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Por que as práticas de ESG fazem a diferença na sua estratégia

Athena Bastos

Athena Bastos


É clichê falar que a sociedade está mudando. Ao mesmo tempo, porém, é inegável este movimento. As estratégias que precisamos adotar hoje não são as mesmas de 10 anos atrás, muito embora o conhecimento seja um processo evolutivo. Então, ainda que seja clichê dizer isso, é o que justifica por que as empresas estão adotando a prática ESG.

Segundo artigo da McKinsey & Company:

“Para dar um exemplo, houve um crescimento de cinco vezes nas buscas na internet por ESG desde 2019, até mesmo as buscas por ‘CSR’ (responsabilidade social corporativa) – uma área de foco anterior mais reflexiva do engajamento corporativo do que mudanças em um negócio principal modelo – declinaram. Em todos os setores, regiões e tamanhos de empresas, as organizações têm alocado mais recursos para melhorar o ESG. Mais de 90% das empresas do S&P 500 agora publicam relatórios ESG de alguma forma, assim como aproximadamente 70% das empresas do Russell 1000.”

dados de busca sobre ESG, na ferramenta Google Trends, mostrando a taxa de crescimento entre 2004 e 2022

Por isso, exploramos neste artigo quais são os princípios da ESG, conceitos pilares e práticas que a sua empresa pode adotar!

O que é sistema ESG?

ESG é a sigla para “Environmental, Social and Governance" (Ambiental, Social e Governança) e representa um sistema de boas práticas corporativas com base em sustentabilidade, impactos sociais e gestão.

O primeiro uso do termo é atribuído ao relatório “Who Care Wins”, publicado em 2004 pela IFC - International Finance Corporation.

Desde então, a busca pelo termo vem crescendo. E assim, também, as estratégias empresariais para readequar suas condutas. Afinal, o ESG também vem impactando a imagem das empresas perante stakeholders, clientes, colaboradores e colaboradoras.

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Qual a finalidade do ESG?

O objetivo do sistema ESG é que as empresas possam, então, alinhar estratégias de negócio, com foco em resultados, sem que isto cause - ou de modo a mitigar - impactos negativos a diferentes ecossistemas, ambientais e sociais.

As gerações estão mudando, assim como o mercado. Vivemos em uma sociedade que, cada vez mais, questiona o futuro e a subsistência. Por essa razão, é preciso pensar além dos resultados de negócio. É preciso questionar quais os impactos que as estratégias de negócio trazem para a sociedade.

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As práticas de ESG envolvem uma medida passiva e uma medida ativa. O fazer e o não fazer.

De um lado, as empresas devem observar, desse modo, as legislações vigentes e evitar ações que ocasionem riscos. Por outro lado, as empresas também devem pensar em como contribuir ativamente para o desenvolvimento social e a sustentabilidade.

O que são indicadores de ESG?

Indicadores de ESG (Environmental, Social and Governance) são métricas utilizadas para medir e monitorar o desempenho de uma empresa em relação aos aspectos ambientais, sociais e de governança.

Esses indicadores fornecem informações quantitativas e qualitativas que ajudam a avaliar o impacto e a eficácia das práticas de ESG de uma organização. Eles auxiliam na identificação de áreas de melhoria, no monitoramento do progresso em relação às metas estabelecidas e na comunicação transparente dos resultados para os stakeholders.

Exemplos de indicadores de ESG

Ambiental

  • Emissões de gases de efeito estufa (toneladas de CO₂ equivalente);
  • Consumo de energia (megawatt-hora ou por unidade produzida);
  • Uso de água (metros cúbicos ou por unidade produzida);
  • Produção de resíduos (toneladas ou por unidade produzida);
  • Taxa de reciclagem ou reutilização de materiais (%);
  • Investimentos em tecnologias ambientalmente sustentáveis (% do orçamento).

