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Muitas vezes, quanto maior o risco de um projeto, maior também é a probabilidade de algum retorno positivo para a empresa. Por isso, gerenciar uma empresa é tomar decisões e, ao mesmo tempo, assumir riscos do que pode dar errado.
Assim, a análise de dados e o planejamento de estratégias surgem como ferramentas fundamentais. Afinal de contas, nada melhor do que mapear perigos e possíveis falhas, além de tomar decisões com base em dados reais, não em mera suposições.
Essas estratégias são formas eficientes de reduzir ou eliminar os riscos e maximizar o aproveitamento de oportunidades positivas. O conjunto de processos que tem o objetivo de prever, eliminar ou minimizar danos é denominado de gestão de riscos. E, por sua breve descrição, já deu para perceber que não dá para ficar por fora desse assunto, não é mesmo?
Pensando nisso, o objetivo central deste artigo é despertar as lideranças para a importância da gestão de riscos e compliance, além de trabalhar as formas de fazer o gerenciamento de crise e as ações que podem ser tomadas para prevenção.
O que é gestão de riscos?
A gestão de riscos é um processo sistemático de medidas para prevenir ou eliminar riscos e, ao mesmo tempo, de identificar oportunidades que podem gerar valor para o negócio. Por isso, compreende as tarefas de identificar, avaliar e controlar fatores que podem afetar uma empresa.
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Em outras palavras, trata-se de uma série de processos que têm o objetivo de alinhar as oportunidades aos riscos: quais são os impactos possíveis e qual é a probabilidade de acontecer.
Esses riscos podem ser internos ou externos, e podem surgir de várias fontes, como instalações físicas, sistemas de TI, processos operacionais, recursos humanos, por exemplo.
Em resumo, a gestão de riscos consiste em criar processos que sejam suficientes para equilibrar as metas estratégicas da empresa aos riscos do negócio.
Por que adotar o gerenciamento de riscos na sua empresa?
De forma geral, a importância da gestão de riscos está justamente em mitigar ou eliminar os riscos da empresa. Na prática, e de forma mais específica, existem muitos tipos diferentes de riscos. Confira alguns exemplos abaixo.
Prevenir perdas financeiras
Controle de perdas e gerenciamento de riscos estão diretamente ligados. Isso porque a gestão de riscos atua de forma preventiva. Assim, é possível identificar e mitigar os desafios que podem causar perdas financeiras significativas para a empresa, por exemplo, possíveis perdas decorrentes de falhas nos processos e fraudes internas.
Proteger a reputação da empresa
A gestão de riscos também ajuda a proteger a reputação da empresa. E, desse modo, evita situações que possam prejudicar a imagem da organização perante as pessoas consumidoras, parceiras e o público em geral.
Para isso, a gestão de riscos compreende processos relacionados à segurança da informação, a privacidade dos dados e conformidade regulatória.
Melhorar a tomada de decisões
Ao realizar uma análise e gerenciamento de risco, a empresa passa a ter uma visão mais clara dos perigos a que está exposta, além de como eles podem afetar seus objetivos estratégicos.
Por exemplo, na gestão de riscos cibernéticos, é possível identificar quais brechas virtuais o sistema de uma organização está exposto e, consequentemente, evitar o vazamento de informações.
Assim, com base em análises de risco e na alocação adequada de recursos para mitigá-los, as lideranças podem tomar decisões mais assertivas.
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Como é feita a gestão de riscos corporativos?
Como em qualquer outro processo de uma empresa, a gestão de riscos não funciona como uma receita única. Todas as etapas devem depender da necessidade específica de cada negócio. Além do mais, esse deve ser um processo contínuo e constantemente revisado.
Por isso, não é possível construir um passo a passo que compreenda todas as especificidades dos negócios. Porém, alguns passos devem existir em todos os processos de compliance e gestão de riscos, tais como:
1. Mapeamento e identificação dos riscos
O primeiro passo é compreender o contexto da sua empresa. Você pode começar, por exemplo, entendendo quais são os pontos fortes e as fragilidades do seu modelo de negócio.
Também é importante compreender quais são os objetivos principais da organização e em qual contexto de amadurecimento ou crescimento a empresa está inserida. A partir disso, você vai conseguir mapear e identificar quais são os possíveis riscos.
2. Avaliação qualitativa dos riscos
Depois de identificar todos os possíveis riscos, é hora de fazer uma avaliação qualitativa. Ou seja, definir qual é o grau de importância de cada risco e qual é a probabilidade dele acontecer.
Essa análise permite priorizar os riscos e focar os esforços para gerenciar os que são mais críticos e prováveis. Por exemplo, em uma empresa de tecnologia, uma gestão de riscos de TI pode ter prioridade em relação à gestão de riscos ambientais.
