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A inovação e o engajamento das equipes são conceitos que estão em destaque para as lideranças atuais, sobretudo em tempos de constantes mudanças. Neste cenário, o estilo de liderança transformacional está ganhando força, pois foca na capacidade de inspirar, motivar, e transformar ambientes corporativos.
O conceito de liderança transformacional foi descrito pela primeira vez em 1978 pelo historiador e cientista político americano James MacGregor Burns, em seu livro Leadership.
Ao analisar figuras políticas influentes como Franklin D. Roosevelt e John F. Kennedy, Burns identificou um padrão comum: líderes que não somente administravam tarefas, mas também despertavam o potencial de suas equipes, promoveram mudanças significativas e duradouras.
Na década de 1980, o psicólogo organizacional Bernard M. Bass aprofundou a teoria, explorando os efeitos concretos desse estilo de liderança nas organizações.
Desde então, a liderança transformacional passou a ser reconhecida como um dos modelos mais eficazes para ambientes que exigem inovação, adaptabilidade e uma cultura forte de propósito.
Para entender mais sobre o que é a liderança transformacional, suas características, diferenças e, principalmente, como ela pode ser aplicada na prática para gerar equipes mais engajadas e alinhadas com os objetivos da organização, continue a leitura deste artigo.
Liderança transformacional: o que é?
A liderança transformacional é um estilo de liderança que vai além da gestão tradicional; ela busca inspirar, motivar e desenvolver as pessoas membros da equipe para alcançar um desempenho excepcional.
Esse tipo de liderança se baseia na construção de um propósito coletivo e no fortalecimento dos valores organizacionais, o que estimula as pessoas a se comprometerem com objetivos que transcendam seus interesses individuais.
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A partir desse conceito, um(a) líder transformacional exerce forte influência na empresa por sua visão inspiradora, comportamento exemplar e capacidade de gerar entusiasmo e engajamento nas equipes.
Tudo isso para promover um ambiente no qual a criatividade é valorizada, o desenvolvimento pessoal é incentivado e a inovação é vista como parte do processo natural de crescimento.
Em resumo, em vez de somente delegar tarefas, líderes transformacionais procuram entender os pontos fortes de cada pessoa colaboradora, oferecem apoio contínuo e reconhecem os esforços e conquistas de forma genuína — o que gera relações de confiança e respeito mútuo, sendo particularmente eficaz em momentos de mudança organizacional.
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Qual a diferença da liderança transformacional e transacional?
Antes de prosseguirmos, é importante que a diferença entre a liderança transformacional e transacional seja esclarecida, já que esses termos são frequentemente confundidos pela similaridade.
A liderança transformacional se baseia na inspiração, na motivação e no desenvolvimento de uma visão de futuro compartilhado.
A pessoa líder atua como um agente de mudança, encorajando a inovação, o crescimento pessoal e o engajamento emocional da equipe.
Ela busca transformar não somente os resultados, mas também as pessoas, incentivando que ultrapassem suas próprias expectativas e contribuam de forma mais significativa para os objetivos da organização.
Já a liderança transacional tem foco mais pragmático e operacional.
Ela se baseia em regras claras, recompensas e punições, estabelecendo metas específicas e garantindo que esses objetivos sejam cumpridas por meio de acordos explícitos entre líder e liderado.
O relacionamento é mais funcional e baseado em desempenho imediato, com ênfase na manutenção da ordem, no cumprimento de processos e no respeito hierárquico.
Ou seja, em resumo, enquanto a liderança transformacional olha para o futuro e aposta na inspiração como motor de mudança, a liderança transacional se concentra no presente, garantindo estabilidade e previsibilidade nos resultados.
4 características de um líder transformacional
Em 1985, como mencionamos na introdução, o pesquisador acadêmico Bernard Bass definiu quatro características do líder transformacional, ou também os conhecidos como “Quatro Is”, para que a liderança alcance seus objetivos de forma eficaz. Confira quais são abaixo.
1. Inspiração e motivação
Uma pessoa líder transformacional inspira sua equipe por meio de uma visão clara e motivadora do futuro. Ela comunica com entusiasmo os objetivos e valores da organização, despertando nas pessoas colaboradoras um senso de propósito e pertencimento.
Assim, em vez de impor metas, esse tipo de liderança convida as pessoas a acreditarem no impacto do seu trabalho, e isso faz com que se sintam parte essencial do time. O resultado disso é um ambiente de trabalho mais motivado e engajado.
2. Estímulo intelectual
A liderança transformacional valoriza o pensamento crítico e a inovação. Por conta disso, a pessoa líder transformacional encoraja a equipe a questionar o status quo, a buscar novas soluções e a assumir riscos calculados.
Além disso, essa gerência promove um espaço seguro para propor ideias, onde o erro é visto como aprendizado. Essa abordagem desenvolve a autonomia intelectual dos colaboradores e colaboradoras e estimula a criatividade — o que é essencial para organizações que buscam se reinventar e se manter competitivas no mercado.
3. Consideração individualizada
Líderes transformacionais tratam cada membro da equipe como único, com necessidades, motivações e talentos específicos. Esse tipo de liderança escuta ativamente, oferece suporte personalizado e atua como uma espécie de mentoria, promovendo o crescimento individual.
