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Data literacy: como transformar dados em insights valiosos para sua empresa

Athena Bastos

Athena Bastos


duas pessoas olhando para um computador com dados sobrepostos a elas, representando data literacy

Existe uma máxima no mundo dos negócios, creditada ao matemático Clive Humby, de que os dados são o novo petróleo. De fato, estamos falando de um contexto onde existem 64 zettabytes de dados e outros novos 2.5 quintilhões de bytes são criados todos os dias (para contexto, se um byte equivalesse a um grão de arroz, um zettabyte seria capaz de encher o Oceano Pacífico com os grãos).

Mas, assim como o petróleo, esses dados precisam ser refinados para que tenham algum valor. Por isso, o conceito de data literacy (ou alfabetização de dados) vem ganhando cada vez mais importância.

Não importa se estamos falando de uma empresa de tecnologia ou de marketing, de uma empresa pequena ou de uma multinacional, a análise de dados é valiosíssima para qualquer negócio, já que ela traz informações relevantes para a tomada de decisões.

Ocorre que, ainda que estejam cientes da importância dessa prática, 24% dos tomadores de decisão se consideram alfabetizados em dados, e apenas 17% incentivam seus profissionais a se desenvolverem na área.

Pensando nisso, preparamos este artigo para que você entenda mais sobre o conceito de data literacy – e como implementar uma cultura orientada a dados na sua empresa.

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O que é data literacy

Por definição, data literacy é a capacidade de ler, trabalhar, analisar e se comunicar com dados. Fazendo uma comparação, é como quando temos fluência em algum idioma, sendo capazes não só de entender, mas também de interpretar informações e contextos.

Profissionais que têm letramento em dados conseguem ir além da mera "tradução" desses materiais, trazendo análises profundas para guiar ações concretas na empresa. Assim, o negócio é conduzido não por achismos ou "feeling", e sim por fatos – o que ajuda a trazer inovação de forma embasada, com mais chances de sucesso.

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Quais os 4 componentes da data literacy

A alfabetização em dados precisa abranger a compreensão dos dados, a comunicação clara sobre os resultados e o uso dessas informações na tomada de decisões.

Para isso, são usados quatro elementos principais:

Exploração dos dados

O primeiro passo é fazer um mapeamento dos dados da organização: onde eles estão, como estão estruturados e como podem ser usados para abordar questões específicas. É preciso entender quais perguntas vão ser respondidas através da análise dessas informações, para que ela tenha um objetivo claro e seja mais certeira.

Gerenciamento dos dados

A gestão envolve identificar e coletar os dados necessários para abordar as questões prioritárias para a organização. Além disso, essa etapa abrange o controle de qualidade e a escolha de uma forma de armazenamento que comporte todas as informações coletadas, garantindo um banco de dados eficiente, sustentável e integrado.

Uso dos dados

Depois de recolhidos, os dados precisam ser analisados, interpretados e usados na tomada de decisões para alcançar os objetivos estabelecidos.

Reflexões e melhorias

Por fim, é sempre válido revisitar o processo de data literacy para entender se existe alguma melhoria a ser implementada e se ele está atualizado para contemplar as metas da empresa.

Qual a importância da data literacy nas empresas

Não tem como voltar atrás: o futuro está em uma cultura data driven, e cada vez mais vai ser necessário encontrar profissionais que tenham letramento em dados.

Segundo uma pesquisa da Qlik, 85% dos profissionais em cargos de C-level acreditam que Data Science vai ser tão vital no futuro quanto a habilidade de usar um computador hoje. 89% também disseram que esperam que suas equipes saibam explicar como os dados os ajudaram na tomada de decisões.

Por isso, tanto quanto investir em ferramentas de inteligência artificial ou big data, é preciso educar os colaboradores e colaboradoras para que eles consigam analisar dados de maneira ativa e estratégica.

Além disso, a alfabetização em dados impacta positivamente em diversos indicadores de desempenho, como margem bruta, retorno sobre ativos e sobre vendas. As empresas que estão no ranking do Índice de Alfabetização em Dados da Qlik também têm um valor de mercado de 3 a 5% maiores que as demais.

