HTTP GET vs POST: Entenda a diferença e quando usar cada método

Você já parou para pensar em como a internet funciona nos bastidores? Quando você rola o feed do Instagram, está "pedindo" por novas fotos. Quando você deixa um comentário, está "enviando" uma informação.
Quando você faz uma pesquisa no Google, está "solicitando" resultados. Quando você preenche um formulário de login, está "submetendo" seus dados.
Cada uma dessas ações, embora pareçam simples para nós, representa uma "conversa" diferente entre o seu navegador e o servidor do site que você está visitando.
Essa conversa é conduzida por um protocolo, um conjunto de regras chamado HTTP, e as palavras-chave dessa conversa são os verbos HTTP.
Os dois verbos mais famosos e utilizados são GET e POST. Entender a diferença entre GET e POST não é apenas um detalhe técnico; é um conhecimento fundamental para qualquer pessoa que queira criar aplicações web seguras, eficientes e bem-estruturadas.
Neste guia completo, vamos desvendar de uma vez por todas o método GET e POST. Você vai aprender:
- O que é o protocolo HTTP e por que ele é a espinha dorsal da web.
- O que são os verbos HTTP e qual o papel deles na comunicação.
- Um mergulho profundo no método GET: para que serve e quando usá-lo.
- Um mergulho profundo no método POST: o que é (post o que é) e suas aplicações.
- As principais diferenças entre eles, de forma clara e objetiva.
- Uma discussão crucial sobre segurança: o método POST é realmente seguro?
- Uma introdução a outros verbos importantes como GET, POST, PUT, DELETE.
A linguagem da web: o que é o protocolo HTTP?

Imagine que você está em um restaurante. Você (o cliente, ou seu navegador) quer pedir um prato do menu. Para isso, você chama o garçom (a internet) e faz um pedido para a cozinha (o servidor).
O HTTP (HyperText Transfer Protocol) é o "idioma" que você usa para conversar com o garçom.
É o conjunto de regras padronizadas que permite que seu navegador solicite informações (páginas web, imagens, dados) e que os servidores saibam como responder a esses pedidos.
Toda vez que você digita um endereço em seu navegador, uma requisição HTTP é disparada.
Nessa "conversa", você não apenas diz o que quer (ex: "a página principal do alura.com.br"), mas também como você está fazendo aquele pedido. É aqui que entram os verbos HTTP.
Verbos HTTP: as palavras de ação da internet
Os verbos HTTP, também conhecidos como métodos HTTP, são as palavras de ação que especificam a intenção da sua requisição. Eles dizem ao servidor o que você deseja fazer com o recurso que está solicitando.
- Você quer obter a página?
- Você quer enviar dados para serem salvos?
- Você quer atualizar uma informação que já existe?
- Você quer apagar algo?
Para cada uma dessas intenções, existe um verbo HTTP apropriado. Vamos focar nos dois mais essenciais: GET e POST.
GET: o método para "buscar" ou "pedir" dados
O método GET é o verbo HTTP mais comum e intuitivo. Seu propósito é um só: solicitar e recuperar dados de um servidor. Pense no GET como uma pergunta ou uma solicitação de leitura.
Quando você usa o método GET?
- Ao digitar www.alura.com.br no navegador e pressionar Enter.
- Ao clicar em um link para ler um artigo de blog.
- Ao pesquisar "curso de programação" no Google.
- Ao visualizar a página de um produto em uma loja online.
Em todos esses casos, sua intenção é simplesmente obter informações que já existem no servidor. Você não está tentando modificar, criar ou apagar nada.
Características principais do GET:

Dados na URL:
A característica mais marcante do GET é que todos os dados enviados ao servidor são anexados diretamente na URL, em uma parte chamada query string. É por isso que, após uma busca no Google, você vê uma URL longa e complexa como esta: https://www.google.com/search?q=curso+de+programação A parte ?q=curso+de+programação é a query string. Ela diz ao servidor: "Eu quero o recurso de busca (/search) e o parâmetro da minha busca (q) é curso de programação".
