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Desafios de Big Techs e empresas de tecnologia: o olhar para eficiência e performance

Athena Bastos

Athena Bastos


No período da pandemia do Covid-19, vimos um crescimento das Big Techs — grupo especialmente formado pela Apple, Microsoft, Amazon, Meta e Alphabet — e do contexto geral das empresas de tecnologias: altos investimentos, novos unicórnios, novos produtos, contratação massiva de pessoas e disputa por profissionais qualificados.

E então, em 2022, o posicionamento mudou.

Infelizmente, uma combinação de aumento de taxas de juros, saturação do mercado, aumento da concorrência e uma redefinição nas avaliações das ações de tecnologia mudou a narrativa que vinha sendo construída.

O grupo das Big Techs perdeu US$ 3,901 trilhões em valor de mercado em 2022, segundo estimativa da pesquisa da TradeMap. Ou seja, cerca de R$ 21 trilhões na cotação de hoje.

Assim, os altos investimentos deram lugar às ações cautelosas.

A redução de custos não afetou apenas projetos; afetou pessoas também. Como consequência de um processo intenso de ajuste de contas, as empresas oficializaram uma onda de demissões em massa.

O fato é que o contexto, agora, exige maior assertividade, maior análise de dados e as estratégias de negócios se voltaram para a eficiência operacional.

Considerando esse panorama, o objetivo deste artigo é olhar para os desafios das Big Techs e analisar o cenário de modo a oferecer insights sobre como sobreviver à turbulência.

big techs

O que define uma Big Tech

As Big Techs são as grandes empresas do mercado de tecnologia que dominaram o mercado nos últimos anos.

De forma geral, eram pequenas startups do Vale do Silício que criaram serviços inovadores e disruptivos e se tornaram grandes modelos de negócios escaláveis, dinâmicos e ágeis.

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A partir disso, se transformaram em empresas capazes de moldar a forma como as pessoas se comunicam, trabalham e consomem produtos ou serviços.

Há, entre elas, um elemento comum – que também é o agente motor desses negócios: a inovação. As Big Techs estão sempre construindo novas tecnologias e atualizando seus produtos para atender todas as demandas.

O grupo das 5 principais Big Techs — que controlava cerca de 80% do mercado, era formado pelo Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google.

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O que significa FAANG

Durante anos, essas empresas estiveram, de forma consistente, entre as ações de maior crescimento no mercado e eram conhecidas coletivamente pelo acrônimo FAANG.

No entanto, as ações da FAANG perderam força e várias delas até mudaram de nome. Em 2015, o Google virou Alphabet e, em 2021, o Facebook mudou para Meta Platforms. Assim, FAANG perdeu o seu “F” e seu “G”.

Além do mais, a Netflix foi particularmente atingida e ficou para trás em nível de crescimento e dominância de mercado. Por esse motivo, foi substituída pela Microsoft no grupo das 5 principais Big Techs.

Dessa forma, para incorporar os novos nomes e incluir a nova empresa, o acrônimo das Big Techs o FAANG foi substituído por MAMAA – Meta, Amazon, Microsoft, Apple e Alphabet.

Atualmente, Apple, Microsoft, Alphabet e Amazon representam os quatro maiores componentes do Standard and Poor’s 500 (S&P 500) – índice do mercado norte-americano de capitais. Estima-se que cada ação tem uma capitalização de mercado de mais de US$ 1 trilhão.

A Meta Platforms, no entanto, está fora das 20 maiores ações do S&P 500, com valor de mercado de US$ 263 bilhões.

Ou seja, a combinação das cinco ações da MAMAA alcançam um valor de mercado de mais de US$ 6,6 trilhões. O que representava, em setembro de 2022, quase 22% de todo índice do S&P 500 (de cerca de US$ 30,1 trilhões).

O que está por trás da crise no setor de tecnologia

Em 2022, as ações das grandes empresas de tecnologia sofreram um declínio. Segundo os dados da Forbes Advisor, cada uma das ações da MAMAA caiu, pelo menos, 13% no acumulado do ano.

Para entender o declínio das Big Techs, é necessário levar em consideração as altas seguidas nas taxas de juros nos últimos meses, nos Estados Unidos, como uma forma de conter a inflação.

Mas os motivos compreendem uma combinação de fatores, que são específicos de cada empresa.

Impactos de altos investimentos sem resultados reais

Um dos motivos comuns a todas é o declínio da pandemia e os resultados insuficientes dos investimentos que fizeram nesse período.

Em novembro de 2022, quando anunciou a demissão de 11 mil pessoas colaboradoras na Meta, Mark Zuckerberg explicou que a pandemia trouxe uma nova perspectiva para o mercado digital, que indicava um crescimento constante:

"No início da Covid, o mundo rapidamente se moveu para o online e a onda de comércio eletrônico levou a um crescimento de receita. Muitas pessoas previram que esta seria uma aceleração permanente e que continuaria mesmo após o término da pandemia".

Aumento acelerado do quadro de pessoas

No entanto, diferentemente do que indicavam todas as projeções, os resultados econômicos não acompanharam, de forma proporcional, os investimentos que foram feitos – inclusive, com o aumento do quadro de pessoas colaboradoras:

"Eu também [acreditei num cenário estável]. Então, tomei a decisão de aumentar significativamente nossos investimentos. Infelizmente, isso não saiu como eu esperava", explicou Zuckerberg.