Ou seja, investir em data literacy é mais do que capacitar sua equipe para o futuro: é tornar sua organização mais produtiva, lucrativa e inovadora.

Quais os benefícios da alfabetização em dados

O maior objetivo da alfabetização de dados é ter uma equipe capaz de extrair informações valiosas sobre seu negócio, avaliando a performance e entendendo, de forma objetiva e com base em fatos, o que pode ser melhorado.

Ter uma cultura orientada a dados também ajuda a aumentar a produtividade, otimizar processos, reduzir custos e proporcionar uma melhor experiência para o consumidor.

Além disso, também podemos citar como benefícios da data literacy:

  1. Tomadas de decisão mais inteligentes, sem desperdício de recursos;
  2. Compreensão holística dos desafios organizacionais;
  3. Estratégias adequadas à realidade da empresa, evitando passos que podem ser maiores que a perna ou movimentações que não trarão benefícios;
  4. Eficiência operacional;
  5. Antecipação de cenários negativos, permitindo que a organização aja preventivamente para evitar crises;
  6. Análise de tendências, seja de questões internas ou externas;
  7. Identificação mais rápida de erros e melhorias;
  8. Entendimento do cliente, gerando modelos de atendimento mais personalizados;
  9. Diferencial competitivo para a marca empregadora, já que, cada vez mais, os profissionais buscam empresas desafiadoras e que investem em capacitação para os colaboradores;
  10. Transparência nos processos organizacionais.

Como realizar treinamento em data literacy

Agora que você já sabe a importância de investir em data literacy, vamos falar sobre a etapa prática: os treinamentos.

Começar um projeto de letramento em dados e implementar uma cultura data driven pode parecer uma tarefa complexa. Por isso é importante desmembrá-la em pequenos passos.

A primeira etapa é mapear as necessidades específicas do seu time, identificando gaps de conhecimento e habilidades desejadas. Com essa avaliação em mãos, trace um plano para implementar soluções, estabelecendo objetivos claros e enfatizando para a equipe a importância dessa mentalidade orientada a dados.

É importante buscar conteúdos que atendam às necessidades e contextos específicos da sua empresa. Trazer muitas informações para profissionais com baixa proficiência em data science, por exemplo, pode acabar desmotivando e diminuindo o engajamento. Incluir exercícios práticos, onde os estudantes possam aplicar conceitos aprendidos, é uma forma de validar o conhecimento e deixar a capacitação mais dinâmica.

Uma boa solução é contar com uma plataforma de aprendizado online, como a Alura Para Empresas, que conta com mais de 1400 cursos para diferentes níveis de senioridade. A solução permite criar uma trilha de estudos personalizada e traz relatórios para que os gestores possam acompanhar o progresso, engajamento e indicadores do treinamento.

Por fim, não esqueça de promover avaliações e dar feedbacks construtivos para que os colaboradores possam seguir se desenvolvendo, e mantenha as capacitações regulares e atualizadas sobre as últimas tendências, ferramentas e práticas em data literacy.

Ferramentas e tecnologias de data literacy

Até agora falamos bastante sobre os dados, mas de onde eles vêm? Como transformá-los em materiais relevantes?

A resposta está no Business Intelligence (BI), um conjunto de ferramentas que coletam, analisam e convertem dados brutos em informações úteis de forma visual, para empoderar e agilizar a tomada de decisão. É a infraestrutura para a análise de dados.

Existem diversas ferramentas para visualizar essas informações. Elas podem ser mais simples, como o Microsoft Excel ou o Google Analytics, que permitem análises básicas e criação de gráficos, até linguagens de programação usadas para manipulação e extração de dados, como Python, R e SQL.

Para ser mais eficaz, a alfabetização em dados precisa estar baseada nessas ferramentas. São elas que vão gerar insights para que os usuários possam explorar, analisar e compreender, gerando novas perguntas para avaliações subsequentes.

