas com potencial de maior impacto, como a automação de processos internos, por exemplo.
Essa falta de visão estratégica contribui para dados observados no estudo. Um deles afirma que cerca de 60% das empresas que testam ferramentas de IA, apenas 20% chegam à fase piloto e somente 5% conseguem implementá-las de forma efetiva em toda a organização.
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Afinal, as empresas precisam de líderes de algoritmos?
O crescimento da Inteligência Artificial está mudando a forma como as empresas tomam decisões. Segundo estimativas da Gartner, até 2028, parte significativa das decisões diárias das organizações serão tomadas autonomamente por agentes de IA.
Esse cenário revela um ponto crucial: sem supervisão adequada, principalmente dos desafios que listamos anteriormente, processos críticos podem ser delegados a algoritmos que não refletem a estratégia, os valores e os objetivos do negócio.
É justamente para evitar esse risco que surge a necessidade da pessoa líder de algoritmo. Sua função não é substituir a tecnologia, mas direcioná-la. Esse cargo deve atuar na integração entre inteligência humana e artificial, garantindo que as máquinas apoiem a tomada de decisão em vez de controlá-la.
Portanto, não se trata de perguntar se as empresas precisarão de uma liderança de algoritmos, mas quando. Em um futuro (não tão distante) onde os dados terão papel ativo em praticamente todas as decisões estratégicas, contar com uma gestão especializada será determinante para transformar informações em vantagem competitiva.
Leia também: IA para lideranças — como a tecnologia pode auxiliar na gestão de pessoas
Como as empresas podem auxiliar profissionais a se tornarem líderes algoritmos?
Formar uma liderança de algoritmo não significa apenas contratar alguém do mercado. Muitas vezes, o talento já está dentro da empresa e o que falta é um caminho estruturado de desenvolvimento. Para isso, é essencial criar estratégias que unam capacitação técnica, visão estratégica e competências humanas.
A seguir, confira alguns passos essenciais para transformar uma liderança ou pessoa colaboradora em uma gestão algorítmica.
1° passo: identificar talentos internos com potencial
A primeira ação é mapear a liderança ou as pessoas colaboradoras que já atuam em posições estratégicas ou demonstram interesse em tecnologia. São elas que têm potencial de evoluir para assumir a função de gestão voltada aos algoritmos.
2° passo: oferecer formações técnicas
Investir em capacitação em áreas como Ciência de Dados, Machine Learning, Inteligência Artificial, Análise de Dados e ética na cultura digital é fundamental. Esses conhecimentos dão base para a futura liderança compreender como o algoritmo funciona e como ele pode impactar a empresa.
3° passo: desenvolver soft skills
Além do lado técnico, quem ocupa a função de líder algoritmo precisa desenvolver soft skills como pensamento crítico, visão sistêmica e capacidade de comunicação. Essas habilidades tornam a pessoa profissional capaz de traduzir os insights obtidos por meio de dados, em estratégias compreensíveis para toda a organização.
4° passo: estimular experiências práticas
Não basta apenas estudar: é necessário aplicar. Projetos internos, pilotos de IA e dinâmicas de experimentação ajudam a pessoa colaboradora escolhida a desenvolver uma visão prática de como integrar algoritmos ao dia a dia da empresa.
5° passo: criar uma cultura de aprendizado contínuo
O universo da IA muda rapidamente. Por isso, a pessoa líder de algoritmo deve se manter constantemente atualizada. Para entender a complexidade e a responsabilidade dessa função na prática, podemos analisar o caso da Uber.
A empresa é um dos exemplos mais claros de gestão algorítmica, onde o sistema gerencia uma força de trabalho global. Na prática, o algoritmo assume tarefas de uma gerência tradicional: ele distribui corridas (atribuição de tarefas), monitora o desempenho de motoristas, define preços e pode até tomar decisões sobre a desativação de contas (avaliação e sanção), tudo com pouca intervenção humana direta.
Esse modelo mostra que a liderança algorítmica não é apenas sobre tecnologia, mas também sobre as implicações éticas e legais de suas decisões, como a desativação de uma conta, que pode ser vista como uma demissão sem o devido processo legal.
Uma liderança responsável por um sistema como esse precisa de um aprendizado contínuo não só sobre a tecnologia, mas também sobre governança, ética e o impacto humano de suas ferramentas.
Para isso, treinamentos regulares, mentorias e acesso a conteúdos recentes são indispensáveis para garantir conhecimento a longo prazo. Nesse cenário, o ecossistema Alura + FIAP Para Empresas, que já auxiliou mais de 9 mil empresas, pode ser um grande aliado estratégico.
Com formações e treinamentos que vão de habilidades técnicas a competências de liderança, a parceria oferece o conhecimento necessário para te ajudar a transformar seus talentos em líderes algoritmos.
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