Limitação de Tamanho:
Como os dados estão na URL, requisições GET têm um limite de tamanho. Navegadores e servidores impõem um limite ao comprimento de uma URL (geralmente em torno de 2048 caracteres). Portanto, o GET não é adequado para enviar grandes volumes de dados.
Idempotência:
Essa é uma palavra técnica para um conceito simples: fazer a mesma requisição GET várias vezes produzirá exatamente o mesmo resultado. Se você pedir a página de um produto 10 vezes, o servidor lhe devolverá a mesma página 10 vezes, sem alterar nada no banco de dados.
Cacheável:
Requisições GET podem ser armazenadas em cache pelo navegador. Como elas são apenas para leitura, o navegador pode "lembrar" o resultado de uma solicitação GET e, se você pedi-la novamente, ele pode exibir a versão salva em vez de ir ao servidor, tornando a navegação mais rápida.
Visível no Histórico:
Como tudo está na URL, as requisições GET ficam salvas no histórico do navegador e podem ser facilmente adicionadas aos favoritos.
POST: o método para "enviar" ou "criar" dados
Se o GET é para "pedir", o POST é para "enviar". O método POST é usado para submeter dados a um servidor para que sejam processados. Geralmente, isso resulta na criação ou atualização de um recurso no servidor.
Quando você usa o método POST?
- Ao preencher um formulário de login com seu e-mail e senha.
- Ao enviar um formulário de contato.
- Ao publicar uma foto ou um texto em uma rede social (o famoso post coding na prática).
- Ao finalizar uma compra em um e-commerce, enviando seus dados de pagamento e endereço.
Em todos esses casos, você está enviando um pacote de informações que o servidor precisa receber, processar e, provavelmente, salvar em seu banco de dados.
Características principais do POST:
- Dados no Corpo da Requisição: Esta é a principal diferença entre POST e GET. Em uma requisição POST, os dados não vão na URL. Eles são enviados no "corpo" (body) da requisição HTTP, como se estivessem em um envelope selado. A URL permanece limpa, como www.meusite.com/login.
- Sem Limitação de Tamanho: Como os dados não estão na URL, não há um limite prático para a quantidade de informação que você pode enviar via POST. É por isso que ele é usado para fazer upload de arquivos, imagens e outros dados volumosos.
- Não Idempotente: Fazer a mesma requisição POST várias vezes pode ter efeitos colaterais. Se você clicar no botão "Finalizar Compra" duas vezes, poderá acabar sendo cobrado duas vezes. Se enviar o mesmo formulário de cadastro duas vezes, poderá criar dois usuários com os mesmos dados.
- Não Cacheável: Requisições POST não são, por padrão, armazenadas em cache. Seria perigoso o navegador "lembrar" e reenviar uma transação financeira, por exemplo.
- Não Fica no Histórico: As informações enviadas via POST não são visíveis no histórico do navegador nem podem ser salvas nos favoritos.
GET vs POST: um resumo das diferenças
Para facilitar a visualização, aqui está uma tabela comparando os dois métodos:
| Característica | GET | POST |
| Propósito Principal | Recuperar dados de um servidor. | Enviar dados para serem processados por um servidor. |
| Local dos Dados | Na URL (Query String). | No corpo (Body) da requisição HTTP. |
| Visibilidade | Visível na URL, no histórico e nos logs do servidor. | Invisível na URL. Os dados estão "escondidos" no corpo. |
| Limite de Tamanho | Sim, limitado pelo comprimento da URL (~2048 caracteres). | Não há limite de tamanho prático. |
| Cache | Pode ser armazenado em cache. | Não é armazenado em cache por padrão. |
| Idempotência | Sim (múltiplas chamadas não alteram o servidor). | Não (múltiplas chamadas podem criar múltiplos recursos). |
| Favoritos/Histórico | Pode ser salvo nos favoritos e fica no histórico. | Não pode ser salvo nos favoritos. |
Segurança: o método POST é realmente seguro?
