Olá! Seja muito bem-vindo à formação em estratégia empresarial na prática. Meu nome é Emanuel Fonseca, mas podem me chamar de Manu.
Audiodescrição: Emanuel é um homem preto, de meia-idade, com cabeça raspada, barba por fazer e bigode. Ele veste uma camisa cinza e está em um ambiente com uma estante cheia de livros, iluminada por uma luz lilás e azul.
Desde 2011, atuamos intensamente com gestão de projetos, processos e produtos. Temos a oportunidade de, no nosso dia a dia, estar muito próximos à estratégia empresarial das organizações em que trabalhamos, atuando na construção de OKRs, portfólios e gestão estratégica.
Na nossa jornada, passamos pela indústria automobilística, de consultoria, de educação, e agora atuamos na siderurgia, sempre conectados com o setor de TI, Tecnologia da Informação. Como formação, somos graduados em Sistema de Informação, com MBA em Gerenciamento de Projetos.
Nesta formação, abordaremos tópicos muito relevantes. Primeiro, resgataremos fundamentos sobre a gestão estratégica, onde discutiremos a estratégia adaptativa, por exemplo. Em seguida, falaremos sobre modelagem estratégica, utilizando o Canvas. Conectando a isso, aprofundaremos na construção de OKRs de forma eficaz. Posteriormente, discutiremos sobre inteligência artificial aplicada à estratégia. Finalizaremos com uma integração entre estratégia, OKRs, portfólio e inteligência artificial.
Esperamos que esta formação seja muito relevante, que vocês aproveitem e consigam, no dia a dia, praticar as atividades e os direcionamentos que compartilharemos aqui. Mais uma vez, sejam muito bem-vindos e nos encontramos na próxima aula.
Na aula de hoje, abordamos o tema da transição da formulação à execução estratégica. Discutimos como tirar a estratégia do papel e começar a executá-la na prática. Um dado interessante é que 70% das estratégias falham, não em sua concepção, mas na execução. Colocar ideias no papel para produtos e serviços é a parte mais fácil da jornada, embora ainda desafiadora. No entanto, quando chega o momento de passar da concepção para a execução, 7 em cada 10 empresas falham, segundo a Harvard Business Review.
Identificamos cinco causas principais para essa falha na execução. A primeira é a falta de clareza nos objetivos. Por exemplo, uma empresa pode definir que deseja crescer no mercado, mas não especifica quanto ou em que aspectos, como número de produtos, clientes ou clientes ativos. Outra causa comum é o desalinhamento entre áreas, onde equipes podem acabar competindo entre si. Um exemplo é o time de marketing realizando campanhas que não se alinham com a estratégia de vendas, atingindo um público que não corresponde ao alvo do time de vendas.
A priorização mal definida é outra causa. Equipes trabalham em múltiplas iniciativas sem saber o que é mais importante, resultando em paralelismo desnecessário. A resistência à mudança também é um obstáculo, com líderes mantendo processos antigos mesmo após a definição de uma nova estratégia. Por exemplo, se a estratégia é digitalizar produtos e serviços, mas líderes continuam focando em produtos analógicos. Por fim, a falta de acompanhamento é uma causa significativa. Estratégias lançadas no início do ano podem não ser revisadas até o final, resultando em surpresas desagradáveis.
Para facilitar a execução da estratégia no dia a dia, existem alguns frameworks, como o OKR. Embora não nos aprofundemos neste momento, pois haverá uma aula dedicada a isso, apresentamos uma introdução. OKR é uma sigla em inglês para Objectives (objetivos) e Key Results (resultados-chave). O objetivo é uma meta qualitativa que desejamos alcançar em um determinado período. Por exemplo, melhorar a experiência do cliente em um aplicativo de recarga. Os resultados-chave são métricas quantitativas que indicam se o objetivo foi alcançado. Exemplos incluem aumentar o NPS de 45 para 70, reduzir o tempo médio de atendimento de 5 para 2 minutos e aumentar a taxa de resolução no primeiro contato para 85%.
Além dos modelos de execução, podemos contar com ferramentas de apoio, como Kanban e Roadmaps. Essas ferramentas ajudam na visualização do progresso das etapas do plano estratégico. Um Roadmap pode ter colunas representando meses e linhas para atividades, com barras indicando a duração das atividades. O Kanban utiliza cartões em colunas que representam fases do processo, permitindo visualizar o progresso.
Os rituais de gestão também são ferramentas importantes, como reuniões regulares para alinhamento, check-ins semanais ou quinzenais. Em métodos ágeis, há cerimônias como sprint planning, sprint review e PI planning no modelo SAFE, que envolvem planejamento com múltiplas equipes.
Por fim, o design thinking é uma abordagem que, embora não seja uma ferramenta, é uma postura ou comportamento que ajuda na execução da estratégia. O design thinking é centrado no ser humano e busca resolver problemas complexos de forma criativa, colaborativa e prática. A primeira etapa do design thinking é a empatia com os stakeholders, compreendendo profundamente suas necessidades.
