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Acelerando o aprendizado nas organizações: os pilares da Learning Agility

Athena Bastos

Athena Bastos


pessoas atrás de uma aprede de vidro com post-its representando learning agility

Se antes vivíamos em um mundo VUCA (do inglês, volátil, incerto, complexo e ambíguo), hoje, depois da pandemia da Covid-19, evoluímos para a era BANI - brittle (frágil), anxious (ansiosa), non-linear (não-linear) e incomprehensible (incompreensível). Esse conceito, cunhado pelo antropólogo e futurologista Jamais Cascio, representa as principais dificuldades da nossa sociedade atualmente.

Em resumo, podemos dizer que estamos vivendo uma realidade extremamente instável, repleta de incertezas e onde nossa capacidade de entender o mundo está sobrecarregada por conta do excesso de informações, o que contribui diretamente para uma sensação de ansiedade. E isso representa um grande desafio para o setor de RH, que precisa não só desenvolver pessoas, mas desenvolvê-las na mesma velocidade das mudanças internas e externas.

Fora que, além da agilidade para acompanhar o ritmo do mundo dos negócios, muitas empresas estão se tornando mais horizontais, buscando profissionais com diferentes tipos de competência e responsabilidades para otimizar suas operações e se destacar no mercado. Parece bastante para dar conta, não é mesmo? É por isso que muitas organizações têm investido no Learning Agility, um método pensado para ajudar as pessoas colaboradoras a aprender de forma rápida.

Com a potencialização do processo de desenvolvimento, é possível alcançar resultados que ajudam a alavancar a empresa. Uma pesquisa mostrou que a agilidade do aprendizado é um forte indicador do potencial de um profissional para ter sucesso em suas funções. Assim, eles se tornam ímãs para mais oportunidades e possibilidades.

Continue lendo para saber mais sobre o método, seus benefícios e como implementá-lo na sua organização!

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O que é Learning Agility?

Em um artigo para a Harvard Business Review, os empresários J.P. Flaum e Becky Winkler definem a learning agility como:

“uma mentalidade e um conjunto correspondente de práticas que permitem que os líderes desenvolvam, cresçam e utilizem continuamente novas estratégias que os equiparão para os problemas cada vez mais complexos que enfrentam em suas organizações.”

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Ou seja, learning agility é um conjunto de habilidades e comportamentos que favorecem um aprendizado rápido, onde o profissional desenvolve novos conhecimentos, competências e experiências de forma ágil. Assim, é possível se adaptar melhor às mudanças e atingir uma alta performance mais cedo.

Flaum e Winkler usam um exemplo: quando precisaram escolher um executivo para liderar a expansão da companhia na Ásia, uma empresa optou por John, um profissional que tinha um histórico de sucesso ao atingir metas e objetivos do negócio. Mas, quando assumiu o novo desafio, ele teve problemas – não assumiu riscos, perdeu oportunidades valiosas ao não buscar feedbacks e nem trocar com os demais líderes do novo escritório.

Por conta desse mau desempenho, a companhia optou em mandar Alex, que era tido como “difícil”, mas que não tinha medo de encarar desafios e nem de arriscar. Foi a escolha certa.

Enquanto John tinha tido sucesso operando de forma conservadora no que já sabia que dava certo, Alex era flexível em relação a sua estratégia, pedia feedbacks da equipe, assumia riscos e recalculava a rota rapidamente caso o plano desse errado. E essa era a chave do sucesso: um conjunto de competências e atributos que permitiam ao profissional (e, por tabela, o negócio) crescer com os erros, ser flexível e enfrentar uma ampla gama de desafios.

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Quais os Pilares da Learning Agility

O conceito de learning agility não é exatamente novo, mas precisou ser amplamente estudado para que fosse bem definido.

O principal responsável por um embasamento teórico sobre o tema foi o psicólogo e professor Warner Burke, que acompanhou centenas de executivos para descobrir as características comuns às pessoas que têm agilidade no aprendizado.

Ele descobriu nove traços de comportamento e personalidade:

  1. Flexibilidade: estar aberto a novas possibilidades e formas de solucionar problemas;
  2. Agilidade: testar, na prática e forma rápida, as ideias, aprendendo com os resultados (sejam negativos ou positivos);
  3. Experimentação: testar novas soluções e conhecimentos, mesmo sem ter certeza sobre o que é mais efetivo;
  4. Tomada de risco em performance: desafiar as próprias capacidades em novas áreas, assumindo tarefas e funções mesmo sem estar totalmente preparado;
  5. Tomada de risco interpessoal: ter coragem de expressar opiniões diferentes e debater estratégias, para aprender com diferentes pontos de vista;
  6. Colaboração: participar de projetos com outras pessoas, trabalhando em equipe e aprendendo novos modos de fazer e pensar, além de contribuir com sua própria experiência;
  7. Coleta de informações: atualizar o conhecimento frequentemente;
  8. Busca de feedback: pedir avaliações externas para obter percepções sobre o seu trabalho e entender o que pode ser melhorado;
  9. Reflexão: revisar as práticas e entender o que está funcionando e o que não, identificar lições aprendidas e aplicar esse conhecimento em situações futuras.