Esta é uma das maiores fontes de confusão. Como o POST esconde os dados da URL, muitas pessoas assumem que ele é "seguro". Isso é um mito perigoso.
O método POST apenas move os dados da barra de endereço para o corpo da requisição. Ele não criptografa esses dados.
Qualquer pessoa com as ferramentas certas (um "sniffer" de rede) que esteja monitorando sua conexão pode interceptar a requisição HTTP e ler os dados em texto puro, incluindo seu e-mail e senha.
A verdadeira segurança na web vem do HTTPS (HTTP Secure).
Quando um site usa HTTPS (indicado pelo cadeado na barra de endereço), toda a comunicação entre seu navegador e o servidor, incluindo a URL, o corpo da requisição e os dados enviados, é criptografada.
Conclusão: Sempre use POST para enviar dados sensíveis (como senhas), mas nunca confie apenas no POST para segurança. A segurança real é garantida pelo HTTPS.
Além do GET e POST: conhecendo outros verbos HTTP
Embora GET e POST sejam os cavalos de batalha da web, eles não são os únicos verbos HTTP. Em aplicações modernas, especialmente em APIs RESTful, outros verbos são usados para tornar as intenções ainda mais claras e semânticas.
- PUT: Usado para atualizar um recurso por completo. Se você quer atualizar o perfil de um usuário, enviando todas as informações novamente (nome, e-mail, endereço), o PUT é o verbo ideal. Ele substitui o recurso existente pelo novo que você enviou.
- DELETE: Como o nome sugere, é usado para apagar um recurso. Se você quer deletar um comentário em um blog, seu navegador enviaria uma requisição DELETE para a URL daquele comentário.
- PATCH: Usado para atualizar um recurso parcialmente. Diferente do PUT, com o PATCH você envia apenas a informação que deseja alterar. Por exemplo, para atualizar apenas o número de telefone de um usuário sem reenviar todos os outros dados, o PATCH é mais eficiente.
Entender o quarteto GET, POST, PUT, DELETE é essencial para quem trabalha com desenvolvimento de APIs e back-end.
Escolhendo a ferramenta certa para o trabalho
A escolha entre GET e POST não é uma questão de preferência, mas sim de usar a ferramenta correta para a tarefa correta.
- Precisa buscar informações, fazer uma pesquisa ou carregar uma página? Use GET.
- Precisa enviar dados, cadastrar um usuário, fazer login ou enviar um formulário? Use POST.
Compreender essa diferença fundamental não apenas tornará suas aplicações mais seguras e eficientes, mas também mais alinhadas com as convenções e boas práticas da web.
É um conhecimento que separa desenvolvedores iniciantes dos mais experientes e conscientes da arquitetura da internet.
Como se aprofundar no universo HTTP?
Quer dominar o protocolo HTTP e entender como a web funciona por baixo dos panos?
Mergulhe no Curso de HTTP: Entendendo a web por baixo dos panos da Alura e aprenda sobre verbos, cabeçalhos, status codes e tudo o que você precisa para se tornar um desenvolvedor web completo.
FAQ – Perguntas Frequentes Sobre GET, POST e o Protocolo HTTP
1. O método GET é inseguro por causa da URL?
Não exatamente. O GET não é inseguro por natureza, ele apenas exibe os dados na URL.
O problema é a exposição indesejada: histórico, logs de servidor e prints de tela podem revelar informações.
Mas tanto GET quanto POST são igualmente inseguros sem HTTPS.
2. GET ou POST influenciam SEO?
Sim. URLs geradas via GET podem ser indexadas por buscadores, pois:
- são visíveis,
- são estáveis,
- refletem estados de busca ou filtros.
Já dados enviados via POST não são indexáveis, pois não ficam na URL.
Por isso buscadores, filtros e páginas navegáveis usam GET.
3. Usar POST faz minha requisição ficar invisível para o servidor?
Não.
Mesmo que os dados não apareçam na URL, o servidor sempre recebe e registra o corpo da requisição.
POST só oculta os dados da barra de endereço, nada mais.
Logs internos continuam vendo tudo.







