Vamos explorar as mudanças trazidas pela nova Norma Regulamentadora nº 1 e sua atualização, focando na aplicação prática no setor de Recursos Humanos. Isso será abordado ao longo das próximas aulas.
Atuamos nos temas de segurança psicológica, felicidade no trabalho, liderança comunicativa e muitos outros, com a perspectiva e o convite para que possamos transformar as pessoas, os ambientes e a sociedade a partir da educação. Essa educação se baseia em referências teóricas, mas também possui uma perspectiva voltada para a aplicação prática. Somos apaixonados por comunicação, e ela estará presente em toda a nossa conversa.
Para começarmos a discutir a evolução da NR1, é necessário primeiro entender o que é uma norma regulamentadora e qual foi a atualização trazida a partir da perspectiva de autuação e multas, que entrará em vigor em 2026.
A NR1 mudou as regras do jogo. Pela primeira vez, essa regulamentação incluiu os riscos psicossociais no gerenciamento dos riscos ocupacionais. As empresas agora precisam identificar, avaliar e controlar ou gerenciar todos os fatores que afetam não apenas a saúde física, mas também a saúde mental, emocional e social, que estão relacionadas às nossas conexões no trabalho.
A NR1 reconhece que condições de trabalho prejudiciais comprometem diretamente tanto a saúde quanto a produtividade das pessoas trabalhadoras. A evolução da norma baseia-se na legislação de saúde e segurança no trabalho, regulamentando e orientando todas as outras normas. Essa nova redação traz um novo paradigma, que é o enfoque, além da saúde física, na visão biopsicossocial.
Começamos a contemplar, dentro dessa avaliação, o que torna o trabalho digno. Assim, passamos a incluir a esfera do bem-estar mental dentro dessa perspectiva, e o bem-estar mental passa a fazer parte da segurança ocupacional. Essa é a grande evolução.
Quando falamos da norma regulamentadora, ela obviamente tem conexão com outras diretrizes vigentes.
A ergonomia está interligada com diversas áreas, como a gestão dos riscos psicossociais, a promoção da saúde e do bem-estar, além de estar alinhada com temas como diversidade e inclusão. Um ponto importante a ser destacado é a lei que, em 2024, cria o Certificado de Empresa Promotora da Saúde Mental. Embora o certificado não seja obrigatório, ele representa um reconhecimento e nos diferencia de outras organizações. Portanto, é importante pesquisar mais sobre esse assunto e entender como os sistemas se conectam. Ao investir no gerenciamento dos riscos psicossociais, podemos criar um ambiente que promova mais saúde mental para nossos colaboradores.
A urgência dessa mudança se evidencia quando analisamos os dados disponíveis. O Brasil é o país mais ansioso do mundo, um dado que já existia antes da pandemia, mas que se consolidou recentemente. A ansiedade e a depressão, por exemplo, aumentaram mais de 400% como causas de afastamentos do trabalho. Em 2023, foram registradas mais de 470 mil licenças por transtornos mentais, segundo o Ministério da Previdência Social. Mesmo sem considerar a subnotificação, esse número é alarmante. É essencial analisar o que está por trás disso, pois um trabalho mal estruturado pode adoecer as pessoas. Empresas que enfrentam problemas de saúde entre seus colaboradores também sofrem perdas em produtividade e reputação. A percepção da empresa no mercado e entre as pessoas é afetada. Colaboradores tendem a se engajar e motivar em um ambiente que se preocupa com seu bem-estar.
Destacamos que um ambiente doente não apenas afeta a saúde dos empregados, mas também impacta diretamente os negócios. Um ambiente que adoece as pessoas também compromete a essência do negócio.
Para que possamos seguir, precisamos, antes, explorar o que são os riscos psicossociais. Os riscos psicossociais são todos aqueles fatores do ambiente da organização e das relações de trabalho que podem gerar tanto estresse quanto sofrimento mental, impactando o bem-estar ou mal-estar das pessoas trabalhadoras.
Alguns exemplos e categorias para que possamos fazer uma análise mais aprofundada sobre esses riscos estão aqui dispostos. Podemos pensar na carga de trabalho, considerando a sobrecarga ou a subcarga, e nas jornadas exaustivas, no caso do excesso de trabalho. Esse é um risco psicossocial, e podemos analisar como isso pode ser gerenciado se faltam recursos, como mais pessoas ou mais prazo, para que as pessoas trabalhadoras possam executar suas tarefas.
Podemos considerar um segundo item, que é a questão da falta de apoio e reconhecimento. Pode parecer subjetivo, mas conseguimos mapear e planejar ações caso esse seja um domínio vulnerável em nossos times, na nossa organização. A falta de apoio da liderança é um dos fatores que precisamos identificar para treinar e apoiar a liderança, capacitando-a para que possa atuar, reconhecendo também as pessoas trabalhadoras, por meio de apreciações, feedback assertivo, feedbacks positivos e acompanhamento dos empregados. Esse é um item bastante importante que já podemos incluir na lista de como vamos ajudar essa liderança e qual o nosso papel, enquanto RH, também nesse reconhecimento das pessoas trabalhadoras.
