Usabilidade e acessibilidade em produtos digitais e não digitais

Usabilidade e acessibilidade em produtos digitais e não digitais
Maria Isabelle Silveira
Maria Isabelle Silveira

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Hoje em dia, a usabilidade e a acessibilidade têm se tornado tópicos centrais no desenvolvimento de produtos, sejam eles digitais ou não digitais.

A crescente preocupação com a inclusão social e a experiência do usuário faz com que a acessibilidade seja um fator importante para garantir que todas as pessoas, independentemente de suas habilidades, possam interagir com diferentes produtos.

Este artigo explora a importância da usabilidade e acessibilidade em produtos digitais e não digitais, discutindo as principais diferenças, desafios e boas práticas para cada aspecto.

O que é usabilidade: conceitos fundamentais

Ilustração de duas pessoas, um homem e uma mulher, construindo um wireframe gigante de uma tela de aplicativo para um smartphone.

A usabilidade refere-se à facilidade com que um produto pode ser utilizado para realizar tarefas específicas de maneira eficiente.

Ela é fundamental para garantir que os pessoas usuárias possam interagir com um produto de maneira intuitiva e alcançar seus objetivos sem dificuldades desnecessárias.

Para que um produto seja considerado usável, ele precisa atender aos seguintes critérios:

Eficiência

  • O usuário deve ser capaz de realizar suas tarefas de forma rápida e direta.
  • O produto deve minimizar o tempo e esforço necessário para completar uma tarefa.

Efetividade

  • O produto deve permitir que o usuário alcance seus objetivos com precisão e sem erros.
  • A interface deve ser clara e direta, evitando confusões ou interpretações erradas.

Satisfação

  • O usuário deve ter uma experiência agradável durante a interação com o produto.
  • A interface deve ser estéticamente agradável e proporcionar um senso de realização ao usuário.

Ao priorizar a usabilidade, o time de produto pode criar soluções que não apenas funcionam tecnicamente, mas também se alinham às necessidades reais dos pessoas usuárias, proporcionando uma experiência positiva.

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O que é acessibilidade

Ilustração de cinco pessoas com diferentes deficiências. Duas delas estão conversando em línguas de sinais, a terceira está praticando corrida e não possui uma das pernas, a quarta está sentada em uma cadeira de rodas enquanto mexe em um laptop e a quinta está andando segurando uma bengala.

Já a acessibilidade está relacionada à capacidade de pessoas com diferentes tipos de deficiências (visuais, auditivas, motoras, cognitivas, entre outras) de utilizarem produtos, sistemas ou serviços com a mesma facilidade que pessoas sem deficiência.

Ela visa garantir que todos os pessoas usuárias possam interagir com tecnologias e ambientes físicos sem barreiras significativas, promovendo a inclusão social e digital.

Produtos acessíveis garantem a inclusão de todos os pessoas usuárias, sem a necessidade de ajuda de terceiros. Produtos acessíveis devem seguir os seguintes princípios:

  • Perceptível: As informações devem ser apresentadas de maneira clara e compreensível para todos.

  • Operável: Interfaces devem ser fáceis de usar e navegar.

  • Compreensível: O conteúdo deve ser inteligível e não confuso.

  • Robusto: Produtos devem funcionar em diferentes tecnologias e dispositivos.

Ao incorporar princípios de acessibilidade desde o início do processo de design e desenvolvimento, é possível criar produtos e serviços que beneficiem não apenas pessoas com deficiências, mas todos os pessoas usuárias, melhorando significativamente a experiência geral de interação com tecnologias e ambientes.

Produtos digitais: usabilidade e acessibilidade em foco

Ilustração retratando recursos de acessibilidade, mostrando uma pessoa em uma cadeira de rodas usando um tablet. Ao redor da pessoa estão ícones que representam diferentes deficiências, incluindo um símbolo de olho riscado (indicando deficiência visual), um alto-falante riscado (indicando deficiência auditiva) e um símbolo de cadeira de rodas.

Os produtos digitais modernos precisam equilibrar usabilidade e acessibilidade. A usabilidade garante uma interação eficiente e sem dificuldades, com interfaces intuitivas e navegação clara.

Já a acessibilidade assegura que todos os pessoas usuárias, independentemente de suas habilidades, possam utilizar o produto facilmente, considerando aspectos como contraste, controles alternativos e linguagem simples.

Ao equilibrar esses dois aspectos, os desenvolvedores de produtos digitais e o time de design podem criar soluções que não apenas funcionem tecnicamente, mas também proporcionem uma experiência positiva e inclusiva para todos os pessoas usuárias.

Essa abordagem holística não apenas melhora a experiência do usuário como um todo, mas também contribui para uma sociedade mais digitalmente inclusiva e acessível.

Desafios no desenvolvimento de produtos digitais

Em produtos digitais, como websites, aplicativos móveis e plataformas de software, a usabilidade e a acessibilidade desempenham papeis cruciais na criação de uma experiência de usuário inclusiva.

Alguns desafios incluem:

  • Compatibilidade com tecnologias assistivas: produtos digitais devem ser projetados para funcionar com leitores de tela, teclados alternativos e outras ferramentas utilizadas por pessoas com deficiência.