Quando executamos uma estratégia, é essencial envolver os stakeholders desde a fase de criação. Não basta apenas desenhar e apresentar a estratégia; é fundamental convidar os stakeholders para participar desse processo. A definição clara de problemas é uma parte crucial do design thinking que auxilia na execução da estratégia. Traduzimos pequenas ideias em desafios estratégicos bem formulados. Por exemplo, como podemos reduzir o tempo de resposta sem aumentar o custo operacional? Muitas vezes, temos apenas um insight, como a necessidade de reduzir custos operacionais. A definição clara do problema envolve perguntas como: "Como podemos reduzir esse tempo?" Isso faz parte do design thinking.
Outra etapa é a ideação das soluções. Criamos sessões colaborativas para gerar ideias que resolvam os problemas identificados. Podemos realizar sessões de brainstorm com diversas áreas e stakeholders para emergir soluções. A construção colaborativa é uma das formas mais potentes e eficazes de colocar a estratégia em prática, tirando-a do papel e levando-a à execução.
A prototipagem de iniciativas é outra etapa do design thinking. Criamos versões simplificadas das soluções para testes rápidos. A partir de uma ideia, propomos soluções e pensamos nos entregáveis. Por exemplo, podemos simular um novo fluxo de atendimento usando ferramentas como Miro ou papel e caneta, tornando a ideia executável para o time de execução.
A última etapa é realizar testes rápidos antes de escalar. Antes de expandir para uma amostra grande, como mil ou cinco mil clientes, testamos em grupos menores, como cem ou quinhentos clientes. Essa abordagem visa validar hipóteses com usuários reais. Por exemplo, um piloto de uma nova funcionalidade do aplicativo pode ser testado com cinquenta usuários antes do lançamento completo.
Nas nossas aulas, abordaremos a inteligência artificial e como ela pode auxiliar na execução da estratégia. A inteligência artificial pode ajudar no diagnóstico estratégico, analisando dados, na formulação da estratégia, apoiando na definição de objetivos, e na priorização das ações, avaliando impacto e esforço. Ela também pode auxiliar no planejamento da execução, criando planos de ação, na comunicação e engajamento, e no acompanhamento e ajustes, monitorando KPIs e gerando relatórios. A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa para potencializar e acelerar a execução das ideias.
Vamos realizar uma prática utilizando a ferramenta Copilot. Temos um prompt que solicita a área de atuação, como vendas, e outras áreas podem ser apagadas. Podemos inserir nossa área de atuação, como educação, TI, centro de serviço compartilhado, ou vendas, como no exemplo. Definimos o objetivo estratégico desejado, como aumentar receita, reduzir custo, ou melhorar a experiência do usuário. Também especificamos a região geográfica de foco, como América Latina. O prompt então gera metas mensuráveis, destaca tendências relevantes e propõe iniciativas práticas alinhadas ao contexto atual. A saída desejada é uma tabela com colunas para área, objetivo, meta, tendências e iniciativas.
Por exemplo, na área de vendas, o objetivo pode ser aumentar a receita. As metas sugeridas podem incluir crescer a receita em 20% nos próximos 12 meses e aumentar a taxa de conversão de leads em 15%. As tendências podem incluir a digitalização acelerada do comércio B2B e B2C e o crescimento do e-commerce móvel. As iniciativas práticas podem envolver a implementação de CRM com inteligência artificial para personalização de ofertas, treinamento de equipes de vendas consultivas, e parcerias locais para penetração no mercado.
A inteligência artificial nos ajuda a sair do marco zero e a iniciar discussões com a equipe. É importante lembrar que não devemos copiar esse conteúdo diretamente para apresentações, mas usá-lo como base para aprofundar nossos estudos.
Na próxima aula, abordaremos o papel da liderança no contexto estratégico, discutindo liderança e estratégia em ambientes complexos. Até lá!
Antes de discutirmos o conceito de estratégia adaptativa, é importante relembrarmos o que é estratégia. Estratégia é um conjunto de decisões e ações coordenadas para alcançar um objetivo. São todas as decisões que tomamos para atingir um objetivo previamente definido.
A estratégia adaptativa é a capacidade de ajustar continuamente os objetivos. Por exemplo, se temos o objetivo de caminhar dois quilômetros, várias ações são necessárias para que isso seja possível: escolher o tênis, a roupa, preparar a água, definir a rota e iniciar a caminhada. No entanto, imprevistos podem ocorrer durante o trajeto, como chuva ou um acidente próximo ao local planejado, exigindo que ajustemos nosso objetivo.
A estratégia adaptativa pode ser dividida em dois tipos: deliberada e emergente. A estratégia adaptativa deliberada ocorre quando temos a oportunidade de planejar antecipadamente. Por exemplo, ao planejar uma caminhada de dois quilômetros, podemos separar a roupa, o tênis, pensar na rota e, se começar a chover antes de sair de casa, replanejar a caminhada ou até decidir não realizá-la.
