O que são acessibilidade e tecnologias assistivas

O que são acessibilidade e tecnologias assistivas

Olá!

Neste artigo, você descobrirá o que são acessibilidade e tecnologias assistivas. Muito se fala desses temas hoje em dia.

Vamos lá?

1. Contextualizando a acessibilidade

Imagine: você é uma pessoa cega (e talvez seja seu caso) que gosta de acompanhar as tendências da tecnologia. No entanto, há uma barreira: enxergar a tela para ler as novidades.

Sem ler as notícias, você provavelmente sentiria alguma frustração.

Muitas pessoas, infelizmente, encontram barreiras para exercer atividades e funções cotidianas.

Na parte de cima, um homem cadeirante diante de uma escada na cor cinza.

Felizmente, a consciência social e a tecnologia avançaram nas últimas décadas.

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2. O que é acessibilidade?

Você pode pensar em acessibilidade em termos de espaço: por exemplo, rampas que permitem acesso de pessoas cadeirantes a um restaurante.

Homem de jaqueta marrom e calças azuis subindo, com uma cadeira de rodas, uma rampa cercada por corrimões metálicos e prateados.

Em sentido mais amplo, a acessibilidade consiste em incluir pessoas - independente de características cognitivas ou físicas - em atividades, produtos e serviços. Ela elimina entraves e barreiras para que pessoas com deficiência participem de atividades cotidianas: ler notícias na internet, pegar o metrô, trabalhar com programação.

Segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência, acessibilidade é:

Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:

I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;

A acessibilidade também é uma enorme área do conhecimento - um “universo”! - com suas próprias práticas, normas e orientações. Um exemplo de boa prática é o bom contraste de cores favorece a leitura de textos:

Imagem que mostra duas imagens e dois textos. A primeira imagem, acima, é uma ilustração de uma menina com um celular em uma cidade noturna com cores brilhantes. Ao lado da imagem 1, lê-se o texto, na cor cinza claro, “exemplo 1: texto sem contraste de cor e acessibilidade. Abaixo há a segunda imagem, a foto de um escritório de frente para janelas que dão visão para a cidade à noite. Ao lado da segunda imagem, há o texto “exemplo 2: texto com contraste de cor e acessibilidade.

No exemplo 1, a leitura é prejudicada, pois não há contraste entre a fonte cinza e o fundo escuro.

Já a fonte clara salta aos olhos no exemplo 2 e beneficia a leitura para pessoas típicas também.

A boa prática de contraste de cor deve ser aplicada em slides, páginas da internet, trazendo mais conforto e legibilidade na leitura de textos. Mas a acessibilidade não para por aí.

Há várias áreas dentro da acessibilidade! Uma delas é a otimização de hardware que produz aparelhos, como um teclado braille, que possibilita o uso do computador às pessoas cegas.

Outra área dentro da acessibilidade é a acessibilidade digital.

3. O que é acessibilidade digital?

A acessibilidade digital é a prática de projetar e desenvolver produtos digitais (softwares, sites, aplicativos) com o objetivo de permitir que todas as pessoas utilizem essas ferramentas de forma autônoma e produtiva.

Você pode se perguntar: como assim “de forma autônoma e produtiva?”

Dizemos autônoma por que as pessoas com deficiência precisam interagir livremente com ferramentas (como um navegador web), sem depender de outra pessoa.

produtiva significa que o manuseio da ferramenta deve ser simples e funcional, sem entraves ou alto grau de dificuldade. Ou seja, a interação precisa ser produtiva e funcionar adequadamente.

Perceba que a acessibilidade e suas subáreas (otimização de hardware e acessibilidade digital) garantem direitos sociais como a inclusão e oportunidades para pessoas típicas e atípicas.

Hoje em dia, há leis que regulam esses direitos; e também tecnologias, padrões e convenções para construir produtos e serviços mais inclusivos.

4. O que são tecnologias assistivas?

As tecnologias assistivas são técnicas, estratégias, recursos, dispositivos ou sistemas desenvolvidos para auxiliar pessoas com deficiência, proporcionando-lhes autonomia, produtividade e inclusão. Elas funcionam em diversos contextos, incluindo a acessibilidade digital.

Conheça alguns exemplos de tecnologias assistivas:

  • Leitores de tela: software que converte texto em áudio, permitindo que pessoas com deficiência visual possam ouvir o conteúdo exibido na tela. Um exemplo é o software NVDA.