Social

  • Taxa de acidentes de trabalho (número de acidentes por período);
  • Taxa de rotatividade de funcionários (%);
  • Índice de diversidade (por exemplo, representatividade de gênero, etnia, idade);
  • Investimentos em programas de bem-estar dos funcionários (% do orçamento);
  • Envolvimento comunitário (número de projetos apoiados ou horas de voluntariado).

Governança

  • Composição do conselho de administração (por exemplo, percentual de membros independentes, diversidade);
  • Existência de comitês de auditoria, remuneração e sustentabilidade;
  • Percentual de conformidade com políticas e regulamentos;
  • Existência de código de conduta e políticas de ética;
  • Práticas de gestão de riscos e controles internos.

Esses são apenas alguns exemplos de indicadores de ESG, que podem variar conforme o segmento, o tamanho da empresa e as áreas de foco específicas. É importante selecionar indicadores que sejam relevantes, mensuráveis, confiáveis e alinhados com os objetivos da organização.

Quais são os 3 pilares essenciais do ESG?

Como vimos, para implementar o ESG em uma empresa é preciso considerar seus princípios. Confira a seguir, quais são os 3 pilares para implementar as práticas de ESG: Environmental (ambiental), Social (social) e Governance (governança).

Environmental

Os princípios ambientais das práticas de ESG incluem a busca por alternativas sustentáveis; o uso consciente de recursos naturais; o estabelecimento de metas de emissão de poluentes, com vista à redução da poluição; boas práticas de embalagem e descarte; além de projetos de proteção e preservação do meio ambiente.

Social

Os princípios sociais das práticas de ESG, por sua vez, incluem iniciativas de relação entre a empresa e a sociedade, como aquelas relacionadas aos direitos trabalhistas; apoio à diversidade e inclusão nas empresas; relacionamento com pessoas consumidoras; e posicionamento em causas sociais.

Governance

Por fim, os princípios de governança corporativa das práticas de ESG incluem políticas e práticas de gestão da organização; posicionamento em face a políticas anticorrupção; diversidade do conselho administrativo e direção da empresa; políticas de remuneração; valores e ética do negócio; transparências, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa; além de compliance.

Quais são as boas práticas de ESG sugeridas para as empresas?

Muitas práticas, como vimos nos pilares, dizem respeito à cultura organizacional e à forma de gestão da empresa. Mas o principal é que não basta atender a critérios legais.

Cada vez mais, as empresas são reconhecidas pelas suas iniciativas e práticas de ESG. Portanto, precisam planejar a forma como se posicionarão no mercado.

A responsabilidade socioambiental das empresas já é um dos fatores que motivam pessoas consumidoras na escolha de um produto ou serviço, sobretudo da geração Z. Contudo, este também é um fator que influencia a escolha da posição de trabalho.

Pessoas colaboradoras querem se relacionar com empresas bem posicionadas quando o assunto é ESG.

Apesar disso, ainda há um longo caminho pela frente, como apontam Mark R. Kramer e Marc W. Pfitzer em artigo para a Harvard Business Review:

"Nos últimos anos, houve um tremendo progresso na padronização e quantificação das medidas de desempenho das empresas em critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). Também houve um aumento no interesse dos investidores em empresas que são classificadas como altamente em desempenho ESG ou parecem estar levando a sério as metas ESG. No entanto, surpreendentemente poucas empresas estão fazendo progressos significativos no cumprimento de seus compromissos ESG. Das 2.000 empresas globais monitoradas pela World Benchmarking Alliance, a maioria não tem metas de sustentabilidade explícitas e, entre aquelas que têm, poucas estão no caminho certo para alcançá-las. Mesmo as empresas que estão progredindo estão, na maioria dos casos, apenas instituindo mudanças lentas e incrementais sem as mudanças estratégicas e operacionais fundamentais necessárias para cumprir o Acordo de Paris ou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.”

Por essa razão, levantamos 3 exemplos de práticas de ESG que também impactam o Employer Branding:

1. Cuidados com o ambiente de trabalho

Quando falamos dos pilares ambientes, sociais e de governança corporativa, nos referimos também ao ambiente interno e às práticas de trabalho. Por isso, um ambiente de trabalho saudável também é uma das metas de ESG.