4. Influência idealizada (carisma)
Esse(a) líder serve como um exemplo a ser seguido, demonstrando integridade, coerência e compromisso com os valores da organização. Por esta razão, age de acordo com o que prega, o que inspira respeito e confiança.
Seu carisma natural atrai a equipe e fortalece sua autoridade moral, sem a necessidade de impor controle. Essa influência positiva faz com que as pessoas colaboradoras se sintam motivadas a seguir o(a) líder e a replicar seus comportamentos no dia a dia.
Como promover a liderança transformacional nas empresas?
Segundo artigo da Forbes, que considerou diversas pesquisas, há seis estratégias essenciais de bem-estar para líderes que podem impactar positivamente na promoção da liderança transformacional das empresas. Confira abaixo quais são.
1. Incorporar o bem-estar ao planejamento estratégico
Para líderes transformacionais, o cuidado com o bem-estar pessoal não deve ser um luxo, mas uma base para decisões mais conscientes e eficazes. Integrar práticas como mindfulness, pausas regulares e técnicas de gestão do estresse no dia a dia permite que líderes operem com mais clareza mental, foco e equilíbrio emocional.
Ao cuidarem de si, as pessoas líderes não só aumentam sua própria produtividade, como também servem de exemplo para a equipe, o que promove uma cultura organizacional mais saudável e humana.
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2. Estabelecer limites entre vida pessoal e profissional
Líderes transformacionais sabem que o excesso de trabalho compromete a visão de longo prazo. Ao estabelecer e respeitar limites saudáveis, eles demonstram na prática o valor do equilíbrio.
Isso pode ser feito, por exemplo, reservando períodos no calendário para descanso, lazer ou convívio familiar. Essa atitude influencia diretamente a equipe, por encorajar as pessoas a cuidarem da própria saúde e evitando crises de estresse, como a síndrome de Burnout, por exemplo.
3. Desenvolver a inteligência emocional (EQ)
A inteligência emocional é um dos pilares da liderança transformacional. Líderes com alta EQ têm maior capacidade de empatia, escuta ativa e regulação emocional, tendo mais preparo para lidar com conflitos e inspirar seus times.
Práticas como prestar atenção às emoções das outras pessoas durante reuniões, oferecer feedback com sensibilidade e reconhecer publicamente as conquistas individuais de cada profissional, reforça a conexão com a equipe e cria um ambiente de confiança.
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4. Criar redes de apoio
Liderar pode ser solitário, especialmente em cargos executivos de alta liderança, como profissionais C-Levels. Por isso, a construção de redes de apoio com outras pessoas líderes, mentores(as) e coaches é essencial para a troca de experiências, perspectivas e suporte emocional.
Neste caso, a própria empresa pode estimular essa rede de colaboração, por meio de grupos de afinidade, fóruns internos ou programas de mentoria. Essa iniciativa ajuda as gerências a manterem-se resilientes e inspiradas diante de desafios complexos.
5. Praticar a delegação com intenção e confiança
Líderes transformacionais não centralizam o poder, eles desenvolvem talentos. A delegação de tarefas estratégicas fortalece o time, amplia a autonomia e incentiva a responsabilidade compartilhada.
Isso exige confiança nas pessoas membros da equipe e a disposição de orientá-las adequadamente. Quando líderes abrem espaço para outras pessoas crescerem, além de aliviar sua própria carga, criam uma cultura de aprendizado e protagonismo.
6. Promover uma cultura organizacional voltada ao bem-estar
Transformar a cultura de uma empresa começa pelo exemplo das lideranças. Promover ações voltadas ao bem-estar da equipe, como flexibilização da jornada de trabalho, workshops de saúde mental, programas de mindfulness ou incentivos a hábitos saudáveis, mostra que o cuidado com as pessoas é um valor real, não somente um discurso.
E vale dizer que empresas que priorizam o bem-estar organizacional colhem resultados concretos, como maior engajamento, retenção de talentos e aumento da performance coletiva.
Como as empresas podem ajudar os(as) líderes a desenvolverem as habilidades necessárias da liderança transformacional?
Além do intenso trabalho da pessoa líder para promover a liderança transformacional, como vimos no tópico anterior, a empresa também tem um papel fundamental nesse processo. Ela pode contribuir ativamente, ao oferecer suporte, oportunidades de capacitação e uma cultura organizacional que incentive comportamentos transformadores.
Investir em programas de desenvolvimento de liderança, como treinamentos voltados para inteligência emocional, comunicação corporativa, gestão da mudança e visão estratégica, é um dos caminhos mais eficazes. Além disso, promover o acesso a mentores experientes e feedbacks constantes ajuda o(a) líder a refletir sobre sua prática e a identificar pontos de melhoria contínua.
Ambientes que valorizam a inovação, a escuta ativa e a colaboração também favorecem a aplicação prática da liderança transformacional. Assim, ao criar um ecossistema que estimula a confiança, o propósito e o crescimento mútuo, a organização contribui não somente para a evolução das lideranças, mas também para o fortalecimento da cultura organizacional como um todo.
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