  • Mouses alternativos: dispositivos que possibilitam a interação com o computador sem a necessidade de movimentos precisos das mãos, beneficiando pessoas com limitações motoras. Um exemplo são mouses para pessoas tetraplégicas; se parecem com óculos que funcionam por meio de movimentos de cabeça.

Pessoa utilizando um mouse alternativo.
  • Legendas, transcrição e audiodescrição: recursos que deixam vídeos acessíveis a pessoas com deficiência auditiva ou visual, respectivamente. Na Alura, empregamos a audiodescrição nos vídeos de apresentação dos nossos cursos e disponibilizamos a transcrição:
Print de uma videoaula de um curso da Alura em que, logo abaixo do tocador de vídeo, encontra-se a transcrição da videoaula.
  • Teclados virtuais e softwares de reconhecimento de voz: beneficiam pessoas com limitações motoras ou dificuldades de digitação, oferecendo alternativas para a entrada de dados. Um exemplo é a digitação por voz do Google Docs.
Imagem que mostra um print da interface do Google Docs, editor de textos online da Google. Em destaque, o menu “ferramentas” está selecionado. Em destaque está a opção “digitação por voz”.
  • Configurações de acessibilidade digital: O sistema operacional windows (e alguns dispositivos móveis) possuem funcionalidades como contraste de cor, tamanho ajustável de fontes e gestos acessíveis.
Imagem que mostra um print das configurações de alto contraste do sistema operacional Windows.

As tecnologias assistivas são divididas em baixo e alto nível:

  • Baixo nível: são fáceis de produzir e, geralmente, são desenvolvidas com materiais de baixo custo. Um exemplo é um gráfico desenhado em uma folha de papel;
  • Alto nível: necessitam de industrialização, conhecimento, tecnologia e especialistas - o que tende a encarecer e deixar seu desenvolvimento mais complexo. Um exemplo é o leitor de tela, que requer extenso conhecimento de programação.

5. Tecnologias assistivas para necessidades específicas relacionadas à visão

Você já sabe o que é uma tecnologia assistiva.

Vamos aprofundar, agora, no contexto das tecnologias que ajudam pessoas com baixa visão ou cegueira. Elas são feitas para facilitar a vida e dar mais independência!

5.1. Para baixa visão

  1. Lupas especiais: funcionam como uma lente de aumento para ajudar a ler textos.
  2. Óculos com filtros especiais: ajudam a melhorar o contraste ou proteger os olhos da luz forte.
  3. Aplicativos de ampliação: ampliam o conteúdo na tela de computadores e smartphones.
  4. Softwares de leitura de tela: lêem em voz alta o que está na tela, útil para quem tem dificuldade em ler letras pequenas.

5.2. Para cegueira

  1. Bengalas: para ajudar na mobilidade, permitindo sentir o ambiente ao redor.
  2. Cães-guia: treinados para guiar e ajudar na locomoção.
  3. Leitores de Tela: softwares que leem em voz alta tudo o que aparece na tela do computador ou smartphone.
  4. Impressoras Braille: transformam texto em Braille, que é um sistema de escrita tátil para pessoas cegas.
  5. Dispositivos de reconhecimento de voz: permitem controlar tecnologias usando apenas a voz.

6. Conclusão

Ficou claro o que é acessibilidade, suas áreas de conhecimento e tecnologia?

Na busca de uma sociedade que respeita a diversidade humana, a acessibilidade e as tecnologias assistivas são nossas grandes aliadas.

Gostou? Se quiser aprender mais, matricule-se em nossa formação de acessibilidade em Front-end e aprenda como construir aplicações e sites mais inclusivos.

7. Para ir mais fundo

Acessibilidade na web: boas práticas para construir sites e aplicações acessíveis (pago, livro)

💡 Livro da editora Casa do Código, escrito por Reinaldo Ferraz. É um excelente guia que explica o conceito de acessibilidade na web, suas aplicações e as principais normas como WAI-ARIA que eliminam barreiras na navegação de sites para pessoas com necessidades específicas ou com deficiência.

Acessibilidade digital (gratuito, site)

💡 Página do governo federal que trata da acessibilidade digital e fornece alguns conteúdos para consulta e aprofundamento.

Estatuto da Pessoa com Deficiência (gratuito, site)

💡 Documento oficial do governo federal brasileiro que contém a lei nº 13.146 que regula os direitos e a inclusão da pessoa com deficiência.

Christian Rodrigues da Silva Rosa
Christian Rodrigues da Silva Rosa

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