Isto significa observar como a sua empresa tem se relacionado com as pessoas colaboradoras. Como anda seu Employee Experience?

A sua empresa oferece benefícios a quem trabalha nela? Como são as condições de trabalho? As pessoas possuem acesso a todos os recursos necessários para realizar suas funções com segurança?

Além de contribuir para as taxas de retenção de talentos, o cuidado com o ambiente de trabalho é um posicionamento para o mercado.

Empresas que se envolvem em polêmicas relativas a esse aspecto podem enfrentar dificuldades com stakeholders e pessoas consumidoras.

Mas atenção: isto significa também observar as parcerias traçadas. As relações desenvolvidas no mercado também influenciam a imagem que a sua empresa desperta nas pessoas.

2. Treinamentos e preparação das equipes para práticas de ESG

As práticas de ESG vão desde as altas lideranças até as pessoas colaboradoras. E para isso, é necessária uma comunicação entre as pessoas e as empresas.

Será que as pessoas entendem o que é esperado das ações delas com base nos princípios de ESG?

É bastante comum, por exemplo, que as empresas apliquem treinamentos de ética e compliance. Porém, esses treinamentos também podem abarcar conteúdos relacionados aos pilares ambientais e sociais.

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3. Diversidade e inclusão nas empresas

Outra prática que as empresas podem e devem adotar é a abertura para a diversidade e inclusão.

Apoiar a diversidade não é apenas positivo para toda a sociedade, uma vez que se investe no seu desenvolvimento socioeconômico. É também uma forma de trazer novas perspectivas para o processo corporativo. E com novas perspectivas vêm também a inovação e a capacidade de adequação ao mercado.

Para isso, a empresa pode começar com vagas afirmativas e até mesmo abrir espaços de desenvolvimento a pessoas diversas.

O Alura Include, por exemplo, é um programa de inclusão de pessoas e capacitação profissional na área de tecnologia.

As empresas contratantes escolhem os grupos sociais para os quais desejam abrir vagas e o direcionamento da aprendizagem. Depois de 12 semanas de aprendizado, as empresas podem contratar alguns dos participantes, promovendo a diversidade em suas equipes de tecnologia.

Gestão e governança corporativa direcionada às práticas de ESG

A gestão e governança corporativa direcionada às práticas de ESG (Environmental, Social and Governance) envolve a incorporação dos princípios de sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança responsável no âmbito das decisões estratégicas e operacionais da empresa.

Algumas ações podem auxiliar a empresa a incorporar as práticas de ESG na sua gestão e governança corporativa, promovendo a sustentabilidade, a responsabilidade social e o crescimento a longo prazo.

Confira a seguir, algumas orientações de como adotar o método ESG na empresa para uma gestão e governança corporativa eficaz:

  • Defina uma estratégia clara de ESG: estabeleça metas e objetivos específicos relacionados aos aspectos ambientais, sociais e de governança, alinhados com a missão e valores da empresa. Essa estratégia deve ser integrada ao planejamento estratégico geral da organização.
  • Garanta que a alta administração esteja comprometida: é importante que a liderança da empresa demonstre compromisso com as práticas de ESG, para servir de incentivo e exemplo às demais pessoas do time. Isso inclui a destinação de recursos financeiros, humanos e tecnológicos adequados para implementar as iniciativas de ESG.
  • Integre o ESG na cultura corporativa: busque promover a conscientização e o engajamento dos colaboradores e colaboradoras em relação às práticas de ESG, incentivando a responsabilidade individual e coletiva. Isso pode ser feito por meio de treinamentos, comunicação interna e programas de incentivo.
  • Avalie e gerencie possíveis riscos: procure identificar os riscos e as oportunidades associadas aos aspectos de ESG e desenvolva estratégias para amenizar os riscos e aproveitar as oportunidades. Isso pode envolver a realização de avaliações de impacto ambiental, análises de cadeia de suprimentos sustentável e gestão de riscos sociais.
  • Transparência e prestação de contas: seja transparente nas divulgações e relatórios relacionados às práticas de ESG. Isso inclui a publicação de relatórios de sustentabilidade, que fornecem informações detalhadas sobre o desempenho ambiental, social e de governança da empresa. Além disso, estabeleça mecanismos de prestação de contas, como auditorias externas e comitês de ESG.
  • Envolvimento dos stakeholders: procure manter um diálogo constante com os stakeholders relevantes, como pessoas investidoras ou fornecedoras, clientes, comunidades locais e ONGs. Ouça suas preocupações, sugestões e expectativas em relação às práticas de ESG e busque formas de envolvê-los nas decisões e iniciativas da empresa.
  • Monitore e avalie continuamente: estabeleça métricas e indicadores para acompanhar o progresso em relação às práticas de ESG. Realize avaliações regulares para identificar áreas de melhoria e tomar medidas corretivas quando necessário.

O que é um relatório de prática de rede de ESG?

Um relatório de prática de rede de ESG (Environmental, Social and Governance) é um documento que descreve e avalia as iniciativas e desempenho de uma empresa em relação aos princípios de ESG. Esse relatório oferece uma visão geral das práticas adotadas pela empresa em termos de sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança responsável.

O objetivo principal de um relatório de prática de rede de ESG é fornecer informações transparentes e confiáveis sobre como a empresa está integrando os princípios de ESG em suas operações, políticas e estratégias. Ele pode ser usado para comunicar aos stakeholders o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a responsabilidade social.

Em geral, um relatório de prática de rede de ESG inclui informações sobre:

Ambiental:

  • Iniciativas de conservação de recursos naturais;
  • Medidas para redução de emissões de gases de efeito estufa e pegada de carbono;
  • Gestão de resíduos e programas de reciclagem;
  • Uso de energia renovável;
  • Adoção de práticas sustentáveis na cadeia de suprimentos.

Social:

  • Políticas de saúde e segurança no trabalho; *Práticas de diversidade, igualdade e inclusão;
  • Programas de desenvolvimento e bem-estar das pessoas colaboradoras;
  • Envolvimento comunitário e responsabilidade social;
  • Respeito aos direitos humanos em todas as operações.

Governança:

  • Estrutura de governança corporativa, incluindo o conselho de administração e seus comitês;
  • Transparência na divulgação de informações financeiras e não financeiras;
  • Políticas de ética empresarial e combate à corrupção;
  • Gestão de riscos e controles internos.

Além disso, o relatório também pode apresentar metas e indicadores de desempenho, destacar conquistas, desafios enfrentados e planos de melhoria contínua. É importante que o relatório seja objetivo, confiável e baseado em informações precisas e verificáveis.

Muitas empresas optam por seguir diretrizes internacionais reconhecidas para a elaboração de relatórios de prática de rede de ESG, como as diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI) ou as recomendações do Sustainability Accounting Standards Board (SASB). Essas diretrizes fornecem um quadro estruturado para a divulgação de informações de ESG e ajudam a aumentar a comparabilidade e a consistência dos relatórios entre as empresas.

Agora que ficou claro como fazer um projeto de ESG, considerando seus principais pilares e princípios, é importante lembrar que cada projeto de ESG é único e deve ser adaptado às necessidades e características específicas de cada organização.

Além disso, é importante ter em mente que a implementação eficaz das práticas de ESG requer tempo, recursos adequados e um compromisso contínuo da liderança e dos colaboradores e colaboradoras da empresa.

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Athena Bastos
Athena Bastos

Supervisora de Conteúdo da Alura Para Empresas. Bacharela e Mestra em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós-graduanda em Branding: gestão estratégica de marcas pela Universidade Castelo Branco - UCB. Escreve para blogs desde 2008 e atua com marketing digital desde 2018.

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