Ou seja, integrar soluções de BI e data literacy promove uma abordagem mais holística e eficiente no uso de dados.

A importância dos dados para a resolução de problemas

Além das vantagens que já mencionamos, ter uma cultura data driven também é um fator importante para a resolução de problemas. Através dos dados, é possível ter uma abordagem mais embasada e eficiente para enfrentar desafios.

Um bom exemplo disso foi a pandemia do Covid-19. Em um cenário completamente inédito, milhares de empresas se viram diante de novidades como o home office, reuniões virtuais e atendimento ao cliente à distância. E a forma mais eficaz de determinar o que estava ou não funcionando era a análise de dados.

Essa visão mais analítica das informações da companhia também permite:

  • Uma avaliação mais criteriosa do desempenho de produtos e serviços;
  • Melhoria da experiência do usuário, identificando pontos de atrito, preferências e oportunidades de aperfeiçoamento;
  • Personalização de conteúdos, aumentando a eficácia de estratégias de marketing;
  • Detecção precoce de problemas em sistemas e produtos, o que ajuda em uma resolução mais rápida de bugs e falhas;
  • Monitorar tendências de mercado, permitindo uma adaptação mais rápida, se for o caso;
  • Análise de métricas como taxas de conversão e retorno sobre investimento (ROI).

Exemplos de uso de dados nas empresas

Ainda que o letramento em dados pareça estar mais voltado para empresas de tecnologia, empresas de todos os setores podem se beneficiar do data literacy. Afinal, é através dessas informações que as organizações têm um termômetro sobre a sua operação, processos e estratégias.

No caso de negócios no varejo, por exemplo, os dados ajudam a avaliar o desempenho de produtos, identificar padrões de compra, segmentar clientes e ajustar a precificação. Já plataformas digitais analisam informações de interações de usuários, identificando áreas de melhorias em sites ou apps.

Os serviços de streaming são reconhecidos por utilizarem os algoritmos para entender o que o cliente consome – e assim recomendar novos conteúdos que ele vai ter mais chance de gostar. Nas mídias sociais, são coletados dados para analisar o sentimento do público em relação à marca e ajustar campanhas de marketing.

No setor de Recursos Humanos, as informações coletadas ajudam em processos de recrutamento, na avaliação de desempenho dos funcionários e na identificação de áreas de treinamento. No financeiro, é possível usar a análise de dados para detectar padrões suspeitos e atividades fraudulentas, protegendo transações e garantindo a segurança financeira.

Esses são apenas alguns exemplos que demonstram a importância da alfabetização de dados, independente da área ou tamanho da empresa.

Quais os desafios da data literacy nas empresas

Ainda que a noção de que os dados são um recurso valiosíssimo não seja nenhuma novidade, muitas organizações ainda não estabeleceram uma cultura data driven.

Segundo o Data Literacy Project, só 11% dos colaboradores se sentem confiantes com sua fluência em dados. Entre os trabalhadores C-level, esse índice sobe para 52%, mas 45% admitiram que frequentemente tomam decisões baseados em sua intuição – em vez de insights baseados em informações sólidas.

Fica claro que ainda existem algumas barreiras a serem transpostas, como a resistência à mudança, falta de conscientização e falta de habilidades técnicas, mas é fato que a alfabetização em dados é uma das línguas do futuro.

Conforme o mundo avança, cada vez mais as empresas estarão voltadas para essa análise, e não investir em data literacy pode ser um inibidor da inovação e crescimento.

E por aí, a sua empresa já investe em alfabetização em dados? Se gostou desse conteúdo e quiser saber mais insights e tendências do mundo da tecnologia, se inscreva e receba a newsletter da Alura Para Empresas mensalmente direto em sua caixa de entrada!

Athena Bastos
Athena Bastos

Supervisora de Conteúdo da Alura Para Empresas. Bacharela e Mestra em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós-graduanda em Branding: gestão estratégica de marcas pela Universidade Castelo Branco - UCB. Escreve para blogs desde 2008 e atua com marketing digital desde 2018.

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