Entretanto, isso não significa que os riscos ambientais devam ser ignorados, mas sim que os recursos e esforços devem ser alocados de forma estratégica para mitigar os riscos que representam a maior ameaça para a organização.
3. Análise quantitativa dos riscos
Em seguida, deve-se fazer uma análise quantitativa dos riscos. Esse processo compreende uma investigação, com precisão numérica, dos potenciais impactos e efeitos dos riscos que você mapeou.
Se você identificou, por exemplo, um risco financeiro decorrente de um processo rotineiro da empresa, é importante estimar de quantos reais pode ser esse impacto.
4. Planejamento de providências
Após mapear os dados, você conseguirá estabelecer uma ordem de prioridade na sua análise e gerenciamento de riscos. Sem dúvidas, essa ordem deve levar em consideração os riscos com maior impacto e também maior probabilidade de acontecerem.
5. Faça o acompanhamento
Por fim, também é preciso criar um planejamento para monitorar e para eliminar esses riscos. Considere todas as providências que você pode tomar para diminuir ou eliminá-los.
Depois, é claro, você precisa continuar acompanhando essas ações. Entenda como o risco se comporta ao longo do tempo (se aumenta ou diminui a partir de algum fator específico, por exemplo) e qual é a eficiência das ações que estão sendo feitas.
Quais são os tipos de gestão de riscos corporativos?
Existem muitas formas de fazer uma gestão de risco, cada uma com suas características e aplicabilidade. Normalmente, o tipo de gestão de risco varia de acordo com o tipo de desafio em si. Para entender mais, confira a explicação abaixo.
- Gestão de risco de liquidez: tem o objetivo de proteger o caixa da empresa com recursos suficientes para arcar com suas obrigações financeiras.
- Gestão de risco operacional: se relaciona à análise de riscos referentes às operações diárias da empresa. Assim, existem fatores externos, como legislação, contexto socioeconômico, e fatores internos, como greves e falta de manutenção de equipamentos.
- Gestão de risco de mercado: prepara a empresa para flutuação de preços de matérias-primas, flutuações cambiais, taxas de juros, risco de crédito e de outros fatores que dependem do mercado econômico.
- Gestão de risco estratégico: referente aos riscos que podem afetar os objetivos estratégicos da empresa.
- Gestão de risco de conformidade: relacionado ao não cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis à empresa.
Como identificar e classificar riscos?
Uma forma de identificar e classificar riscos é através de um mapa de riscos. Nele, os desafios podem ser classificados em riscos internos, referentes, por exemplo, às pessoas colaboradoras, aos processos dentro da empresa e à falta de conformidade; ou riscos externos, ações de outras empresas concorrentes, desastres ambientais, taxas de juros, conflitos sociais, etc.
Assim, de forma resumida, os riscos internos são:
- Financeiro.
- Ambiental.
- Social.
- Tecnológico.
- Conformidade.
E os riscos externos são:
- Macroeconômico.
- Ambiental.
- Social.
- Tecnológico.
- Legal.
Vale destacar que essa lista é apenas exemplificativa. A situação de cada empresa é única e envolve riscos específicos. É importante ter em mente os objetivos estratégicos da organização e, a partir disso, identificar quais são os possíveis riscos internos e externos em cada situação.
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Como as lideranças podem se preparar para a gestão de riscos em projetos?
Depois de identificar, classificar e mensurar a probabilidade do risco, é hora de pensar no tratamento de cada um deles. As principais opções de tratamento são:
- Evitar o risco de forma antecipada.
- Assumir o risco, diante da mensuração de ganhos positivos.
- Tomar medidas para reduzir ou eliminar o risco.
- Transferir o risco para uma empresa terceirizada.
- Explorar o risco de forma positiva.
Ferramentas para a gestão de riscos
Existem diversas ferramentas que auxiliam na gestão de riscos, cada uma com suas particularidades e aplicações específicas. Confira algumas delas a seguir.
Análise preliminar de riscos – APR
A análise preliminar de riscos (APR) é uma forma simples de prever riscos e mensurar a probabilidade que aconteçam na sua empresa. Na prática, a APR consiste em uma lista de todos os possíveis desafios e suas consequentes causas.
Em seguida, para cada risco, deve-se estabelecer uma nota entre 1 e 3. Quanto maior a nota, maior a probabilidade que o risco aconteça. Assim, ficam claros os riscos que devem ser priorizados com urgência.
What If? (E se?)