De acordo com a contagem do Crunchbase News, até o começo de 2023, mais de 102.000 pessoas colaboradoras foram demitidas em empresas de tecnologia com sede nos Estados Unidos — ou empresas de tecnologia com uma grande força de trabalho nos EUA.

A Meta, por exemplo, já demitiu 11 mil pessoas colaboradoras — incluindo no Brasil. O Twitter já demitiu 3,7 mil pessoas. O que representa cerca de 50% da sua força de trabalho. Com as outras empresas do grupo não foi diferente.

Fatores externos

Cada uma das Big Techs, entretanto, experimentaram fatores diferentes.

No caso da Apple, por exemplo, a nova onda do coronavírus, no fim de 2022, afetou a parceria comercial com a Foxconn, responsável pela produção de iPhones.

Em razão da política “Covid zero” da China, a fabricante diminuiu a capacidade de operação durante o ano, o que afetou consideravelmente as vendas de iPhone pela Apple.

Quais os principais desafios das Big Techs e de outras empresas de tecnologia

Não basta, porém, analisar as causas. Agora, é preciso olhar o que levou ao cenário para definir novas e consistentes estratégias.

Dessa maneira, os principais erros e acertos das Big Techs trazem uma perspectiva de aprendizagem importante para todas as empresas de tecnologia, independentemente do tamanho.

Por isso, é importante ficar por dentro de todos esses panoramas.

Afinal de contas, os desafios que as Big Techs enfrentam não são exclusivos de grandes empresas. São desafio de todas.

Sendo assim, os principais desafios para as empresas do setor tech são:

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Rápida transformação digital

Muitas pessoas podem pensar que todas as grandes empresas já fizeram investimentos em transformação digital. No entanto, essa questão é mais dinâmica e profunda do que parece.

Para começar, é importante ter em mente que a transformação digital precisa ser encarada para além de uma tendência optativa, mas como algo inevitável.

Além do mais, independentemente do tamanho, ela precisa fazer parte da cultura organizacional da empresa. Para que, de fato, seja possível construir uma cultura digital.

Assim, a transformação não pode se restringir aos times de tecnologia. Pelo contrário, ainda que a área de TI possa liderar, toda a empresa precisa passar por esse processo: RH, marketing, vendas e aí por diante.

A disruptura não deve ser exclusiva dos setores nitidamente tecnológicos. Afinal de contas, a tecnologia é indispensável em todas as áreas, não somente na oferta do produto final. Ela se relaciona intrinsecamente à operação.

É por isso que deve estar na base dos negócios: dos processos até a experiência das pessoas colaboradoras.

Isso significa, de forma geral, automatizar os processos da empresa, construir as estratégias baseadas nas análises de dados e elevar a performance dos times.

Redução de headcount

Como já foi dito, muitas empresas passaram por uma reestruturação no quadro de pessoas colaboradoras. O desafio, então, compreenderá a necessidade de ter um olhar mais consciente para as pessoas.

A partir disso, podem surgir alguns questionamentos importantes: as contratações são feitas de acordo com a necessidade real da empresa? Como a empresa vem olhando para a mobilidade interna e o desenvolvimento de pessoas internamente?

Além disso, com a redução do headcount, surge também o desafio de performar melhor com menos pessoas atuantes. Afinal, as empresas precisam encontrar estratégias para retomar o crescimento e o desenvolvimento com menos pessoas colaboradoras.

Cuidados com a marca empregadora

A redução do headcount não significa, entretanto, que a empresa não deve olhar para a marca empregadora - Employer Branding. Pelo contrário, o cuidado deve ser ainda maior.

Isso porque, com foco em melhor performance e eficiência operacional, a empresa precisará de mecanismos para reter e atrair os melhores talentos do mercado.

Assim, deve-se ter cautela na forma de se posicionar perante o mercado, sobretudo em momentos de reestruturação.

Necessidade de alta performance

Por fim, tudo se resume à necessidade de performar melhor, investir com cautela e buscar melhores resultados.

Por isso, as lideranças precisam empregar estratégias de alta performance e ajustar seus times nas entregas dos objetivos do negócio.

Quais os focos para as empresas do setor tech em 2023

Em resumo, o contexto socioeconômico do mercado de tecnologia exige que a empresa tenha um foco maior na eficiência operacional e nos resultados.

Esses dois fatores devem vir acompanhados de uma transformação da cultura e do mindset das organizações, assim como do desenvolvimento contínuo dos times.

Mesmo diante desses desafios, as empresas precisam continuar focando em pessoas — e em seu desenvolvimento — para que elas consigam performar melhor e trazer resultados necessários à estratégia.

E por aí, será que a sua empresa está preparada para enfrentar esses desafios?

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Athena Bastos
Athena Bastos

Supervisora de Conteúdo da Alura Para Empresas. Bacharela e Mestra em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós-graduanda em Branding: gestão estratégica de marcas pela Universidade Castelo Branco - UCB. Escreve para blogs desde 2008 e atua com marketing digital desde 2018.

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