Fatores que contribuem para a velocidade do aprendizado

O Instituto Korn Ferry também estabeleceu cinco fatores que ajudam a estabelecer o método de learning agility:

  • Autoconsciência: ter autoconhecimento para entender seus pontos fortes e fracos, refletindo sobre eles;
  • Agilidade mental: fazer conexões entre diferentes áreas, se mantendo curioso, e abraçar a complexidade do negócio;
  • Agilidade interpessoal: ter uma mente aberta em relação aos colegas, gostando de interagir com todos, independente das diferenças, e não levar questões de trabalho para o lado pessoal;
  • Agilidade com mudanças: ter o desejo de liderar transformações e explorar novos caminhos;
  • Agilidade com resultados: gostar de enfrentar desafios e conseguir entregar bons resultados mesmo em situações difíceis.

Ou seja, pessoas com aprendizagem ágil são aquelas que conseguem abandonar habilidades, perspectivas e ideias que não são mais relevantes, para aprender, de forma contínua, novas que são.

Qual a importância do Learning Agility para as empresas?

Em um contexto de mundo BANI, o aprendizado é um diferencial estratégico bastante relevante. Afinal, não há evolução sem conhecimento, não é mesmo?

A learning agility permite que as pessoas colaboradoras estejam em constante reinvenção, aprendendo coisas novas, inovando e trazendo novas estratégias para o negócio. E isso é crucial para uma realidade onde tudo muda o tempo todo.

Pense na pandemia, por exemplo. Do dia para a noite, o mundo virou de cabeça para baixo e todos precisaram não só se reinventar, mas desenvolver novos métodos de trabalho, entender o que estava funcionando e aprender rapidamente para implementar mudanças em tempo recorde.

As empresas que já apostavam em uma cultura do aprendizado certamente passaram por esse processo de forma mais tranquila, pois já tinham as ferramentas necessárias para se adaptar.

Além disso, a learning agility ajuda a desenvolver pessoas e formar um time de alta performance, já que quem tem essa habilidade acaba tendo uma predisposição maior a entregar excelentes resultados.

Outro benefício é no engajamento e na redução do turnover das pessoas colaboradoras. Isso porque, cada vez mais, os profissionais estão buscando empresas onde possam se desafiar e desenvolver. Ou seja, investir em aprendizado é uma forma também de reter talentos.

Ainda podemos destacar algumas vantagens competitivas do método, como:

Inovação contínua

Ao capacitar as equipes para adotarem novas ideias e experimentarem abordagens diferentes, a empresa consegue impulsionar a inovação, contribuindo ativamente para a evolução do negócio.

Desempenho sustentável

Por serem capazes de se adaptar rapidamente às mudanças no ambiente corporativo, as organizações que têm agilidade do aprendizado acabam, por consequência, tendo um desempenho mais consistente e sustentável ao longo dos anos.

Olhar crítico

Como estão constantemente buscando por oportunidades e melhorias, as empresas que investem em learning agility conseguem ter profissionais com olhares mais críticos em relação aos processos existentes.

Gestão de riscos

Outra vantagem é a capacidade de enfrentar desafios complexos e evitar que o negócio fique estagnado em uma zona de conforto, já que o método encoraja a tomada de riscos – tanto a nível pessoal quanto organizacional.

Prevenção de riscos

Por outro lado, a antecipação a mudanças e a habilidade de se adaptar rapidamente acaba mitigando esses riscos, tornando o negócio ainda mais resiliente.

Como desenvolver a Learning Agility nas equipes?

Encontrar um profissional com todas as características que vimos acima parece bastante difícil, não é mesmo? Por isso, a solução para desenvolver estratégias de learning agility começa no treinamento e desenvolvimento das pessoas colaboradoras.

É importante fomentar uma cultura que não só valorize como incentive o aprendizado contínuo e a busca por conhecimento. Para isso, comece entendendo qual é o momento da empresa, suas metas e objetivos – e tente vinculá-los com as habilidades do time. Assim, vai ser possível entender os gaps e pontos de evolução da equipe.

Com base nisso, crie um ambiente de educação corporativa que traga oportunidades e novas experiências, sempre com segurança e tolerância a possíveis erros. Nesse momento, contar com o parceiro certo ajuda a otimizar esse processo.

Na Alura Para Empresas, por exemplo, você encontra mais de 1400 cursos sobre os mais variados temas, com formatos flexíveis de aprendizagem e uma plataforma de gestão que permite o acompanhamento de cada pessoa da equipe.

Também é interessante desafiar os colaboradores e colaboradoras com projetos que desenvolvam suas técnicas e habilidades, como os planos de desenvolvimento individuais (PDIs). Assim, o time vai estar capacitado e motivado para buscar novos conhecimentos e testar ferramentas, abordagens e conceitos.

Por fim, é importante lembrar que a busca por feedback é uma das características das pessoas que se beneficiam da learning agility. Então, é imprescindível criar uma cultura de reconhecimento, para que a equipe tenha insights sobre o seu trabalho.

Se você ainda estiver com dúvida sobre como implementar uma metodologia de agilidade de aprendizado ou quiser saber mais sobre capacitação tecnológica para a sua empresa, fale conosco!

Athena Bastos
Athena Bastos

Supervisora de Conteúdo da Alura Para Empresas. Bacharela e Mestra em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós-graduanda em Branding: gestão estratégica de marcas pela Universidade Castelo Branco - UCB. Escreve para blogs desde 2008 e atua com marketing digital desde 2018.

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