Como o próprio nome sugere, a ferramenta “What If?” consiste em fazer esse tipo de pergunta para cada situação. Então, por exemplo, pode-se usar: “e se um insumo mudar de preço? E se não vendermos tanto quanto esperamos? E se a empresa concorrente tiver um produto melhor?”
A partir disso, as lideranças podem fazer o gerenciamento de riscos e se preparar caso alguma dessas situações realmente vier a acontecer.
PFMEA
PFMEA é a sigla para Process Failure Mode and Effective Analysis (modo de falha de processo e análise eficaz, em português). Essa é uma ferramenta proativa, que permite antecipar falhas potenciais nos processos antes que elas ocorram. A sua aplicação envolve a análise minuciosa de cada etapa do processo, identificando possíveis modos de falha e avaliando seus efeitos.
Ao priorizar os riscos com base na sua gravidade, ocorrência e detecção, o PFMEA auxilia na elaboração de planos de ação preventivos. Isso contribui para otimizar a confiabilidade e a eficiência dos processos — o que reduz custos e melhora a qualidade final dos produtos ou serviços.
Matriz GUT
A matriz GUT é um método de priorizar ações para evitar riscos mais graves. GUT significa: Gravidade, Urgência e Tendência. Para fazer a matriz de GUT, você precisa colocar todos os possíveis riscos em uma planilha.
Em seguida, colocar na frente de cada um dos pontos 3 colunas. Cada coluna deve corresponder a um termo da sigla GUT. Em seguida, você deve dar notas para cada um dos quesitos de 1 até 5.
Para obter o resultado total, multiplique as notas de cada risco. Com base nos resultados, é possível priorizar os riscos mais elevados, que precisam de providências com mais urgência.
Inteligência artificial
Usar ferramentas de IA para ajudar uma empresa com o controle de perdas e gerenciamento de riscos pode ser mais fácil do que imagina. Isso porque essa tecnologia pode automatizar a análise de grandes volumes de dados, identificando padrões complexos e prevendo possíveis perdas com precisão.
Depois, com base nos resultados, é possível que as empresas ajam preventivamente, ao otimizar recursos e proteger seus ativos de forma mais eficiente.
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Quais os benefícios da gestão de riscos para as empresas?
Nesse contexto, os principais benefícios da gestão de riscos corporativos são:
- Maior (e melhor) suporte para os processos de tomada de decisão.
- Otimização de resultados.
- Eliminação ou redução de possibilidade de perdas.
- Cumprimento de todas as normas, leis e regulamentos.
- Melhor identificação de oportunidades de resultados positivos.
- Redução de custos.
- Melhoria nos processos de governança corporativa, auditoria e certificações.
Enfim, é notável que a gestão de riscos é uma importante aliada para tornar os processos de uma empresa mais assertivos e eficientes. Afinal, ela identifica, avalia e mitiga os riscos que podem prejudicar os resultados dos negócios.
Essa é, inclusive, uma estratégia fundamental para acompanhar as transformações do mercado e se manter em uma posição competitiva.
Como as lideranças podem preparar as pessoas colaboradoras para a análise e gerenciamento de risco?
Além da ação ativa das lideranças no processo de gestão de risco, a participação da equipe também é essencial, especialmente nos momentos de crise, quando decisões rápidas e coordenadas fazem toda a diferença.
Desse modo, ter pessoas colaboradoras bem preparadas contribui com diferentes perspectivas, como a percepção de alertas antecipadamente e a criação de soluções criativas com rapidez, já que são profissionais que trabalham diretamente com os produtos/serviços de um negócio.
Mas *tudo começa com o exemplo. Quando líderes de equipes demonstram, na prática, como reconhecem riscos, tomam decisões diante da incerteza e aprendem com os erros, criam um modelo comportamental que estimula a autonomia e a responsabilidade dos times.
Essa postura abre espaço para que as pessoas colaboradoras deixem de agir apenas de forma reativa e passem a desenvolver uma mentalidade mais analítica e preventiva.
Outro ponto essencial é o compartilhamento de informações e o treinamento especializado. A liderança estratégica deve promover ambientes onde dados, indicadores e cenários são discutidos abertamente. Isso fortalece o pensamento sistêmico e incentiva os times a colaborarem na construção de soluções.
Ao mesmo tempo, oferecer cursos e treinamentos que complementam essa orientação, como sobre análise de dados e gerenciamento de crise, pois, além de promover o aprendizado contínuo, destaca a preocupação da empresa com o desenvolvimento profissional de cada membro.
Por fim, se a sua empresa precisa de uma parceria para potencializar os talentos da sua organização, conheça o programa Alura +FIAP Para Empresas. Por meio de cursos e treinamentos focados nos objetivos do seu negócio, te ajudamos a alcançar suas metas. Entre em contato e saiba mais!
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