Já a estratégia adaptativa emergente surge a partir do contexto, sem oportunidade de planejamento prévio. No exemplo da caminhada, podemos preparar tudo e, no meio do caminho, sermos surpreendidos por uma chuva repentina.
No mundo corporativo, a estratégia adaptativa deliberada permite planejar antecipadamente, por exemplo, através de benchmarking, conversando com outras empresas e parceiros do mesmo setor para identificar produtos e serviços que estão planejando lançar. A estratégia adaptativa emergente pode ser exemplificada pela pandemia de Covid-19 em março de 2020, uma mudança de contexto sem oportunidade prévia de planejamento.
É importante ressaltar que estratégia adaptativa não é improviso. Adaptamos utilizando informações, conhecimentos, cenários e a qualificação das pessoas.
Podemos destacar quatro elementos que configuram a estratégia adaptativa:
Ciclos curtos: Revisão constante da estratégia. Cada empresa e contexto determina a cadência, que pode ser trimestral ou mensal.
Feedback contínuo: Utilizamos dados, ouvimos clientes e funcionários, criando um ambiente de escuta ativa dos feedbacks recebidos. A estratégia e os objetivos são adaptados com base nisso.
Hipóteses explícitas: Antes de escalar uma hipótese, realizamos pequenos testes. Por exemplo, se em uma revisão mensal ouvimos que clientes preferem comunicação por WhatsApp em vez de ligações, testamos essa hipótese com uma amostra de clientes. Podemos descobrir que clientes de determinadas faixas etárias preferem WhatsApp, enquanto outros preferem ligações. Assim, evitamos transformar 100% do atendimento sem validação prévia.
Governança leve: Precisamos de uma rotina com ritos simples dentro da empresa. Não é necessário levar dashboards de Power BI para todas as reuniões; às vezes, um bate-papo ou brainstorm é suficiente para, nesses ciclos curtos, observar o feedback dos clientes, desenhar hipóteses e testá-las.
Por que a estratégia adaptativa é essencial? Ela é fundamental porque vivemos em um mundo representado por dois termos: VUCA, que significa volátil, incerto, complexo e ambíguo, e BUNNY, que descreve um mundo frágil, ansioso, linear e incompreensível. Essas características, presentes na vida das pessoas, também se refletem no cotidiano das empresas e nas decisões estratégicas, já que produtos e serviços são desenvolvidos para as pessoas.
Quando aplicamos a estratégia adaptativa, encontramos diversos usos. Ao longo dos nossos encontros, utilizamos duas abordagens que são muito eficazes: a aplicação da inteligência artificial e a condensação do conhecimento em quadros ou tabelas, o que ajuda na fixação do conteúdo. Apresentamos quatro exemplos de como a inteligência artificial pode nos auxiliar na estratégia adaptativa: análise de cenários, monitoramento contínuo, geração de hipóteses e realização de benchmark rápido.
Por exemplo, na análise de cenários, a inteligência artificial nos ajuda a antecipar tendências, riscos e oportunidades, orientando decisões de médio prazo. É importante destacar que a inteligência artificial é um primeiro passo e não pode realizar 100% do trabalho. Não devemos tratar os resultados como verdades absolutas, mas sim como um ponto de partida para discussões e refinamento de ideias adaptadas ao nosso contexto.
Agora, vamos realizar uma atividade prática utilizando a inteligência artificial. Vamos usar o Copilot, mas qualquer outra ferramenta pode ser utilizada, como Gemini, ChatGPT, Clound ou Perplexity. A maioria das empresas utiliza o Copilot devido à sua conexão com o Microsoft Office 365.
Vamos fazer uma análise de inteligência estratégica. No prompt, escolhemos o setor, por exemplo, educação superior, e a região, como o sudeste do Brasil. Definimos um horizonte de tempo de 18 meses e o objetivo de antecipar tendências, riscos e oportunidades que impactam decisões estratégicas. O formato de saída será uma tabela com três colunas: tendência, risco e oportunidade.
A inteligência artificial nos traz informações como o impacto positivo do crescimento acelerado da educação à distância, recomendando a expansão do portfólio digital com foco em qualidade tecnológica e suporte ao aluno. Outro exemplo é a desaceleração da modalidade presencial e a evasão crescente, um impacto negativo que requer a reestruturação da experiência presencial com metodologias ativas e integração híbrida.
Devemos adaptar o setor e a região ao nosso contexto e lembrar que este material é um ponto de partida para discussão e refinamento com a equipe, não para ser copiado e colado em apresentações.
Na próxima aula, abordaremos a transição da formulação à execução estratégica, saindo da parte conceitual e estruturando a execução estratégica no mundo real, com foco na estratégia híbrida e sua aplicação no dia a dia. Nos vemos lá.
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