Olá, sejam muito bem-vindos ao curso de Metodologias Ágeis Aplicadas à Ciência de Dados. Nós somos a equipe da Alura, e vamos acompanhá-los nessa jornada. Vamos juntos? A proposta deste curso é mostrar como solucionar problemas do dia a dia de estímulo de dados a partir de uma perspectiva ágil.
Problemas como alterações de data e mudanças de escopo são comuns. Vamos entender como gerenciar o caos do dia a dia de uma forma leve, sabendo exatamente o que é esperado de nós. Para isso, vamos explorar os fundamentos da agilidade, Scrum, Kanban e CrispDM. Tudo isso será focado na área de dados, incluindo rituais, práticas e ferramentas, desde as mais simples até as mais robustas. Vamos começar?
Na nossa primeira aula, vamos abordar os fundamentos da agilidade, explorando por que ela surgiu, seus valores e princípios, e como eles se conectam à nossa área de data science (ciência de dados).
Vamos imaginar um cenário em que nosso time de dados recebe uma demanda do time de marketing para analisar quais campanhas trouxeram mais conversão nos últimos três meses. Essa atividade é atribuída a nós, e precisamos desenvolver, trazer insights e resultados. Se a pergunta mudar no meio do caminho ou se os dados que utilizamos se tornarem complexos, e se, em uma semana, o time de marketing alterar a pergunta e redefinir o prazo, como o time de ciência de dados gerencia todas essas mudanças? Como acompanhamos o progresso e ainda lidamos com todas as outras responsabilidades ao nosso redor?
É nesse contexto que começamos a falar sobre agilidade e como ela auxilia, não apenas o time de dados, mas principalmente o time de desenvolvimento, a gerenciar todo esse caos. Em metodologias tradicionais de projeto, precisaríamos de um escopo bem definido, com objetivos, prazos e custos estabelecidos antes de começarmos a trabalhar. Em contrapartida, ao utilizarmos métodos ágeis, não precisamos ter tudo definido. É como se gerenciássemos o caos ou a certeza da mudança. A única certeza na vida é que as coisas sempre mudam. Em vez de nos apegarmos a um escopo fixo, trabalhamos com a expectativa de mudança e entregamos resultados aos poucos.
Nos modelos tradicionais, as descobertas são limitadas, dificultando o acompanhamento das atividades e a comunicação com os stakeholders (partes interessadas). Com um escopo fixo, não conseguimos fazer alterações, mesmo que a área de marketing solicite mudanças. Entregamos o que foi combinado no prazo definido. Já a metodologia ágil abraça a mudança, não a vê apenas como um problema. Procuramos entregar valor a cada pequeno passo.
Nos modelos tradicionais, temos um prazo de três meses para entregar uma demanda. O cliente só recebe o que deseja ao final desse período. Nas metodologias ágeis, temos ciclos de entrega, permitindo que o cliente tenha contato com o que pediu em menos tempo. A chance de que a entrega seja satisfatória e agregue valor é muito maior. Trabalhamos com ciclos, entregando valor a cada duas semanas ou em um período determinado. O cliente verifica se está satisfeito, se precisa de alterações, e fazemos uma nova entrega com base na solicitação. Estamos sempre inspecionando e adaptando.
Esse é o grande diferencial entre as metodologias ágeis e as tradicionais. A agilidade permite flexibilidade e um olhar atento ao cliente, entendendo que, no início, ele pode não saber exatamente o que está pedindo. Descobrimos juntos e obtemos insights em conjunto. No final, todos saem mais satisfeitos, ou descobrimos que o que foi pedido não faz sentido e abortamos o caminho.
Agilidade é a capacidade de responder de forma rápida, eficaz e adaptativa às mudanças, com foco em entregar valor contínuo ao cliente. Vamos agora falar sobre os valores do manifesto ágil, que já mencionamos anteriormente, mas que são importantes de frisar.
No ágil, valorizamos mais indivíduos e interações do que ferramentas e processos. Embora tenhamos ferramentas e processos, nosso foco é na interação e colaboração entre as pessoas. Valorizamos mais a entrega, mesmo que pequena e incompleta, do que uma documentação extensa sem funcionalidade. Chamamos isso de "jogo de mesa", onde testamos funcionalidades e discutimos sobre elas, em vez de apenas documentar e seguir processos.