O terceiro ponto que queremos abordar é a questão do assédio, da prevenção do assédio e da criação de um ciclo de respeito dentro das organizações. Junto com o assédio, trazemos a questão da justiça organizacional. O senso de justiça é algo bastante importante. O senso de injustiça é um dos motivos para que as pessoas peçam para sair das organizações onde atuam. Quando analisamos critérios, como por que uma pessoa é promovida, por que uma pessoa cresce, por que ela assume determinado projeto, e isso não tem um critério claro e transparente, está conectado com o item da comunicação. Isso pode gerar essa sensação de injustiça e, então, ser um risco que vai gerar sofrimento mental nas pessoas trabalhadoras. Assédio é um capítulo à parte, mas que precisamos observar com bastante atenção. Assédio moral e assédio sexual não podem, de fato, acontecer.
Podemos considerar também, como mais um item para essa lista, a questão da gestão ineficaz conectada com metas inatingíveis. Por que falamos conectada? Quando colocamos metas que não são alcançáveis, isso talvez tenha muita relação com o tipo de gestão que está cuidando daquela equipe. Ressaltamos que podemos atingir metas sem prejudicar as pessoas. Isso é metafórico, mas podemos refletir sobre o quanto estabelecer metas inalcançáveis também causa um tipo de sofrimento que chamamos de dor social, que nos aflige da mesma forma que a dor física. Portanto, é importante analisar se as metas são de fato factíveis e o quanto essas metas estão sendo estabelecidas por uma gestão que pode ser mais eficaz.
A comunicação precária, mencionada anteriormente, é um item bastante relevante. Como analisamos essa comunicação? Se ela é transparente, assertiva, baseada em observação de fato, focada no desenvolvimento das pessoas e se traz as informações necessárias para que as pessoas possam executar seu trabalho. Devemos dar clareza sobre o que esperamos das nossas pessoas e permitir que elas também expressem o que esperam da organização, da liderança e do RH. A falta dessa comunicação pode impactar o que se denomina como a cultura do medo. Silenciamos quando temos medo de usar nossa voz. Podemos deixar de fazer perguntas, de aprender ou de contribuir se o medo dominar aquele espaço. Esse é um ponto bastante relevante que vamos explorar.
Para concluir, queremos trazer um olhar sobre o quanto os riscos psicossociais são aspectos relativos à organização do trabalho. Este é o grande destaque para a atualização da norma: analisar a ambiência e a forma como o trabalho está organizado. Devemos considerar o quanto essa gestão do trabalho pode ser um potencial causador de danos físicos, que já exploramos, mas agora também observar esses danos sociais e psicológicos. Precisamos pensar sobre riscos psicossociais e observar mais de perto como eles se manifestam na relação entre as pessoas e o ambiente.
Os fatores relacionados ao indivíduo e ao seu entorno combinam aspectos psicológicos, como emoções, comportamento, cognição e racionalidade, com fatores sociais que abrangem relações, organização e cultura de trabalho. É importante refletirmos sobre como o trabalho está sendo planejado, conduzido e comunicado, pois isso impacta tanto a saúde quanto o desempenho das pessoas.
Para ilustrar, podemos considerar alguns exemplos de fatores de risco relacionados à NR17 e à NR1, organizados em três grandes blocos. Um primeiro convite é analisar quais outros itens poderiam ser incluídos em cada bloco. Quando falamos da organização do trabalho, devemos considerar o ritmo e a carga de trabalho das equipes. Precisamos mapear as unidades e filiais para entender a questão da autonomia, respeitando processos e procedimentos, mas permitindo que as pessoas decidam como executar suas tarefas.
Ao abordar a ambiguidade de papéis, devemos garantir clareza sobre o que é esperado de cada trabalhador e se há intersecção com outras áreas. Isso é importante para evitar o adoecimento e sofrimento causados pela falta de clareza nas funções.
No bloco das relações socioprofissionais, destacamos a prevenção e o combate ao assédio moral e sexual, além da falta de apoio e reconhecimento e da comunicação ineficaz. O assédio, muitas vezes, é ignorado, mesmo quando a pessoa assediadora entrega resultados. Precisamos criar canais dentro da organização para que esses casos sejam reportados e tratados adequadamente, com penalidades e até desligamento, se necessário.
A falta de reconhecimento é um fator importante que deve ser abordado por líderes e pelo RH, promovendo encontros de feedback. A comunicação precisa ser clara, transparente e acessível a todos, evitando que apenas alguns privilegiados tenham acesso à informação.
Por fim, ao analisar as condições de trabalho, devemos considerar jornadas que exigem horas extras frequentes, falta de recursos e suporte técnico. É essencial entender esses aspectos de forma abrangente para melhorar o ambiente de trabalho e evitar que ele se torne um fator adoecedor. Identificar e nomear esses itens é crucial para avaliar e controlar o impacto dos riscos ocupacionais, gerindo-os adequadamente dentro das organizações.
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