  • Interface clara e intuitiva: a simplicidade e a clareza no design de interfaces são fundamentais para garantir que pessoas usuárias com dificuldades cognitivas possam interagir facilmente com o produto.

  • Atenção às diretrizes de acessibilidade: seguir normas como as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) é essencial para garantir que os produtos estejam acessíveis a todos.

Boas práticas para produtos digitais

  • Textos alternativos (alt text): garantir que imagens e elementos gráficos sejam acompanhados de descrições textuais.
  • Contraste de cores adequado: utilizar uma paleta de cores que ofereça contraste suficiente para facilitar a leitura, especialmente para pessoas com daltonismo.
  • Navegação por teclado: garantir que todos os elementos possam ser acessados por meio do teclado, sem necessidade de uso do mouse.
  • Design responsivo: adaptar a interface para diferentes tamanhos de tela e dispositivos.

Produtos não digitais: acessibilidade e usabilidade em ambientes físicos

Ilustração de uma pessoa cega caminhando em um ambiente urbano com a assistência de um cão-guia. O indivíduo está segurando uma bengala em uma mão e a guia do cão na outra.

A acessibilidade e usabilidade em produtos não digitais e ambientes físicos são fundamentais para garantir uma experiência inclusiva para todos os pessoas usuárias. Em espaços públicos e privados, elementos como rampas, elevadores e banheiros adaptados promovem a acessibilidade física, permitindo que pessoas com mobilidade reduzida possam circular livremente. Além disso, sinalizações visuais e táteis, bem como sistemas de alerta sonoro, facilitam a navegação para indivíduos com deficiências sensoriais.

A usabilidade em produtos não digitais, como móveis e equipamentos, se reflete em controles intuitivos e manuseio ergonômico, facilitando a interação. Ao equilibrar usabilidade e acessibilidade, designers criam produtos funcionais que proporcionam uma experiência positiva e inclusiva, promovendo igualdade de oportunidades e respeito à diversidade. Essa abordagem também fortalece a autonomia dos pessoas usuárias, permitindo que realizem suas atividades diárias com mais facilidade e conforto, independentemente de suas limitações.

Desafios em produtos não digitais

Produtos não digitais, como móveis, eletrodomésticos e serviços presenciais, também enfrentam desafios relacionados à usabilidade e acessibilidade.

Esses produtos precisam ser intuitivos, simples de usar e acessíveis para uma ampla gama de pessoas usuárias. Desafios comuns incluem:

  • Design ergonômico: garantir que produtos físicos possam ser utilizados confortavelmente por pessoas de diferentes tamanhos, habilidades físicas e forças motoras.

  • Ambientes acessíveis: garantir que espaços físicos sejam projetados para pessoas com mobilidade reduzida, com rampas de acesso, banheiros acessíveis e sinalização adequada.

  • Instruções claras: produtos não digitais precisam oferecer instruções de uso claras e facilmente compreensíveis por todos os pessoas usuárias.

Boas práticas para produtos não digitais

  • Desenho universal: projetar produtos que possam ser utilizados por qualquer pessoa, independentemente de sua habilidade ou condição física, sem a necessidade de adaptações.

  • Controles acessíveis: garantir que os controles (botões, alavancas, etc.) sejam fáceis de alcançar e usar, especialmente para pessoas com limitações motoras.

  • Informação acessível: garantir que as informações e sinalizações estejam disponíveis em formatos acessíveis, como Braille ou com ícones visuais intuitivos.

O digital e o não digital juntos

Ilustração de um conceito de “Casa Inteligente” apresentando duas pessoas interagindo com dispositivos inteligentes. Uma pessoa está sentada em uma chaleira inteligente grande com um laptop, enquanto a outra fica em frente a uma casa, segurando um smartphone que exibe uma interface doméstica. A casa é mostrada ao fundo com vários ícones representando automação.

A linha entre produtos digitais e não digitais está cada vez mais tênue. Um exemplo disso são os dispositivos IoT (Internet das Coisas), que combinam interfaces digitais e interação física, como termostatos inteligentes e eletrodomésticos conectados à internet.

Para garantir uma boa usabilidade e acessibilidade nesses casos, é importante aplicar as melhores práticas de ambos os mundos:

  • Interfaces híbridas: combinar interfaces digitais intuitivas com controles físicos fáceis de operar.

  • Integração com assistentes virtuais: permitir a interação por meio de comandos de voz, facilitando o uso para pessoas com limitações visuais ou motoras.

Conclusão

A usabilidade e a acessibilidade são pilares fundamentais no desenvolvimento de qualquer produto, seja ele digital ou não digital.

Garantir que esses produtos sejam inclusivos é não apenas uma questão de oferecer uma boa experiência de usuário, mas também de promover a igualdade de acesso para todos.

Ao seguir boas práticas e se atentar às diretrizes existentes, é possível criar produtos que beneficiem toda a sociedade, independentemente das limitações individuais.

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Maria Isabelle Silveira
Maria Isabelle Silveira

Cursando Design pela Universidade Federal do Maranhão, desde 2020 atuo na área criando design de elementos gráficos e em 2022 iniciei meu primeiro estágio na área de UI/UX Design atuando nos segmentos de educação e saúde.Possuo experiência em Design de Interface, Experiência do Usuário, bem como Design system, Wireframes, Adobe XD, Figma, Adobe Illustrator, Photoshop.

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