A colaboração com o cliente é mais importante do que negociações de contrato. Valorizamos ouvir o cliente, entender suas necessidades, mais do que nos apegarmos a cláusulas contratuais. Queremos que a entrega seja satisfatória para o cliente, não apenas cumprir o escopo definido.
Responder às mudanças é mais importante do que seguir um plano. O ágil abraça a mudança, desde que seja significativa para o cliente. Buscamos que o produto, a entrega e a análise sejam satisfatórios e façam sentido para quem os recebe.
Além dos quatro valores, temos 12 princípios que norteiam a metodologia ágil. O primeiro deles é a satisfação do cliente, priorizando-a através da entrega contínua de software.
Em vez de termos um período de três meses em que o cliente só vê o que foi solicitado no final, trabalhamos com ciclos mais curtos, tentando entregar para ele sempre que possível, permitindo contato com a demanda ou a entrega do projeto do começo ao fim. Acolhemos mudanças e adaptamos essas mudanças nos requisitos para manter as vantagens competitivas. Se estamos em um projeto e mudanças são solicitadas, para que esse projeto continue fazendo sentido no mercado e entregue o valor esperado, acolhemos a mudança e seguimos em frente.
Entregamos software funcional regularmente para obter feedback rápido, visando a satisfação do cliente. É mais fácil que nossos clientes fiquem satisfeitos quando veem o que solicitaram sendo construído gradualmente, em etapas, do que esperar três meses para a entrega completa.
Promovemos a colaboração diária entre negócios e desenvolvimento, fomentando a comunicação entre as áreas. A área de ciência de dados precisa se conectar com a área de engenharia e outras áreas como marketing e CRM. Todos fazem parte de uma empresa em um contexto único. Precisamos entender nosso papel, onde nos adequamos e como colaboramos da melhor forma. Nesse princípio, quebramos barreiras, promovendo a comunicação e fazendo com que todos se sintam parte.
Outro princípio é construir projetos em torno de indivíduos motivados e confiáveis. Quando implementamos os princípios, a tendência é que as pessoas se sintam mais motivadas porque se sentem parte do projeto. Ao fomentar a colaboração com outras áreas, ouvimos e somos ouvidos, o que aumenta a motivação das pessoas envolvidas no projeto.
A comunicação face a face é importante, mesmo em um mundo virtual, em salas de Teams e afins. Este princípio reforça a comunicação por vídeo e voz, permitindo que as pessoas vejam expressões sociais e entendam o que está sendo sentido. A comunicação por texto ou e-mail pode ser falha, pois não transmite tom de voz e outras nuances que a comunicação face a face traz. Portanto, priorizamos essa comunicação para trazer clareza e mitigar ruídos.
Medimos o progresso através do software funcional, avaliando o progresso das entregas à medida que entregamos coisas úteis e hipóteses validadas para o cliente. O progresso não é medido pelo quanto já codificamos ou analisamos, mas pelo valor gerado para o cliente a partir do que foi solicitado.
O ritmo sustentável é um valor que considera a parte humana. Temos equipes cada vez menores, sem pares, e esse princípio nos faz pensar na sustentabilidade do ritmo da equipe. Avaliamos o quanto o ritmo das entregas é sustentável a longo prazo.
Focamos na excelência técnica e bom design. Ser ágil não significa entregar mais rápido, mas sim entregar melhor, considerando tanto o cliente quanto a parte técnica. Não adianta ter análises complexas se, a cada mudança solicitada, precisamos refazer tudo do zero. Devemos equilibrar a entrega técnica e a qualidade, construindo uma boa base e estrutura para futuras entregas.
Utilizamos a simplicidade para reduzir a complexidade, adotando um olhar simples para as coisas. Muitas vezes, queremos entregar soluções complexas e demandas extensas, mas quando entregamos, elas podem não ter mais valor. Optamos pelo simples, entregando gradualmente para que o cliente colabore e tenhamos soluções funcionais e agradáveis para todos.
Equipes auto-organizáveis são aquelas em que cada membro tem a capacidade de gerenciar seu próprio trabalho. Essas equipes têm autonomia e autoridade para decidir sobre seu trabalho. Hoje, isso é complexo, pois temos times com diversas especialidades que não conseguem definir seu próprio trabalho. Esse princípio nos leva à responsabilidade, tanto individual quanto coletiva, pelo trabalho entregue ao cliente.
Refletimos e adaptamos não apenas o que entregamos ao cliente, mas também nosso próprio trabalho. Avaliamos o que foi feito de bom, o que pode ser melhorado e quais caminhos podem ser diferentes. O Agile trabalha não só com a satisfação do cliente, mas também com a introspecção da equipe, analisando processos, comunicação e tudo que envolve o time. A reflexão e adaptação são tanto externas quanto internas.
Discutimos uma situação hipotética entre a área de ciência de dados e a solicitação do time de marketing. Diante disso, por que aplicar agilidade em ciência de dados? A agilidade lida com problemas complexos. Na área de data science, a maioria das coisas não é palpável, o resultado é incerto e tudo pode mudar a qualquer momento. A agilidade nos permite trabalhar em ambientes complexos.
Na agilidade, fazemos entregas contínuas. No cenário de data science, podemos entregar protótipos e insights, quebrando grandes pacotes em pequenas partes, entregando valor mais rápido para quem solicitou. Isso gera trocas e insights valiosos.
A agilidade fomenta a integração entre áreas, eliminando a visão de concorrência entre elas e promovendo um propósito único. Trazemos visibilidade sobre o processo e a entrega, acompanhando o caos e as entregas intangíveis, medindo progresso e reportando resultados.
O ágil permite que o time mude a rota, analise se a resposta é a melhor e se a entrega ainda faz sentido. Abandonamos ideias que não trarão o resultado esperado e mudamos a rota para agregar mais valor de mercado.
Na próxima aula, discutiremos Scrum, Kanban, como acompanhamos o progresso e trazemos transparência para situações em que o caos e a incerteza prevalecem.
Nessa segunda aula, vamos discutir sobre frameworks e métodos e suas adaptações para agilidade, ou melhor, como organizar a incerteza com agilidade. Trouxemos dois modelos mais utilizados de agilidade hoje nas empresas.
O primeiro é o Scrum. O Scrum é mais estruturado e possui um timebox fixo de 15 dias. Sua organização é feita através de um backlog priorizado. Temos papéis e responsabilidades bem definidas, que são três: o PO, que é a pessoa dona do produto; o agilista ou Scrum Master, que organiza e supervisiona a parte de processos; e a equipe de desenvolvimento, que é a equipe que executa as tarefas.
Já o Kanban é visto como um método mais aberto. Ele é muito utilizado para melhoria contínua e melhoria de fluxos. Embora tenha papéis e responsabilidades, é muito mais flexível. O Kanban pode ser iniciado em qualquer lugar, com qualquer equipe, e não exige a estruturação que o Scrum requer. Ele é ideal para equipes que têm demandas variadas ou que trabalham por demanda.
Utilizamos o Scrum para atividades mais complexas, nas quais não sabemos qual será o resultado final. O Scrum trabalha com abordagens mais incrementais, nas quais consultamos mais o cliente.
Nós construímos, entregamos, verificamos o progresso, analisamos se estamos indo na direção certa e, em seguida, construímos mais um pedaço. O Kanban, por outro lado, é voltado para entregas mais contínuas, onde já sabemos o que precisa ser entregue.
Uma analogia que podemos fazer sobre o Scrum versus o Kanban seria imaginar uma transportadora. O Scrum é como um escopo fechado, ou uma entrega que ocorre apenas em um determinado período de tempo, por exemplo, a cada duas semanas. É uma entrega planejada, então ela só será realizada a cada 15 dias. O Kanban, por sua vez, é como uma entrega que ocorre continuamente, com caminhões variados e de tamanhos diferentes. O Kanban é mais diversificado, permitindo entradas de fluxo e a possibilidade de repriorizar a qualquer momento.
No Scrum, embora seja adaptativo e possamos considerar as demandas, temos um time box fixo, no qual nos comprometemos a entregar dentro de um período de 15 dias.
Vimos os dois métodos, os frameworks mais utilizados de agilidade no mercado atual. Na próxima aula, vamos focar mais em ciência de dados e apresentar um pouco sobre o método tradicional CRISP e como o adaptamos para ser mais ágil. Até lá!
O curso Metodologia ágil: fundamentos para cientistas de dados possui 68 minutos de vídeos, em um total de 32 atividades. Gostou? Conheça nossos outros cursos de Agilidade em Inovação & Gestão, ou leia nossos artigos de Inovação & Gestão.
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